[News] Festival do Rio: Partida, de Caco Ciocler, na Première Brasil Mostra Fronteiras dia 14

PARTIDA, documentário dirigido por Caco Ciocler, participará da Première Brasil Mostra Fronteiras do Festival do Rio no dia 14 de dezembro, com a sessão seguida de debate no dia 16.  O filme fez sua estreia nacional no dia 19 de outubro na 43 º Mostra Internacional de São Paulo, entrou na lista dos longas mais bem avaliados pelo público desta edição. O filme tem a produção de Beto Amaral e Caco Ciocler, coprodutor Paulo Vidiz, com a produtora Cisma Produções (Vazante, O Banquete, Insolação) e coprodução da Zumbi Post. O documentário também estará no 14º Fest Aruanda dias 2 e 3 de dezembro.

     Esta é a segunda direção de Caco Ciocler. A estreia foi com o documentário Esse Viver Ninguém Me Tira, sobre a busca do diretor pela história de Aracy Moebius de Carvalho, segunda mulher de Guimarães Rosa, que teria ajudado muitos judeus a saírem da Alemanha nazista e emigrarem para o Brasil. O longa foi selecionado para o Festival de Gramado e para a Mostra Competitiva do Festival do Rio em 2014, além de ganhar o prêmio de melhor filme no festival de cinema brasileiro de Los Angeles.

     No documentário PARTIDA, diante do resultado da última eleição no Brasil, a atriz Georgette Fadel decide se candidatar à presidência da República em 2022. E para se reencontrar com anseios que pareciam agora impossíveis, embarca de ônibus numa viagem ao Uruguai na utópica tentativa de passar o Réveillon nos braços do ex presidente Pepe Mujica, sua maior referência política viva. Mas não parte sozinha. Ainda nos primeiros minutos, esbarra em Léo, um empresário rico, com posições políticas polêmicas. De cara, seu antagonista e, quem diria, maior parceiro na jornada. As irreconciliáveis brigas de sempre entre a "esquerda" e a "direita", que dividiram amigos, famílias e o país em 2018, darão lugar à paisagem caminhante. Na companhia de outros viajantes e de um grande amor, uma surpresa comum dará sentido à Partida.

   “No réveillon do ano passado tive esta ideia. Sempre admirei o Mujica e havia ainda a lenda de que morava num sitio e recebia as pessoas que lá chegavam. Estava ensaiando uma peça com a Georgette e ela comentou que queria se candidatar. Tudo fez sentido. Falei: você vai comigo. ” Declara Caco. “Esse desejo foi crescendo e cogitamos a possibilidade de aproveitar para fazer disso um filme", complementa.

     A ideia repentina foi tomando corpo e junto com ele as justificativas todas foram fazendo sentido para a equipe e para o diretor: o fato de passar a virada do ano fora do país, durante a posse do novo presidente, a Georgette candidata por um partido formado só por mulheres chamado Partida. “Era final de 2018, momento de muita expectativa, muito medo, tínhamos um país realmente dividido, um país partido. O filme nasce neste momento. Eu tinha muita curiosidade em propor alguma comunicação entre esses dois mundos, queria promover o encontro, saber o que aconteceria quando os discursos intermináveis e sem escuta esgotassem, qual seria o caminho possível para alguma conciliação e no filme ela vem pelo afeto”, explica o diretor, que também é um dos personagens.

     A questão feminista também está presente no documentário. “Eu fui percebendo o quanto PARTIDA era feminista durante o percurso. A protagonista que faz parte de um partido feminista, duas câmeras mulheres, uma delas levando a filha, abriu a questão da conciliação da maternidade com o trabalho, por exemplo. Toda a dinâmica de filmagem fiz questão que acontecesse fora da lógica vertical do patriarcado.” Conclui Caco. No site Papo de Cinema o crítico Marcelo Muller coloca: “Partida constitui um gesto singelo de reconciliação com a política por meio do afeto. A liberdade de formas permite a provocação, a descoberta do filme enquanto o filme está sendo feito.”  Merten em sua coluna no Estadão declara. “Talvez precise deixar passar um tempo e rever o filme para encarar mais racionalmente o que ontem virou experiência emocional. Foi das minhas experiências marcantes na 43 Mostra”

     “Estrear na Mostra foi incrível. É filme de resistência com uma lógica horizontal, colaborativa, urgente, feito em seis dias. Um Grito diante daquele momento. 12 caras ali embarcados nesta utopia de encontrar o Mujica, na utopia de fazer um filme. Saímos sem saber se o encontro seria possível, se um filme seria possível! Mas Achamos melhor fazer alguma coisa ao invés de não fazer nada”, conclui Caco.

