[News] Ciro Belluci traz personalidade e extensa bagagem musical em disco de estreia, com releituras de clássicos da música brasileira

 Ciro Belluci traz personalidade e extensa bagagem musical em disco de estreia, com releituras de clássicos da música brasileira


O intérprete conta com participações especiais de Zé Ibarra, do Bala Desejo, Vanessa Moreno, Nailor Proveta e Paulo Paulelli


  

Ciro Belluci por Hilreli

 

  

O multiartista mineiro Ciro Belluci, baseado em Barbacena (MG), disponibiliza hoje (10) o álbum de estreia Recanto (Selo Sensorial Centro de Cultura), contendo doze faixas, sendo onze releituras de clássicos da música brasileira e uma canção inédita. Aos 22 anos, o compositor, membro do grupo de teatro Ponto de Partida, inicia sua carreira solo assinando a produção e direção musical do disco, e com Paulo Paulelli na direção artística. O álbum foi contemplado com recursos da Lei Aldir Blanc, em 2021 e gravado no estúdio da Bituca Universidade de Música Popular, que fica em sua cidade natal, com alguns registros adicionais: em São Paulo, no estúdio Arsis, e em Belo Horizonte, no Usina Estúdio. Ouça https://onerpm.link/Recanto.


O artista reuniu no repertório, músicas que marcaram sua trajetória de alguma forma, seja pela admiração aos compositores, pelas gravações existentes, ou pela temática da letra. A releitura dessas obras, adicionadas à sua identidade e bagagem musical, resultaram em uma linguagem única.


A ideia do disco veio de um show que eu já fazia e, quando surgiu a oportunidade, achei que valia a pena encontrar um bom repertório e gravar, registrar o encontro desses músicos e a sonoridade desse grupo que já gostava de tocar junto. Quem me acompanhava era Pitágoras Silveira no piano, Gladston Vieira na bateria e Matheus Duque no sax. E foram esses mesmos músicos que estiveram comigo na criação dos arranjos e na gravação do álbum”, revela o artista responsável pela direção e produção musical.

 

As participações especiais no repertório são um ponto marcante do disco: Zé Ibarra, da banda Bala Desejo, divide os vocais com Ciro na faixa Beijo Partido, também com Vanessa Moreno na faixa Baião de Quatro Toques, e com Nailor Proveta e Paulo Paulelli no saxofone e baixo acústico em Choro pro Zé.

 

“Zé Ibarra é uma voz que amo desde a primeira vez que ouvi. Ele foi o único das participações, que veio para Barbacena durante as gravações, e foi maravilhoso passar o dia juntos no estúdio conversando, experimentando e procurando caminhos para chegar na gravação final. Eu já o conhecia e tinha muita vontade de fazer algo junto, o disco foi a oportunidade perfeita. Já Vanessa é uma das minhas principais referências de cantores hoje em dia, ela tem uma estética que gosto muito no campo do improviso, uma coisa de brincar com o som e com a voz. O Nailor Proveta é um nome que sempre aparecia e me instigava muito desde que comecei a ouvir música brasileira com ouvidos de estudo. Escutei muitos discos dele tocando com gente que admiro, arranjando naipes que sei de cor. Tê-lo no disco é muito importante por tudo o que ele representa na música, e também pela satisfação de, agora, poder ouvi-lo tocando comigo”, brinca Ciro.

 

Com o intuito de criar uma estética particular para o álbum, o artista optou por gravar alguns dos instrumentos simultaneamente: “Gravamos tentando executar o máximo de coisas ao vivo possível: teclado em linha, bateria numa sala e sax em outra; ou então, o violão no lugar do sax, dependendo da formação. Os baixos de duas músicas foram executados pelo Adalberto Silva nesse mesmo esquema do 'ao vivo'. Os outros, tocados pelo Paulelli, tiveram que ser inseridos depois, em cima da gravação da base já feita anteriormente. Isso foi um medo no início, mas depois que vimos que era possível manter o clima que queríamos mesmo à distância, nos tranquilizamos”, explica o artista.


