[News] Cia O Grito circula por centros de acolhida e abrigos da cidade de São Paulo com a peça infantil Diana Luana

 

Wellington Ferreira

Diana Luana é uma menina como qualquer outra – brinca, sonha e fantasia. Quer ir pra escola, estudar para ser astronauta e voar até a lua. Se não estivesse nas ruas, enfrentando batalhas para sobreviver, seria mesmo uma criança como as outras. Este é o mote do espetáculo infantil Diana Luana, apresentado pela CIA O GRITO a partir de 26 de março em circulação gratuita por instituiç ;ões de acolhida como abrigos, equipamentos educacionais e culturais da cidade de São Paulo. Em março, as sessões acontecem no Br&aac ute;s e no Itaim Paulista, em abril na Liberdade, Armênia e no Glicério e em maio no Tatuapé. Os endereços estão no final do texto.

 

Criada graças ao edital PROAC de Produção de Espetáculo Infantil e Jovem, de 2018, e viabilizada pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo fará sessões gratuitas nos seguintes locais: Casa Restaura-me, Centro de Acolhida Cambuci, Casa Franciscana , CCA Boa Sorte, Centro de Acolhida para Mulheres, Serviço de Medida Socioeducativa em Meio Aberto - ALPS III, Abrigo Vovó Zuila 1, SIAT - Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica – Liberdade, Siat2 Armênia, CÉU Jambeiro.

 

Desde 2018, a CIA O GRITO vem lançando seu olhar para o crescente número de crianças e adolescentes nas ruas da cidade e para a carência de políticas públicas dirigidas a este público. Em residência artística no centro de convivência restaura-me, no Brás, onde está instalada sua sede, em um local de acolhida e assistência à população adulta em situação de vulnerabilidade, o grupo dá novo passo no desenvolvimento de sua pesquisa de linguagem com o espetáculo Diana Luana.

 

Com dramaturgia de Marcelo Romagnoli e direção de Roberto Morettho, Diana Luana é resultado das vivências artísticas da cia neste espaço. Livremente inspirado no livro “Diana, Luana, Luanda” da artista plástica Ana Laesevicius, o espetáculo poetiza a dura realidade das ruas. Através da ludicidade e da imaginação de uma garotinha que vive nas ruas, a peça transc ende o abandono social.

 

SOBRE A DRAMATURGIA – Ótica do encantamento

 

Depois de ler o livro inspirador da história e acompanhar ensaios, o trabalho de Marcelo Romagnoli foi traduzir a crueza do universo da protagonista a partir da ótica do encantamento. “O ambiente onde os atores ensaiavam, na Casa Restaura-me, já era muito marcante. Ao mesmo tempo, o olhar encantado da protagonista revelava ingenuidade, uma esperança no fundo do olho”, diz Romagnoli, que trabalhou com o material fornecido pelos atores, como texto e improvisações.

 

Sobre como tratar a condição de uma garotinha que vive nas ruas numa peça para público infanto-juvenil, Romagnoli afirma que não tem como romantizar essa situação, “uma realidade tão tocante e tão próxima da gente”.  Para ele, “uma das funções do espetáculo é mostrar esta realidade e, ao mesmo, tempo, falar para as crianças, por meio de uma camada de fantasia subliminar que está na história da personagem.  Isso dá uma dimensão poderosa à história, criando um contraste da realidade dura e de uma esperança possível. A criança da plateia tem a oportunidade de se identificar com a alma daquela criança e poder compreender minimamente uma situação social”.

 

PROPOSTA DE ENCENAÇÃO

 

Numa linguagem não realista, com a musicalidade do rap e narrações épicas, a teatralidade é revelada aos olhos do público que acompanha o dia e a noite da personagem Diana Luana. O elenco manipula cenário, luz e som. A peça se desenrola por meio de jogos de transformação de objetos, teatro de sombras, contos de fadas, partidas de futebol, um ringue de luta e até um foguete. Juntos e apoiados pela imaginação do público, esses elementos dão vida à narrativa. “Mostramos, segundo o ponto de vista ingênuo e esperançoso da criança, de forma simples e através do jogo simbólico, a esperança e potência de vida que e stá na criança”, define Roberto Morettho. “As falas épicas vieram da metodologia do jogo teatral com textos narrativos. Os atores colocavam no papel as experiências que eles tinham com as crianças no abrigo. A seguir, essas narrativas eram jogadas em sala de ensaio e apresentadas ao dramaturgo que as reescrevia e nos devolvia. “A ideia é permitir que as crianças que assistam ao espetáculo construam sínteses dialéticas sobre aquilo que estão vendo em cena”, explica o diretor Roberto Morettho.

