[News]Com fatos reais, BUCA - SOBRE A URGÊNCIA DA VIDA retrata, a partir de um diagnóstico trágico, o processo da perda de um pai por sua filha

Com fatos reais, BUCA - SOBRE A URGÊNCIA DA VIDA retrata, a partir de um diagnóstico trágico, o processo da perda de um pai por sua filha

 

Bruna Miglioranza, atriz, apresentadora, locutora e dubladora, inicia-se agora como dramaturga. No teatro, esteve em “Intocáveis”, sob a direção de Iacov Hillel, e tem trabalhos na TV e em séries. Em Buca, ela refaz a trajetória de um ano e meio entre o diagnóstico trágico e a perda do pai.

 



Bruna Miglioranza em cena de Buca - Sobre a Urgência da Vida - Crédito da foto: Halei Rembrandt

 

 

Buca - Sobre a Urgência da Vida faz temporada entre 23 e 30 de abril no YouTube da Caboclas Produções

 

 

Um diagnóstico fatal. Correr para viver o tempo que resta com o pai. Apressar convivências, acelerar frases de afeto, viver o que há para viver. Foi desta forma que Bruna Miglioranza organizou sua vida prática e amorosa na relação com o pai quando o diagnóstico veio, trágico. Seriam, na melhor das hipóteses, seis meses de vida a partir daquele ponto, em 2017. Escrever um diário ajudou Bruna a organizar os sentimentos, impressões e fatos. Ao compartilhar esses escritos com o diretor Amarildo Félix, surgiu a ideia de uma peça, construída com dor, mas leve, com humor, porque seu pai tinha, antes de tudo, esse espírito vibrante. Daí nasceu Buca - Sobre a Urgência da Vida, inédita, que faz curta temporada, entre 23 e 30 de abril, às 20h, no canal do YouTube da Caboclas Produções.

 

A peça é um projeto contemplado pelo Edital PROAC Expresso Lei Aldir Blanc (Lei 14.017/2020), através do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

 

Fatos reais

A peça conta a história real de uma filha que ouviu dos médicos que seu pai teria, no máximo, seis meses de vida. A partir desse encontro com a finitude, dá-se início a uma maratona, daquelas bem difíceis de completar. Sua vida muda da noite para o dia e a sua segunda casa torna-se os corredores do hospital, onde conhece outras pessoas na mesma situação que seu pai. A filha-atriz decide compartilhar essa vivência trazendo à cena os relatos de momentos felizes e divertidos ao lado de Buca. Com isso, ela compartilha com o público diversas histórias da convivência, nem sempre amigável, (mas quase sempre divertida) com seu pai e os momentos de dor dessa despedida anunciada, que contrariando os prognósticos, durou um ano e meio, ao contrário dos seis meses anunciados.

 

Buca é o apelido pelo qual o pai da protagonista era conhecido e são três características dele que servem de fio condutor do monólogo: loucura, humor e galanteio. “Meu pai sempre foi muito fã de Raul Seixas e do Mazzaropi. E esses artistas ditavam o modo como ele lidava com o mundo, além de terem marcado minha infância. E eu trouxe isso pra peça, transformando toda aquela convivência em uma dramaturgia cheia de sentimentos pessoais e particulares, mas que ao mesmo tempo eu acho que qualquer espectador vai poder identificar na sua relação com a figura paterna”, conta Bruna.

“Na minha primeira peça de teatro ele tava lá. Já chegou mamado. Ainda bem que minha irmã estava com ele. A peça era “Senhora dos Afogados”, do Nelson Rodrigues e eu fazia a Moema. Eu iniciava a peça dizendo “PAI!”. Naquele momento, ele já se manifestou erguendo a mão. Minha irmã ficou brava com ele, mas acontece que logo em seguida, eu mandava de novo: “PAI!”, aí ele não se conteve: “Aqui!”. E assim foi minha estreia no teatro”. Trecho da peça

Além da dramaturgia e atuação de Bruna Miglioranza e direção de Amarildo Félix, Buca conta com a sonoplastia de Barulhista, iluminação de Kuka Batista e direção e produção audiovisual de Halei Rembrandt.

Essa é a terceira parceria da Caboclas Produções com o dramaturgo Amarildo Felix. A primeira foi em 2018 com o premiado espetáculo “O Desmonte” e a segunda foi em 2021 com o espetáculo “Microalucinações Amorosas - Uma peça Videoclipe”.

 

A atriz inicia o monólogo com uma corrida contra o tempo: do momento da descoberta da doença, transita pelo desespero e vai até a aceitação dos fatos, quando ela conversa com a plateia e explica que essa peça é uma maneira que ela encontrou para manter o seu pai por perto. Bruna registrou tudo: as partes do corpo do seu pai, memórias, amizades feitas no hospital e o seu contato de perto com a morte.

 

Para transpor isso para a peça, Buca usa imagens, vídeos e conversas de áudio com o seu pai, pelo WhatsApp, que são compartilhadas com o espectador.

 

 

Sinopse

A peça conta a história real de uma filha, Bruna, que ouviu dos médicos que seu pai Buca teria, no máximo, seis meses de vida. A filha-atriz decide então escrever seu diário e assim registrar essa vivência de dor e afetos apressados e agora urgentes. Ela vai relatando momentos felizes e divertidos ao lado de Buca, histórias deste convívio nem sempre amigável, (mas quase sempre divertido) com seu pai e os momentos de dor dessa despedida anunciada.