Além da sonoridade musical, uma das marcas da linguagem do disco é a interpretação das letras das músicas. Sob direção vocal de Pablo Bertola, Ciro propõe uma forma quase teatral de cantar, buscando entender a música para além das notas, tentar transmitir a emoção e o sentimento que aquelas palavras carregam junto aos seus significados. 


Faixa a faixa

 

A faixa que abre o disco é Oriente, que também foi lançada como primeiro single do projeto musical. A releitura da obra de Gilberto Gil evidencia a dramaticidade dos arranjos, e traz influências de Elis Regina na interpretação. “A gravação do Gil voz e violão sempre me impactou muito, e a letra dessa música me toca fundo. Acho que ela comunica com qualquer jovem, na verdade, essa coisa de se orientar, e tomar decisões, e se deparar com o mundo real. Quando canto, sinto que é quase pra um espelho”.


Composta por José Miguel Wisnik e Luiz Tatit, Baião de Quatro Toques foi interpretada pelo grupo vocal Ordinarius, com quem Ciro tomou conhecimento não só da canção, como das obras de Wisnik e Tatit. Na nova versão uma mistura de jazz com baião marca a canção que conta com a participação de Vanessa Moreno. “Esse tipo de música animada, articulada, ágil e percussiva, é um lugar super marcante da Vanessa, por isso a escolhi para essa música”.


Canção original de Guinga e Aldir Blanc, Choro pro Zé é apresentada com voz, saxofone e baixo. Nailor Proveta, saxofonista na faixa, também proveu como referência musical na construção  dos arranjos. “Ele tem muitas gravações neste formato só com voz e sopro, e desde quando ouvi esse tipo de coisa pela primeira vez, sempre quis experimentar também, e ainda mais com alguém do nível do Proveta”.


Uma das primeiras músicas a entrarem no repertório do álbum foi, Agnus Sei, de João Bosco. "Quando ouvi a gravação da Elis foi que comecei a entender o que era a Elis. Ouvi repetidamente por algum tempo, e desde então sempre quis cantá-la também, mas acabou que nunca rolou. Pro disco, foi uma das primeiras que escolhi, junto com Oriente".


Djavan é uma das fortes influências do artista, que escolheu a faixa Doidice para representar o alagoano. Originalmente mais pop, a canção ganhou a atmosfera jazzística na releitura. “Na gravação, a referência que dei pros meninos era pensar numa cena de filme noir, um bar às 4 da manhã, um cara solitário fumando um cigarro e ouvindo um jazz. Tenho muito isso de buscar referências não sonoras para transformar em música”.


Beijo Partido, de Toninho Horta entra no repertório e sela a parceria entre Ciro e Zé Ibarra, que empresta sua voz e interpretação nesta faixa. “Queria ter Toninho Horta no disco e achei que Beijo Partido seria uma forma de também homenagear Milton Nascimento, que fez a gravação mais icônica da música. Zé Ibarra é uma voz que amo desde a primeira vez que ouvi, no primeiro disco da Dônica, e nos conhecemos por acaso na casa de uma amiga em 2017. Sempre quis fazer algo com ele e o disco foi a oportunidade perfeita. 


O apreço de Ciro por Chico Buarque é mostrado na canção Flor da Idade. “Além de tudo o que ele é na música, essa coisa de contar histórias nas letras me agrada muito, acho que pelo meu flerte com o teatro. Musicalmente, Pitágoras propôs o ostinato nesse tempo doido, começamos a experimentar e gostamos”.


O jazz do Brasil ganha destaque na releitura da obra Zoeira, da compositora carioca Joyce Moreno e Paulo César Pinheiro. “Ela representa uma linguagem de jazz brasileiro que adoro, então a queria no compilado. A nossa versão tem muito da gravação dela, mas tem um quê a mais que não sei dizer de onde vem ou uma referência específica, acho que foi da soma da bagagem de cada um mesmo”.


