[Resenha] As Filhas do Capitão

Sinopse: Nova York, 1936. A pequena taberna El Capitán é inaugurada na rua Catorze, um dos redutos da colônia espanhola que então reside na cidade. A morte acidental de seu proprietário, o inconsequente Emilio Arenas, força suas indomáveis filhas a tomarem conta do negócio, enquanto nos tribunais é negociado o pagamento de uma promissora indenização.Abatidas e atormentadas pela necessidade urgente de sobrevivência, as temperamentais Victoria, Mona e Luz Arenas irão trilhar seus caminhos entre arranha-céus, compatriotas espanhóis, adversidades e amores, determinadas a transformar um sonho em realidade.
De leitura ágil, envolvente e tocante, As filhas do capitão acompanha a história dessas três jovens forçadas a atravessar um oceano, se estabelecer em uma deslumbrante cidade e lutar para encontrar seu caminho. Uma homenagem às mulheres que resistem quando os ventos sopram em sentido contrário e a todos os que viveram – e vivem – a aventura, muitas vezes épica e quase sempre incerta, da emigração.

O que eu achei?
Por muito tempo tive vontade de ter contato com a escrita de María Dueñas, autora do grande sucesso Tempo Entre Costuras (que ganhou uma adaptação em série pela Netflix) e a editora Planeta anunciou Filhas do Capitão justamente na hora que eu estava pesquisando mais sobre os trabalhos da autora. Tendo sua fama, quando se vai ler a históriua depois de sua hype é um pouco arriscado levar um balde de água fria com toda a expectativa que criamos em torno da história, mas posso dizer que esse livro foi além e supriu muito do que eu esperava. 

A história se passa em Nova Iork no ano de 1936, a época em que muitas pessoas estavam migrando para o continente em busca de um sonho, mas após a morte acidental do proprietário da taberna El Capitán faz com que o pai de Victoria, Luz e Mona as força seguir viagem e com a urgência de buscar pela sua sobrevivência e assim as três jovens vão trilhar um caminho infeliz e regado a maus bocados.

A história é um belo relato de como é a vida de um imigrante, independente do tempo, muitas das coisas que vemos no livro é algo que se transcorreu até o dia de hoje. Não apenas o fato de três irmãs em uma cidade nova e sem qualquer orientação, autora vai nos colocar a história sem rodeios e da forma nua e crua que se pode imaginar da realidade. 

Um ponto que pode ser visto como negativo, é que Dueñas não poupa detalhes para fazer com que o leitor seja emergido em todo o contexto. Mesmo em alguns poucos momentos possam até ser cansativos, faz parte de toda a ideia de realidade da autora e a sensação ao ler é surreal. Em uma história que vai além de sonhos e sobrevivência, As Filhas do Capitão tem muito a nos ensinar e com certeza você termina a leitura de uma forma bem diferente da que começou.

Por Leonardo Alves

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