[News] Teatro Sérgio Cardoso recebe curtíssima temporada do díptico Angels in America



O espetáculo Angels in America, versão cênica de Paulo de Moraes para a obra-prima de Tony Kushner, faz temporada no Teatro Sérgio Cardoso de 1º a 16 de fevereiro, sábados e domingos. A montagem é dividida em duas partes que serão apresentadas uma em sequência da outra: O Milênio se Aproxima acontece às 17h e Perestroika às 20h. Até o dia 24 de janeiro, todos os ingressos estarão disponíveis para venda no valor da meia-entrada.

Considerada por muitos estudiosos como o texto teatral mais importante dos últimos 50 anos, Angels in America é um díptico escrito por Tony Kushner no início dos anos 1990, conquistando os principais prêmios da dramaturgia americana, como o Tony Award, Drama Desk Award e Pulitzer Prize. A montagem de Paulo de Moraes é a primeira que apresenta a peça integralmente no Brasil.

Angels in America se passa na década de 1980, em Nova York, durante a chamada Era Reagan e quando a AIDS assola a cidade como uma espécie de epidemia. Mas Nova York aqui pode ser qualquer um desses lugares densamente povoados, lotados, onde é fácil pensar que a pessoa ao seu lado no metrô ou no elevador, ou mesmo na cama, pode estar do outro lado do mundo.  Há uma pressa, uma urgência, nesse ir e vir constante da grande cidade que parece não permitir o tempo estendido de se conectar ao outro. Mas, apesar e por conta disso, as personagens arrebatadas de Tony Kushner – cheias de dor, medo e uma frágil esperança – tentam fazer contato dentro deste abismo.

“É um épico teatral em duas partes. É uma peça especial, imensa, um mergulho no final do século XX, mas que – diante do colapso em que o mundo se encontra hoje – revela uma atualidade esmagadora. Angels in America reflete sobre o mundo ocidental,  sobre religiões, política, relações afetivas, sexo, medo da morte, covardia, crueldade, História. Há um sentido de devastação se alastrando por toda a peça. Mas o resultado cênico é um movimento constante, personagens se fazendo vivos por estarem em movimento”, comenta o diretor Paulo de Moraes.

“Embora haja um cheiro de realidade permanente, a nossa montagem não é nada realista. Usamos um espaço nu, aberto. E pairando sobre esse espaço aberto, um grande teto branco, uma espécie de asa geométrica, como um anjo pairando sobre a História. Fora isso, usamos pouquíssimos elementos em cena, para que os corpos dos atores sejam determinantes pra narrativa e a imaginação do publico seja cúmplice e finalizadora do acontecimento estético”, conclui Moraes. Angels in America foi adaptada para a televisão pela HBO em 2003, resultando numa minissérie de sucesso, com um elenco estelar liderado por Al Pacino e Meryl Streep.

Sinopse curta
Angels in America se passa na década de 1980, em Nova York, quando a epidemia de AIDS assola a cidade. Mas Nova York, aqui, pode ser qualquer um desses lugares densamente povoados, lotados, onde é fácil pensar que a pessoa ao seu lado no metrô ou no elevador, ou mesmo na cama, pode estar do outro lado do mundo. Considerada por muitos estudiosos como o texto teatral mais importante dos últimos 50 anos, Angels in America é um díptico escrito por Tony Kushner no início dos anos 1990. Composto de O Milênio se Aproxima (parte 1) e Perestroika (parte 2), o texto de Angels in America  recebeu os principais prêmios da dramaturgia americana, incluídos aí os prestigiados Tony Award, Drama Desk Award e Pulitzer Prize.

Sobre a peça e as personagens
Deus abandonou o paraíso. Na terra – mais especificamente na cidade de Nova York – um novo profeta está para surgir. O ano é 1985, o milênio se aproxima rapidamente, e Prior Walter (Jopa Moraes) é o profeta que se erguerá dos destroços deste terrível século. Mas ele tem problemas maiores. Com apenas trinta anos, acaba de ser diagnosticado com AIDS. Seu namorado, Louis (Felipe Bustamante), é incapaz de lidar com a progressão dos sintomas. O vômito, as feridas, a doença o apavoram de tal modo que ele decide se mudar e deixa Prior. Sozinho no apartamento, Prior – o profeta – tem sonhos febris onde ouve uma voz angelical que chama por ele.

Paralelo a isso, o famoso advogado Roy Cohn (Sérgio Machado) – uma figura que realmente existiu – também recebe de seu médico a notícia de que está com AIDS.  Perverso e ultraconservador, esconde sua homossexualidade e sua doença. Por mais temido e influente que seja em todo o país, é a primeira vez que Cohn se depara com algo que não pode controlar.

