[Crítica] Paraíso

 
Sinopse: Pessoas idosas se reuniam todos os dias nos jardins românticos do Palácio do Catete, que foi a residência oficial dos presidentes do Brasil de 1867 a 1960. Ao cair do sol, eles conversavam sobre o sentido da vida e cantavam juntos canções de amor. O filme foi interrompido subitamente pela pandemia do coronavírus e transformou-se em um tributo a uma geração dizimada. Estreia mundial.

O que achei? Paraíso, documentário participante do 26º Festival É Tudo Verdade, acompanha o cotidiano de um grupo de idosos que se reuniam no jardim do Palácio do Catete para cantar serenatas. O longa mostra situações onde esses idosos cantam músicas antigas em um lugar histórico nacional e também os acompanha em suas casas, vivendo suas rotinas diárias.

O documentário mostra que cantar músicas antigas era mais do que um passatempo para esses idosos. Era um resgate do passado, uma terapia, a realização de um sonho, uma oportunidade de celebrar a vida.

Paraíso não é apenas um registro cultural, histórico e social de um grupo de pessoas relembrando o passado, mas celebrando o presente com aniversários e anúncio de um noivado na terceira idade, mas um retrato melancólico do que estaria por vir.

As filmagens foram interrompidas por causa da pandemia e, no final do documentário, viemos a saber que algumas daquelas vidas foram perdidas devido à pandemia e, junto com elas, as memórias e histórias de um tempo que não existe mais. Paraíso acabou se tornando um retrato mais humano da pandemia, de vidas que muitas pessoas não dão importância e que, muitas vezes, são abandonadas e invisibilizadas. Vimos que, ao vermos essas vidas perdidas, perdemos também parte da nossa história e cultura. 


Paraíso (Paradise)

Direção: Sérgio Tréfaut. Portugal/ Brasil/ França.

74 min.

Idioma: português.

Classificação indicativa: livre.

 

Trailer: 

 


Escrito por Michelle Araújo Silva

 





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