[News]Oi Futuro apresenta o espetáculo “Enquanto você voava, eu criava raízes”

 

Oi Futuro apresenta o espetáculo

“Enquanto você voava, eu criava raízes”



 

Nova montagem da premiada companhia franco-brasileira

Cia. Dos à Deux estreia em 11 de agosto no teatro do centro cultural Oi Futuro


Crédito fotos Renato Mangolin

 

Há dois anos, quando, em virtude da pandemia, estavam isolados na casa-sede da Cia. Dos à Deux no Rio de Janeiro, André Curti e Artur Luanda Ribeiro iniciaram um longo processo criativo de seu novo espetáculo: “Enquanto você voava, eu criava raízes”. A partir de uma imersão profunda, os artistas encontram na solidão uma liberdade criativa que ainda não haviam experimentado em 30 anos de carreira. Assim como em suas obras anteriores, eles partiram de uma palavra-chave para elaborar a dramaturgia visual. O medo – e as múltiplas sensações provocadas por este sentimento – foi o ponto de partida desta montagem. Porém, não apenas o medo enquanto força paralisante, mas como um impulso para uma travessia rumo ao renascimento.

 

Com dramaturgia, cenografia, encenação e performance de André Curti e Artur Luanda Ribeiro, “Enquanto você voava, eu criava raízes” estreia em 11 de agosto no teatro do Oi Futuro. A temporada segue até 25 de setembro, com sessões de quinta a domingo, às 20h. O espetáculo conta com o patrocínio da Oi e o apoio cultural do Oi Futuro. A peça tem patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

 

Com o isolamento, num momento de instabilidade e fragilidade coletiva, André  e Artur mergulharam nos múltiplos medos que nos atravessam para, aos poucos, chegar a estados, sentimentos e emoções, a que deram o nome de “espaços íntimos de sensações”. “Já nascemos com medo. O primeiro é o da nossa própria sombra, o encontro com o nosso duplo, mas sem rosto. Algo que desconhecíamos e que nos acompanha a vida inteira”, diz André. “Este trabalho, diferente dos outros, se manifestou de forma quase mitológica, recuperando o ritualístico, resgatando do teatro elementos fortes que são da tragédia – o ritual, a perda, a morte, a separação. Cada ‘quadro’, num primeiro instante, impõe uma leitura metafísica, revelando símbolos que reverberam no inconsciente. É um espetáculo para ver com os ouvidos e ouvir pelos olhos”, conta Artur.  

 

Entre o onírico e a realidade, “Enquanto você voava, eu criava raízes” não tem uma dramaturgia linear. Os dois personagens são corpos que ora se juntam, ora se separam. São duas sombras que se fundem – como um oráculo dos sonhos que revela corpos suspensos e invertidos no espaço. Com seus membros prolongados, tentam alcançar e se segurar um ao outro, ficando suspensos para não cair. Impelidos pelo medo, eles se encontram à beira do precipício. Como não sucumbir ao vazio? Como não cair? “Para mim, nesse espetáculo, ficamos na beira do abismo desde o início”, diz André. “São os abismos que temos dentro de nós, essa sensação de vazio permanente, de que há algo dentro se abrindo e um outro eu está caindo dentro da gente”, complementa Artur.

 

Numa fusão entre o teatro gestual e as artes visuais, a Cia. Dos à Deux propõe que o público assista ao espetáculo como que através de uma lente de cinema. Por trás dessa tela que se assemelha a um portal, como se fosse um grande oráculo dos sonhos, Artur e André criaram narrativas visuais. Mas é por meio de seus corpos, da fisicalidade e da virtuosidade, que a ilusão acontece em cena. Criados pelo diretor de fotografia Miguel Vassy e pela artista plástica Laura Fragoso, as imagens projetadas em cena dialogam com a dramaturgia, assim como a música original criada por Federico Puppi.

 

“O Centro Cultural Oi Futuro sempre pautou suas escolhas conjugando excelência artística, ousadia e a conexão com os desafios do nosso tempo. Seja refletindo, por diversos olhares, nossa história recente ou, também, provocando um mergulho nas emoções desencadeadas por nosso modo de vida. Por isso, acreditamos que, quanto mais íntima e pessoal uma obra nasce, mais universal será. “Enquanto você voava, eu criava raízes”, da Cia. Dos à Deux, é um desses espetáculos. Uma experiência viva, na interseção entre artes visuais e teatro, que nos convida sentir esse caleidoscópio de sentimentos que o isolamento social despertou em cada um de nós. Em tempos em que nossa saúde mental e as novas relações interpessoais, profissionais e afetivas estão em xeque, obras como essa são uma oportunidade de inspiração e reflexão”, diz Victor D’Almeida, gerente executivo de Cultura do Oi Futuro.