O pupilo de Roy, Joe (Ricardo Martins), é mórmon e trabalha no Tribunal de Apelação como chefe de gabinete há cinco anos. Roy oferece a ele um cargo importante no Departamento de Justiça em Washington, para que Joe o beneficie em um processo que visa expulsar Cohn da Ordem dos Advogados. Joe se vê dividido entre a carreira e seus princípios éticos. Além disso, seu casamento com Harper (Lisa Eiras) não vai nada bem. A criação religiosa fez com que Joe nunca assumisse sua homossexualidade e, para aplacar a depressão da relação, Harper ingere quantidades enormes de Valium, buscando refúgio em suas alucinações. Num momento de crise, Joe liga para a mãe, Hannah (Patrícia Selonk), e conta para ela que é gay.

Hannah o repreende veementemente durante a ligação, mas dias depois vende a casa em Salt Lake City, onde morava, e chega em Nova York para descobrir que o filho sumiu. Ele deixa Harper para viver com Louis – que trabalha no tribunal como digitador – a sexualidade que sempre reprimiu. Joe – advogado, mórmon, republicano – personifica a América que Louis abomina, mas um improvável elo se forma entre eles, uma paixão sexual e poderosa.

Prior está desolado sem alguém do seu lado. Perdeu muitos amigos para a AIDS nos últimos tempos e teme ser o próximo. No auge da doença e da febre, um Anjo desce dos céus e aparece em seu quarto. O Anjo (Marcos Martins) é de certa forma assustador. Ele explica que o movimento da espécie humana – sua incapacidade de se manter parada, de não se misturar – seria a causa dos males do mundo e do desaparecimento de Deus. Prior é o escolhido para restabelecer a paz, cessando todos os movimentos migratórios da humanidade. Ele faz de tudo para rejeitar sua profecia, se torna progressivamente mórbido e amargurado, causando preocupação em seu amigo Belize (Zéza), que tenta ajudá-lo a lidar com a rejeição de Louis e a cuidar da saúde debilitada.

Belize é enfermeiro e trabalha no turno da noite no hospital em que Roy é internado. Negro, gay e ex-drag queen, conhece bem as feridas  profundas causadas pelo avanço da política e do pensamento neoliberal defendidos por Roy Cohn. Isolado e enfraquecido, Roy recebe a visita de uma velha conhecida, o fantasma de Ethel Rosenberg (Patrícia Selonk), que foi condenada à cadeira elétrica nos anos 50 graças à influência do advogado nos anos do Macarthismo. O que fazer diante de um sofrimento arrasador? Como sobreviver a uma época monstruosa? É preciso parar ou devemos manter as nossas vidas em constante movimento?


Ficha técnica
Texto: Tony Kushner. Direção: Paulo de Moraes. Tradução: Maurício Arruda Mendonça. Elenco (em ordem alfabética): Felipe Bustamante (Louis Ironson), Jopa Moraes (Prior Walter), Lisa Eiras (Harper Pitt), Marcos Martins (O Anjo), Patrícia Selonk (Hannah Pitt + Ethel Rosemberg), Ricardo Martins (Joe Pitt), Sérgio Machado (Roy Cohn), Zéza (Belize + Sr. Mentira). Cenografia: Paulo de Moraes e Carla Berri. Iluminação: Maneco Quinderé. Figurinos: Carol Lobato. Música Original: Ricco Viana. Videografismo: Rico Vilarouca e Renato Vilarouca. Preparação Corporal: Paulo Mantuano. Fotografia: Mauro Kury e Nytiam. Designer Gráfico: Daniel de Jesus. Assistente de Produção: William Sousa. Produção Executiva: Isabel Pacheco. Produção: Armazém Companhia de Teatro e Périplo.

Serviço
Angels in America
De 1 a 16 de fevereiro de 2020. Sábados e domingos, 17h (O Milênio Se Aproxima) e 20h (Perestroika)
Ingressos:
Plateia VIP - R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (estudantes, professores e idosos e moradores da Bela Vista).
Plateia – R$ 50,00 (inteira) e R$ 25 (estudantes, professores e idosos e moradores da Bela Vista).
Balcão – R$ 40 (inteira) e R$ 20 (estudantes, professores e idosos e moradores da Bela Vista).
Classificação: 16 anos.
Duração: 140 minutos (O Milênio Se Aproxima) e 160 minutos (Perestroika).
Capacidade: 827 pessoas, sendo oito espaços para cadeirantes (Sala Sérgio Cardoso).

Sobre a Amigos da Arte

A Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão do Teatro Sérgio Cardoso, trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e iniciativa privada desde 2004. Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo difundir a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos como o Museu da Diversidade Sexual e o Teatro Estadual de Araras. Saiba mais em: www.amigosdaarte.org.br.

Teatro Sérgio Cardoso
Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista. São Paulo – SP. CEP 01326-010.

Estações do Metrô Próximas: São Joaquim e Brigadeiro. Linhas de ônibus: 475M-10 Jd. da Saúde; 967A-10 Imirim/Pinheiros.
Bilheteria - 11 3288-0136. Horário de Funcionamento: Vendas Antecipadas – de terça a sábado das 14h às 19h | Vendas para o Espetáculo do dia – das 14h até o início do espetáculo.


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