Com: Georgette Fadel; Léo Steinbruch, Paula Cesari, Caco Ciocler, Vasco Pimentel, Sarah Lessa, Jefferson dos Reis, Julia Zakia, Beto Amaral, Manoela Rabinovitch, Ivan Drukier Waintrob, Luiza Zakia

 Caco Ciocler
No audiovisual Caco Ciocler estreou como diretor com "Trópico de Câncer", eleito melhor filme do festival do Minuto. Seu primeiro longa-metragem "Esse viver ninguém me tira" participou nas mostras competitivas do Festival do Rio e do festival de Gramado, além de ganhar o prêmio do júri de Melhor Documentário no Festival de cinema brasileiro de Los Angeles. Em 2019, dirigiu dois episódios para a segunda temporada da série "Unidade Básica" e seu segundo longa documentário - "PARTIDA".

Georgette Fadel 
Georgette Fadel é diretora e atriz. Participou da fundação da Cia do Latão, Núcleo Bartolomeu de depoimentos e Cia São Jorge de Variedades entre outras. Dirigiu mais recentemente com a Mundana Cia e Camila Pitanga "Duelo" e, em 2019, além de dirigir "Por favor venha voando" de Pedro Kozovski, com Débora Iamm e Inez Vianna; atua na peça "Terror e Miséria no 3ºmilênio", com o Núcleo Bartolomeu de depoimentos e na série "Segunda Chamada" na TV Globo.

Sarah Lessa
Sarah é atriz formada em comunicação das artes corpo. Tem uma pesquisa ampla com os estudos de view points.  Seus últimos trabalhos foram com os diretores Cesar Augusto, Marcelo Valle. Atualmente faz um trabalho de pesquisa intensa com a diretora Georgette Fadel.

Léo Steinbruch 
Produtor teatral, pecuarista, empresário e ator.
Como ator, desde os  18 anos, trabalhou em diversas montagens,
Os Físicos, Uma História para Caliban, Equus, Um Violinista no Telhado, etc...

Vasco Pimentel
Vasco é português. Diretor de Som em inúmeros filmes desde 1979.
Trabalhou com diretores como: Wim Wenders, Samuel Fuller, Vincent Gallo e Raúl Ruiz. Nos últimos três anos, sua mente, seus ouvidos e seus microfones estão apontados ao Brasil.

Beto Amaral
Beto Amaral é formado em cinema pela Universidade de Columbia em NYC e atua como produtor, roteirista e diretor. Escreveu o roteiro do filme “Vazante”, com Daniela Thomas, e recentemente dirigiu o document´´ario “Para Onde Voam as Feiticeiras” com Eliane Caffé.

Manoela Rabinovitch
Manoela é formada em teatro na escola de artes Célia Helena, Cinema na Universidad del Cine, atua em diversas áreas do audiovisual fotografando e editando de documentários a videoinstalações e conteúdos de projetos interdisciplinares. Pesquisa na fotografia a multiplicidade das perspectivas do espaço no tempo.

Julia Zakia
Julia é formada em audiovisual pela ECA-USP, com ênfase em direção e fotografia. Desde 2004 atua nas duas funções, tendo dirigido e fotografado curtas e longas metragens selecionados em importantes festivais nacionais e internacionais. 

FICHA TÉCNICA

Direção   Caco Ciocler

Direção de Fotografia   Julia Zakia e Manoela Rabinovitch

Produção   Beto Amaral, Caco Ciocler

Produção Executiva   Bernardo Bath

Montagem   Tiago Marinho

Som   Vasco Pimentel

Colorista Henrique Reganatti

Mixagem Ricardo Zollner

Trilha Sonora Arthur de Faria

Coprodução Zumbi Post, Paulo Vidiz


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