[Crítica] Os Primeiros Soldados

 

Sinopse:

No Réveillon da virada de 1983 para 1984, um grupo de jovens capixabas homossexuais decidiram celebrar o ano novo juntos, mas sem terem ideia do mal que estava por vir. Suzano, que é biólogo, começa a perceber os sinais logo cedo. Com futuro incerto e falta de informação, o biólogo se aproxima a Rose, uma transexual, e do videomaker Humberto, ambos também infectados.



  O quê eu achei?

"Os Primeiros Soldados" é a metáfora do diretor Rodrigo de Oliveira (Todos os Paulos do Mundo, Teobaldo Morto, Romeu Exilado)para a guerra-não a do campo de batalha mas contra o temido vírus da AIDS.

Todo brasileiro, quer tenha vivido ou não nos anos 80, sabe que a época foi conturbada; artistas como Renato Russo do Legião Urbana e Cazuza nos deixaram por causa desse mal e ainda havia muita ignorância e preconceito em relação à "doença das putas e viados", como ela foi estigmatizada.

O filme é dividido em duas partes: a apresentação dos personagens, o trio de homossexuais Suzano (Johnny Massaro),Rose (Renata Carvalho)e Humberto (Vítor Camilo), 3 jovens residentes de Vitória, no Espírito Santo que durante a comemoração do Réveillon de 1983 para 1984, acabam contraindo o vírus. A cantora trans Maura (Clara Choveaux)é um destaque de atuação; rouba as cenas nas vezes em que os ajudam.

É lógico que a situação só piora quando marcas começam a aparecer nos corpos deles e tem que lidar com a exclusão da família e o desprezo da sociedade.

Na segunda parte, acompanhamos um compilado de vídeos gravados por Suzano que mostra a rotina e o progresso da doença.

O tema é abordado com muita sensibilidade e tem uma vibe retrô estilo discos de vinil de artistas de MPB da época. Nos lembra que com o avanço dos tratamentos como o coquetel anti-viral, é sim possível conviver com a AIDS.

Foi vencedor do festival de cinema de Tiradentes-um dos mais tradicionais do país-por uma boa razão.


                  Trailer:






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