[News] Pré-FLIP reunirá escritores e pesquisadores para discutir a vida e a obra de Hilda Hist




RIO DE JANEIRO - Pela primeira vez, este ano, a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) terá eventos prévios para antecipar o que o público encontrará na festa que acontece no final de julho. A primeira edição da chamada Pré-Flip aconteceu no Sesc SP semana passada. Já nos dias 28 e 29/6 é a vez do Sesc RJ sediar o evento, que terá entrada franca.
A atividade, na sede do Flamengo (Marques de Abrantes, 99), no Rio, terá quatro mesas de debates onde especialistas discutirão a vida e a obra da homenageada desta edição: a poeta Hilda Hilst (1930-2004). Nascida em Jaú (SP), a também ficcionista, cronista e dramaturga é considerada pela crítica especializada como uma das maiores escritoras em língua portuguesa do século 20.
Participam da Pré-Flip carioca os escritores Italo Moriconi, Eucanaã Ferraz, Jurandy Valença, Carola Saavedra, Ana Chiara e Carla Rodrigues. A artista plástica Olga Bilenky – que foi amiga de Hilda Hilst e hoje vive na Casa do Sol, sede do Instituto dedicado à poeta – e a pesquisadora Marina Costin Fuser, que tem tese de mestrado sobre sua obra, também são presenças confirmadas no evento.
A mesa de abertura, no dia 28/6, aborda a importância da poeta para a literatura, ao problematizar o alcance da sua obra, quando viva e após a sua morte. A segunda mesa trata das curiosidades da sua rotina e intimidade na Casa do Sol. No dia 29/6, a primeira mesa analisa a fundo a obra da escritora, relacionando os temas de seus livros com questões particulares, assim como o impacto do seu trabalho na crítica. Para encerrar o evento, a mesa “Hilda Hilst era feminista?” traz à tona a obra da poeta sob a luz dos debates de gênero contemporâneos.
Além da curadora da Flip, Josélia Aguiar, a mediação das mesas ficará por conta dos jornalistas Guilherme Freitas, Sergio Cohn e Mariana Filgueiras. A atriz e diretora de teatro Isabel Cavalcanti fará intervenções poéticas. A entrada é gratuita, limitada à lotação do auditório. Mais informações pelo telefone (21) 4020-2101.

SERVIÇO
Pré-Flip RJ
Dias 28 e 29 de junho – 15h às 19h30
Sede do Sesc RJ: Marques de Abrantes 99 – Flamengo – Rio de Janeiro
Entrada franca (sujeita à lotação do auditório) 
Informações: (21) 4020-2101

PROGRAMAÇÃO
DIA 28/6
Mesa 1: Um lugar para Hilda Hilst - 15h às 17hs
Enquanto esteve viva, Hilda Hilst publicava por editoras de pequeníssimo porte e era conhecida apenas entre um público bastante restrito. Uma década e meia após sua morte, passou a circular por grandes casas editoriais e tornou-se objeto de um número crescente de dissertações e teses em universidade de todo o país. Sem deixar de exigir o mesmo esforço do leitor, parece alcançar níveis de popularidade inéditos: é comentada na internet e lida nos saraus da periferia. Esse debate, que reúne um poeta e um ensaísta atentos à cena da poesia brasileira contemporânea pretende levantar hipóteses sobre o lugar que ocupou e ocupa hoje Hilda Hilst.
Abertura: Intervenção poética de Isabel Cavalcanti
Participantes
Italo Moriconi
Eucanaã Ferraz
Mediação: Joselia Aguiar
Intervalo – Café – 17h às 17h30

Mesa 2 - Hilda Hilst e a Casa do Sol – 17h30 às 19h30
Em fins da década de 1960, Hilda Hilst deixou a capital paulista para instalar-se numa chácara em Campinas. Tinha lido “Carta a El Greco”, de Nikos Kazantzakis, e concluíra que era preciso se afastar da agitação do grande centro para, em solidão e perto da natureza, dedicar-se exclusivamente à sua obra. Dois amigos que conviveram com a autora neste lugar onde ela acabou por residir durante quatro décadas relembram sua rotina de vida e escrita, as leituras e conversas compartilhadas, os hábitos e excepcionalidades, os animais, as plantas e os objetos que a cercavam.
Abertura: Intervenção poética de Isabel Cavalcanti
Participantes
Jurandy Valença
Olga Bilenky
Mediação: Mariana Filgueiras

Dia 29/6
Mesa 3- Quem tem medo de Hilda Hilst? - 15hs às 17hs
Hilda Hilst construiu uma obra em poesia, teatro e prosa de feição complexa, e não raro a consideravam hermética. Enfrentava temas difíceis, como Deus e a morte. A certa altura, passou a fazer livros pornográficos, como o Caderno Rosa de Lori Lamby, o que causou certa repercussão na imprensa e no entanto afastou mesmo críticos que a elogiavam, como o sempre fiel Leo Gilson Ribeiro. Em sua obra podem ser buscadas interpretações sobre a relação com o pai, o feminino, a loucura, a animalidade. Na mesma medida em que é perturbadora, permite uma variedade de abordagens.
Abertura: Intervenção poética de Isabel Cavalcanti
Participantes
Carola Saavedra
Ana Chiara
Mediação: Sergio Cohen
Intervalo – Café - 17h às 17h30

Mesa 4: Hilda Hilst era feminista?  17h30 às 19h30
Hilda Hilst era leitora de Sor Juana Ignez de La Cruz e de Simone de Beauvoir. A sua trajetória desafiou os limites do que se esperava de uma mulher em seu tempo, e construiu uma obra que pode ser entendida hoje numa chave feminista, embora ela mesma, em textos ou entrevistas, por vezes emitisse sinais contraditórios, numa quase recusa ao feminino. Nesse debate, uma especialista em Hilda Hilst se junta a uma especialista em estudos feministas para tratar da especificidade da autora e sua obra no quadro dos debates de gênero hoje no país e no mundo.
Abertura Intervenção poética: Isabel Cavalcanti
Participantes
Carla Rodrigues
Marina Costin Fuser
Mediação: Guilherme Freitas


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