[Crítica] Autodeclarado

Sinopse: A partir do debate sobre as fraudes cometidas por brasileiros brancos e as acusações contra brasileiros pardos nos programas de ação afirmativa para ingresso nas universidades e em concursos públicos no Brasil, o filme busca refletir de forma profunda sobre colorismo, racismo e identidade racial.

O que achei?
Dirigido por Maurício Costa, o documentário Autodeclarado é uma investigação do sistema de cotas raciais em universidades e concursos públicos no Brasil. Luan Myque Figueira da Silva, Luciene Guimarães de Faria, Cristina Sousa, Bárbara Kruczyski, Janedson Almeida e Glaucielle Dias dão voz e rosto ao compartilhar suas diferentes experiências com esse sistema de cotas raciais que – citando o diretor – “são o instrumento mais importante e inclusivo de combate à desigualdade racial” e racismo institucionalizado.

Autodeclarado ainda conta com Frei Davi (EDUCAFRO), Prof. José Vicente (Reitor da Universidade Zumbi dos Palmares), Benedito Gonçalves (Ministro do STJ), Spartakus Santiago e Winnie Bueno (ambos influenciadores negros de grande alcance entre o público-alvo do filme), Natalino Salgado (Reitor da UFMA), e Demétrio Magnoli (sociólogo e jornalista) e diversas lideranças do movimento negro brasileiro, influenciadores digitais negros, negras, pardos e pardas, reitores de universidades públicas e particulares, criadores e redatores da regulamentação das comissões de verificação, etc.

A ironia de eu, uma pessoa branca, escrever uma crítica sobre esse documentário não me passou despercebida já que não tenho lugar de fala sobre o assunto tratado no mesmo.

O documentário mostra de forma dinâmica, com entrevistas e relatos que me fizeram refletir sobre uma realidade que afeta pessoas negras e pardas, onde elas não tem a mesma facilidade e oportunidade de acesso à coisas básicas como ensino superior e um emprego em um concurso público e como pessoas brancas que não necessitam do sistema de cotas, fraudam o mesmo, o que acaba prejudicando pessoas negras e pardas de ingressarem em universidades de formas que nunca imaginamos antes, como acusações feitas contra candidatos brasileiros pardos, colorismo, racismo e até mesmo suas próprias identidades raciais e de orientação sexual, no caso de pessoas negras e pardas que são LGTBQIA+ e na questão de gênero também.

Outra coisa que enriquece o documentário é a dramatização com atores das atividades das Comissões de Verificação Racial, onde vemos o quanto esses procedimentos de verificação podem ser problemáticos, onde a candidata tem que justificar sua identidade racial e reconhecimento como pessoa negra.

Escrito por Michelle Araújo Silva

Trailer:


 



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