[Crítica]Atravessa a Vida


Atravessa a Vida

Direção: João Jardim. Brasil, 82’
Idioma: português – Classificação indicativa: livre
Sinopse: Ao acompanhar alunos do 3º ano do ensino médio de escolas públicas no interior de Sergipe que se preparam para a prova que pode determinar o resto de suas vidas, o documentário retrata as angústias e os prazeres da adolescência por meio de seus gestos, inquietações e conquistas.
Crítica
O filme "Atravessa a Vida" mostra  a percepção da comunidade escolar sobre a possível relação entre vulnerabilidade social e dificuldades de aprendizagem. Sabe-se que muitos alunos apresentam dificuldades na aprendizagem e estas podem estar relacionadas a uma série de fatores como transtornos e aspectos sociais, afetivos, e de ordem orgânica, mas persiste a dúvida sobre a influência da vulnerabilidade social neste cenário; visto que, vulnerabilidade caracteriza-se também pela impossibilidade de modificar a condição atual em que se encontram no que se refere à alimentação, higiene, educação e saúde.
Para desvelar este problema, o filme retrata a vida de vários personagens, entre alunos e suas famílias, professores, e onde seus sonhos, transtornos, dúvidas e atitudes são c-personages de sua trajetória. A câmera filma os rostos de perto, quase como se cada personalidade fosse uma história em separado.
Em linhas gerais os resultados revelaram que a desvantagem da desigualdade social, principalmente a fragilização dos vínculos afetivos, relacionais, ou vinculados à violência prejudicam no desenvolvimento cognitivo e contribuem para aumentar a dificuldade de aprendizagem. Mas a luta dos professores e a busca pelo sonho, por uma nova vida, ou até mesmo uma fuga daquela realidade, resultou em sucesso para um terço dos alunos. Mas há esperança no final, quando os que não passaram retornam para um novo começo.
Repensar práticas e intervenções para contribuir na busca de mudanças educacionais, cognitivas e tecnológicas, políticas públicas e culturais, que promovam impacto com quem sofre com a vulnerabilidade social, tão crescente em nosso país.
O filme tem realidade e lirismo, dificuldades e esperança. Um filme que deveria ser obrigatório em outras cidades para alunos do Ensino Médio e do ENEM. Paula Ramagem

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