 

CIA. DOS À DEUX

Há 24 anos, André Curti e Artur Luanda Ribeiro iniciavam na França uma parceria artística com a criação da Cia. Dos à Deux. Eles se conheceram durante um festival em Paris e decidiram começar juntos uma pesquisa teatral e coreográfica, tendo como inspiração a obra “Esperando Godot”, de Samuel Beckett. Em 1998, nascia o primeiro trabalho, “Dos à Deux”, peça que deu nome à companhia. Descobertos no Festival de Avignon com esse primeiro trabalho, os dois então jovens criadores tiveram um imediato reconhecimento pela crítica e pelos curadores, lhes impulsionando pelas estradas de todos os países da Europa, além da África, América do Sul, Coreia do Sul e na Índia.

 

A premiada companhia franco-brasileira de teatro gestual arrebatou plateias em mais de 50 países, somando mais de 2 mil apresentações por toda a Europa, África Central, Ásia, Polinésia Francesa, Emirados Árabes e América do Sul. O repertório é formado por 11 espetáculos: “Dos à Deux” (1998), “Je suis bien moi” (2000), “Fulyo” (2000), “Aux pieds de la lettre” (2002), “Saudade em terras d’água” (2005), “Fragmentos do desejo” (2009), “Ausência” (solo com Luís Melo, de 2012), “Dos à Deux - 2º ato” (2013) “Irmãos de sangue” (2013, “Gritos” (2016) e “Enquanto você voava, eu criava raízes” (2022). Em 2021, sete espetáculos da companhia foram exibidos na mostra online “Dos à Deux - A Singularidade de uma Trajetória”.

 

Depois de mais de duas décadas instalada na França, há sete anos a Cia. Dos à Deux passou a ter duas sedes: uma em Paris e outra no Rio de Janeiro. Para criar a sede carioca, Artur e André reformaram um antigo cortiço construído em 1846, no bairro da Glória. Além de abrigar a companhia, o espaço vem se estabelecendo como um local para oficinas e residências artísticas para outros grupos.

 

Site: www.dosadeux.com Instagram: @ciedosadeux Facebook: dosadeux  

FICHA TÉCNICA

Direção, dramaturgia, cenografia e performance: André Curti e Artur Luanda Ribeiro

Música original: Federico Puppi

Iluminação: Artur Luanda Ribeiro

Cenotecnia: Jessé Natan

Assistentes de cenotecnia: Bruno Oliveira, Eduardo Martins e Rafael do Nascimento

Criação de objetos: Diirr

Criação videográfica: Laura Fragoso

Imagens: Miguel Vassy e Laura Fragoso

Figurino: Ticiana Passos

Operação de som e vídeo: Gabriel Reis

Operação de luz: Filipe Medeiros e Tiago d'Avila

Contrarregragem: Iuri Wander

Preparação/criação percussiva: Chico Santana

Costura da caixa preta: Cris Benigni e Riso

Costura dos figurinos: Atelier das Meninas

Assessoria de imprensa: Paula Catunda

Mídias sociais: Mariã Braga

Designer gráfico: Bruno Dante

Fotos: Nana Moraes e Renato Mangolin

Coordenação administrativo-financeira: Alex Nunes e Patrícia Basílio

Produção executiva: Ártemis e Alex Nunes

Direção de produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela - Galharufa Produções

Realização: Cia Dos à Deux



 

SERVIÇO:

Espetáculo: “Enquanto você voava, eu criava raízes”.

Temporada: de 11 de agosto a 25 de setembro de 2022

Local: Oi Futuro (Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo – Rio de Janeiro)

Informações: (21) 3131-3060

Dias e horários: de quinta a domingo, às 20h

Capacidade: 63 lugares

Classificação etária: 18 anos

Ingressos: R$ 30 (meia) e R$ 60 (inteira)

Venda de ingressos: na bilheteria do centro cultural, de quarta a domingo; e pela plataforma Sympla.

Nenhum comentário