Sobre a morte |  “Eu sei que você tá aqui. Te sinto comigo o tempo todo, mas hoje posso quase te tocar. Não vou ter medo de você. Eu te aceito. Mas hoje eu quero que você me sinta também. Eu sei o que você veio fazer aqui, mas eu te peço que me escute antes. Eu não vou dizer que não estou preparada, porque imagino que você deve ouvir isso de todo mundo e eu não quero que você pense que eu me sinto mais merecedora que os outros, mas eu quero te pedir um tempo. Por mim, por ele. Pode ser um tempo curto. Eu vou aceitar. Eu te vejo levando as pessoas aqui nesse hospital todos os dias. As enfermeiras me pedem pra fechar a porta do quarto toda vez que você vai passar e toda vez que isso acontece eu penso que amanhã essa porta não possa mais nos proteger de você. Todo dia você leva alguém e todo dia você leva um pouco da minha esperança. Eu fiz amigos aqui. Eu sofri quando você levou a moça do quarto 701. Eu acreditava na cura do cara do 708. A cada dia eu vejo minha lista de nomes pra oração diminuir e a cada dia eu preciso ser mais forte. Eu sei que vai chegar a vez do meu pai. Talvez você esteja até sendo boa comigo, me preparando a cada vez que eu fecho a porta, mas eu te peço pra deixar a gente sair daqui antes. Por favor. Você vai saber onde nos encontrar. Dá uma trégua pra gente.” | Trecho da peça

 

Bruna Miglioranza

É atriz formada pela Escola de Arte Dramática (EAD-ECA- USP) e pela Escola de Teatro Ewerton de Castro. Também cursou a Oficina de Atores da Globo e, no Senac, se formou como apresentadora, locutora e dubladora. No teatro, participou de várias montagens, destacando: "Mãos Limpas”, de Juca de Oliveira e direção de Léo Stefanini, “Intocáveis”, sob a direção de Iacov Hillel, “O Homem Feio” e “Love and Money”, ambas com direção de André Pink, “Bodas de Sangue”, com direção de Bel Setti, entre outras. Na TV, participou da novela “Meu Pedacinho de Chão” e das séries “Afinal, o que querem as Mulheres” e “Suburbia”, todas sob a direção de Luiz Fernando Carvalho e exibidas pela Globo. No SBT esteve na novela “Chiquititas”, participou, na HBO, da série “A Vida Secreta dos Casais”, sob a direção de Kim Riccelli e atuou no clipe "Coração pede Socorro” sobre a violência contra a mulher, de Naiara Azevedo em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos, premiado no Festival Internacional de Cannes.

 

Amarildo Félix

Amarildo Felix é dramaturgo, poeta, ator, diretor e psicólogo. É autor dos livros de poema “Sotaque/Sintoma” (Patuá, 2017) e “O Desmonte” (Patuá, 2019). Formado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e atuação na Escola de Arte Dramática (EAD – USP). Ganhou destaque após a encenação do seu primeiro texto dramatúrgico “Solilóquios”, encenado dentro do Núcleo de Dramaturgia Sesi/British Council em 2015; o texto foi eleito pela crítica especializada como um destaque da temporada daquele ano. Desde então seus textos vêm sendo encenados no Brasil e no mundo. Pelo texto “Amor Fast-food” (2018) foi reconhecido como uma potente voz da dramaturgia brasileira contemporânea pelo evento Janela de Dramaturgia, realizado anualmente na cidade de Belo Horizonte. O seu texto “O Desmonte”, foi contemplado com o II Edital de Publicação da Cidade de São Paulo, em 2019, possibilitando assim sua publicação. O texto foi vencedor ainda do prêmio Aplauso Brasil como melhor texto dramatúrgico de 2019. Sua peça “Estufa” foi encenada na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Em 2020 o seu texto “O Desmonte” foi eleito como um dos 100 textos essenciais da dramaturgia contemporânea. Amarildo Felix segue escrevendo e atuando.

 

Bruna Miglioranza em cena de Buca - Sobre a Urgência da Vida - Crédito da foto: Halei Rembrandt

 

 

A temporada de Buca - Sobre a Urgência da Vida é um projeto contemplado pelo Edital PROAC Expresso Lei Aldir Blanc (Lei 14.017/2020), realizado pelo Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

 

Ficha Técnica

Dramaturgia e atuação: Bruna Miglioranza

Direção: Amarildo Félix

Assistente de Direção: Vitor Placca

Direção de Produção: Gabrielle Araújo

Sonoplastia: Barulhista

Iluminação: Kuka Batista

Direção e Produção Audiovisual: Halei Rembrandt

Gestão de Mídias Sociais: Lucas Gouvêa

Designer: Vitor Placca

Assessoria de Imprensa: Canal Aberto

Produção: Caboclas Produções

Realização: Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa

 

Serviço

Buca - Sobre a Urgência da Vida

com Bruna Miglioranza

de 23 e 30 de abril, às 20h

No canal do YouTube da Caboclas Produções (https://www.youtube.com/channel/UCnqSYzECvR3Bn_VrD45QQpQ)



grátis


PR/CanalAberto

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