[Crítica] O ódio que você semeia

Sinopse:
Starr Carter é uma adolescente negra que mora no gueto, mas estuda em um colégio de maioria branca. Um dia, ela e seu melhor amigo de infância Khalil são parados pela polícia após saírem de carro de uma festa. Porém, quando o garoto (negro) faz certo movimento o policial (branco) não pensa duas vezes e atira, matando Khalil na frente de Starr. A partir daí a garota é pressionada e deve decidir o que fazer: ficar calada para não arranjar problemas com King, o chefe do tráfico na comunidade, ou expor sua imagem e testemunhar contra o policial.

O que eu achei?
O filme deixa o expectador revoltado! E isso é bom! Muito bom! O assunto tratado é sério: o falso estereótipo criado por um errado senso comum de que negros são mais perigosos que brancos. É revoltante e triste que isso ainda ocorra nos dias de hoje. Mas se ainda ocorre, então é necessário tocar no assunto e mostrar à sociedade do mundo inteiro que o problema persiste e que tem que mudar urgentemente! A ideia do livro é maravilhosa e a ideia de transformá-lo num filme é melhor ainda.

"O Ódio que Você Semeia" conta a história de Starr, uma adolescente negra que mora com sua família no gueto, o bairro Garden Heights. Com medo da violência no bairro e querendo um bom futuro para os filhos, o pai utiliza o suado dinheiro que ganha com as vendas num pequeno mercado para matriculá-los em uma escola no bairro vizinho, de maioria branca. A vida de Starr se divide entre a garota do gueto e a garota que tenta se enturmar na escola. Sua vida muda drasticamente quando uma confusão ocorre em uma festa e ela sai de carona com Khalil, seu melhor amigo de infância. De repente, os dois são parados por um carro de polícia. Starr sabe muito bem como se comportar numa situação como essa, mas Khalil não. O garoto ignora as determinações do policial que, temendo os movimentos dele, atira e o mata. Starr fica horrorizada ao ver seu amigo morrer de maneira tão injusta. Quando o tribunal vai decidir se o policial deverá ou não ser julgado, Starr fica na dúvida de testemunhar a favor de Khalil. Ela se sente pressionada por diversos fatores, como o fato de se expor na mídia e ser ameaçada pelo chefe do tráfico do gueto, mas ao mesmo tempo defender um inocente e lutar pela injustiça de brancos em relação aos negros.

O diretor George Tillman Jr. e o roteirista Audrey Wells conseguem passar bem a ideia do livro, com seriedade, mas com pitadas de humor espalhadas pelo roteiro que funcionam causando um equilíbrio perfeito de emoções ao longo do filme. O espectador chora, fica atento, ri, se revolta, e chora de novo, ri mais um pouco, depois se revolta, e por aí vai. A montagem das cenas é excelente. O filme é completo. Simplesmente o melhor filme que eu assisti em 2018! Aguardando e torcendo ansiosamente por várias indicações aos prêmios do Oscar 2019.

O filme é baseado no romance homônimo de Angie Thomas. Não li o livro, mas dando uma folheada nele deu pra perceber que o longa retrata bem vários detalhes que foram escritos pela autora. Interessante é que logo após sair da cabine de imprensa corri para uma livraria para dar uma olhada no livro, de tão curioso que estava com a história.

Outro ponto positivo de “O Ódio que Você Semeia” são os atores, principalmente a protagonista. Com uma atuação perfeita, Amanda Stenberg interpreta bem o medo, a raiva, a dúvida e a felicidade sentida por Starr. Outros atores com grande atuação são: Regina Hall (Lisa, a mãe de Starr), Russell Hornsby (o pai), Lamar Johnson (Seven, o irmão mais velho), Algee Smith (Khalil, o melhor amigo de infância), Sabrina Carpenter (Hailey, a colega branca) e Anthony Mackie (King, o chefe do tráfico).

As três grandes mensagens do filme são:
Não tenha medo de ser quem você é!
Não fuja nem negue suas origens!
NÃO SE CALE!!!

E com essas mensagens que "O Ódio que Você Semeia" passa, é possível expandir para além do racismo. Elas servem para qualquer tipo de preconceito. É preciso mudar! É preciso mais IGUALDADE! É preciso mais RESPEITO! É preciso AGORA! Filme (e livro) nota 10!

Data de estreia no Brasil: 6 de dezembro de 2018.

Trailer:
Escrito por Victor Monteiro

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