 

SINOPSE

 

Diana Luana vive o dia e a noite com um brilho raro nos olhos. A menina não esconde que nasceu nas ruas e acredita que sua mãe voou para a Lua num foguete do parque de diversões. Quer se matricular na escola, virar astronauta e reencontrar o amor. Mas antes precisa enfrentar o frio, os lutadores do asfalto, a sombra e a cidade até conseguir alcançar a liberdade de ser, antes de tudo, criança.

 

Sobre o DRAMATURGO

 

Marcelo Romagnoli é dramaturgo e diretor, atuando nos teatros adulto e infanto-juvenil na cidade de São Paulo desde 1994. Formado em Direção Teatral pela ECA/USP e História da Arte pelo Instituto Lorenzo de Médice em Florença-Itália.

Recebeu os mais significativos prêmios do setor, entre eles APCA, Prêmio SP, Prêmio Governador do Estado entre outros. Tem cinco livros publicados com seus textos pela Cia das Letras, Panda Books e Secretaria de Cultura de SP.

 

Sobre a CIA O GRITO

 

A Cia O Grito, em seus 18 anos de história, busca investigar um fazer teatral interessado em pesquisar estéticas e temas relevantes à formação do público infantil e que fomentem experiências singulares. Acredita que o teatro infanto-juvenil vem atender a uma reivindicação de acesso de crianças e adolescentes à experiência estética, e como fenômeno espetacular, deve propor, através de sua linguagem, uma ampliação dos questionamentos humanos acerca do mundo e de sua complexidade. É desse esforço que DIANA LUANA nasce e vem aos palcos.

 

FICHA TÉCNICA

 

Texto: Companhia O Grito livremente inspirado no livro Diana, Luana, Luanda de Ana Lasevicius. Dramaturgia: Marcelo Romagnoli. Encenação: Roberto Morettho. Assistente de Direção: Wilson Saraiva. Direção musical: Eugênio Lima. Assistência Dir. Musical: Viviane Barbosa. Elenco: Fúlvio Bicudo, Junia Magi, Samira Pissinatto e Wilson Saraiva. Cenografia, Figurinos e Visagismo: Telumi Hellen. Cenotécnicos: Andreia Mariano e Marcelo Machado. Aderecistas: Ateliê ; de costura Salete André Silva e equipe. Desenho de luz: Marisa Bentivegna. Instalação elétrica: J ean Marcel Silva. Trilha: Eugênio Lima, Viviane Barbosa e Companhia O Grito. Desenho de Som e Preparação Musical: Eugênio Lima e Viviane Barbosa. Produção Geral: Wilson Saraiva. Produção Artística: Companhia O Grito. Duração: 45 minutos. “Este projeto foi realizado com apoio do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura”.

 

SERVIÇO CIRCULAÇÃO DIANA LUANA - Gratuito

Dia 26/03 - 18 h – Rua Joaquim Carlos, 135, Brás, CA Morada do Sol.

Dia 27/03 - 10h - R. Monsenhor Andrade, 746 – Brás, Casa Restaura-me.

Dia 27/03 - 17h - Morro de Capoaba 125 - Itaim Paulista, Abrigo Vovó Zuila 1.

Dia 03/04 - 17h - R. Quaresma Delgado, 354 – Jd. Vera Cruz, Casa de Cultura S.  Rafael.

Dia 09/04 - 15h - Rua Otto de Alencar, 270 – Liberdade, Casa Franciscana.

Dia 23/04 - 17h - R. Porto Seguro, 281 B – Armênia, SIAT - Serviço de Acolhida Terapêutica.

Dia 24/04 - Av. Pref. Passos, 25 – Liberdade, SIAT - Serviço de Acolhida Terapêutica /Glicério.

Dia 24/04 - 16h - Av. Eng. Armando de A. Pereira, 5241 – V. do Encontro, CEU Caminho Mar.

Dia 07/05 - 10h - Rua Sebastian Bodinus 37 – Alto da Riviera, CCA Boa Sorte .

Dia 07/05 - 15h - Rua Bendiapa, 299 - Jardim Santo – Tatuapé, OCS Samaritano S. Francisco de Assis.





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