O afro samba de Baden Powell e Vinícius de Moraes vem na faixa Canto de Xangô, que contou com participação de Serginho Silva na percussão, Ivan Correa no baixo e Mauro Rodrigues nas flautas e direção. “Sempre gostei de ouvir os afro sambas, as gravações originais do baden, as da Mônica Salmaso com o Bellinatti, as do Mário Adnet... E de todas, o Canto de Xangô era uma que me batia muito forte. Senti que essa era uma referência importante e que seria uma textura diferente no disco. Uma referência estética também foi o disco Suíte Para os Orixás, do Esdra Neném, com o Mauro Rodrigues, que dirigiu e tocou as flautas dessa faixa”.


A Medida da Paixão, composta por Lenine e Dudu Falcão entra no repertório e evidencia a sinergia da dupla Ciro e Pitágoras. “Queria uma faixa só de voz e piano, tanto pela estética quanto para registrar oficialmente minha parceria com Pitágoras, que além de companheiro de trabalho, é um amigo muito querido. Ter o Lenine também já era uma vontade, e aí quando passei por essa música, bateu na hora”.


Os arranjos rock ‘n roll de Rita Lee e Roberto de Carvalho presentes na faixa Nem Luxo, Nem Lixo foram completamente ressignificados nessa versão presente no repertório, que foi escolhida como segundo single - editada em abril. “Além da função musical, acho super simbólico ter a Rita Lee no disco, que não foi uma compositora que ouvi muito, mas que tenho muitas memórias afetivas gostosas com algumas músicas em específico”.


Passageira, desce as cortinas e é a única inédita do disco. ”O Pablo me mandou essa música, pois achava que tinha muito a ver comigo. Fiquei super feliz com o presente. Até certo ponto o disco seria só de releituras e, por conta disso, até cogitei não colocá-la. Como o conceito acabou se transformando em abrir as bagagens e recantar as referências, fazia muito sentido ter uma música do Pablo Bertola e do Lido Loschi no meio disso, já que eles são, há um bom tempo, compositores das trilhas originais do Ponto de Partida, que cresci assistindo”, finaliza Ciro.


Capa de Recanto  - download aqui


CAPA

 

Na direção criativa da capa, além do artista, também assina: Hilreli e Maria Vasques da agência Metaphora. 


"Recanto é uma coletânea de referências, quase que um caderninho de anotações e lembranças. Mas é, também, uma estreia, o primeiro lançamento de Ciro. E isso traz uma dicotomia complexa e bonita de expor, com toda a pompa de uma estreia, o que tem de mais íntimo num artista, que é a sua bagagem. A intenção com a capa foi traduzir essa junção em imagens. Trazer ‘o íntimo’ no sofá, nos quadros, no tapete, no aconchego do ambiente em geral, e "a estreia" na luz, nas cores, no palco e na atitude", revela a diretora.



OUÇA AQUI


MATERIAL DE DIVULGAÇÃO AQUI


FICHA TÉCNICA 


Recanto (Selo Sensorial Centro de Cultura)


1 - Oriente - Gilberto Gil

2 - Baião de Quatro Toques - José Miguel Wisnik e Luiz Tatit

3 - Choro pro Zé - Guinga e Aldir Blanc

4 - Agnus Sei - João Bosco e Aldir Blanc

5 - Doidice - Djavan

6 - Beijo Partido - Toninho Horta

7 - Flor da Idade - Chico Buarque

8 - Zoeira - Joyce Moreno e Paulo César Pinheiro

9 - Canto de Xangô - Baden Powell e Vinícius de Moraes

10 - A Medida da Paixão - Lenine e Dudu Falcão

11 - Nem Luxo, Nem Lixo - Rita Lee e Roberto de Carvalho

12 - Passageira - Pablo Bertola e Lido Loschi


Produção e Direção Musical: Ciro Belluci

Arranjos: Ciro Belluci e Pitágoras Silveira

Direção Artística: Paulo Paulelli

Direção de Voz: Pablo Bertola

Banda: Ciro Belluci (voz em todas as faixas; flauta nas faixas 1 e 11; violão nas faixas 2, 6, 8, 9, 12; guitarra nas faixas 5 e 11),

Pitágoras Silveira (teclados e pianos),

Gladston Vieira (baterias),

Matheus Duque (saxofones, exceto na faixa 3),

Paulo Paulelli (baixo nas faixas 3, 5, 8 e 12),

Adalberto Silva (baixo nas faixas 2 e 11),

Serginho Silva (percussão nas faixas 9 e 11),

Mauro Rodrigues (flautas e direção musical na faixa 9),

Ivan Corrêa (baixo na faixa 9)

Participações Especiais: Nailor Proveta (saxofone na faixa 3), Vanessa Moreno (voz na faixa 2) e Zé Ibarra (voz na faixa 6)


Estúdio: Bituca - Universidade de Música Popular

Captação e Edição: Pitágoras Silveira

Mixagem: Maurício Ávila - Sonidus Estúdio

Masterização: Fernando Delgado


Vanessa Moreno e Nailor Proveta: gravados no estúdio Arsis, em São Paulo, por Adonias Jr

Serginho Silva: gravado por Eneias Xavier, em Belo Horizonte no estúdio Usina

Paulo Paulelli, Ivan Corrêa e Mauro Rodrigues gravaram de suas próprias casas




Capa


Direção Criativa: Ciro Belluci, Hilreli e Maria Vasques

Direção de arte: Metaphora, por Maria Vasques

Assistência de arte: Gilberto Almada

Projeto gráfico e Fotografia: Hilreli

Iluminação: Rony Rodrigues

Maquiagem: Isadora Belluci

Cabelo: Brayan Sousa (Barbearia VIP - Barbacena)

Confecção de figurino: Catia Araujo e Elizabeth Carvalho

Locação: Estação Ponto de Partida


Produção Executiva: Ciro Belluci

Apoio: Grupo Ponto de Partida

Selo: Sensorial Centro de Cultura



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SOBRE CIRO BELLUCI


Ciro Belluci é um multiartista mineiro de 22 anos, baseado em Barbacena (MG). A música se fez presente desde a infância. Criado em berços de músicos profissionais, e também informais, aos 8 anos, por influência do seu pai, iniciou os estudos em seu primeiro instrumento: Violão. Ao longo de sua jovem jornada, o músico se formou pela Universidade de Música Popular, Bituca, em Violão com Gilvan de Oliveira, Guitarra com Leandro do Carmo, Harmonia e Musicalização pelo método Kodály com Ian Guest, Percepção Musical com Felipe Moreira e Prática de Conjunto com Mauro Rodrigues.


Também participou de oficinas e workshops com figuras importantes da música brasileira como Hamilton de Holanda, Nelson Ayres, Marco Pereira, Toninho Ferragutti, Toninho Horta, David Tygel, Lea Freire e Toninho Carrasqueira. 


Em 2017 e 2018 fez uma residência artística com o grupo de teatro Ponto de Partida, resgatando os estudos iniciados na área teatral, de quando tinha apenas 10 anos. Em 2019 passou a integrar o elenco como ator, cantor, músico e arranjador. No mesmo ano participou do álbum Caostrofobia de Clara Castro, compondo a faixa Espelho e violinista na música Longe do Mundo. Em 2020 participou do disco Sentado no Céu de Nathan Itaborahy, como cantor e violonista na canção “Desencaixe” e como arranjador e instrumentista do álbum Retumbante (2021), de Pablo Bertola. 


Essa rica formação musical e teatral, essa efervescência cultural que ocupa o interior de Minas Gerais, fez Ciro, apesar de muito jovem, se tornar um artista capaz de admirar, absorver e ressignificar a música dos grandes mestres.

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