[Review] Insatiable

Sinopse: Um advogado insatisfeito com sua vida acaba se tornando um treinador em um concurso de beleza. Lá, ele acompanha uma adolescente tímida, que sonha em ganhar a competição. O advogado só não imagina que a jovem planeja se vingar de todos os colegas que já zombaram dela.

O que achei? Insatiable foi alvo de polêmicas antes mesmo de sua estreia na Netflix, onde foi acusada de promover gordofobia, fat-shaming e glamorização de distúrbios alimentares. Houve até mesmo um abaixo-assinado com mais de 200.000 assinaturas pedindo o cancelamento da série.

A história da série original da Netflix é sobre Patty, uma adolescente que sofreu bullying a vida inteira por estar acima do peso e que, após ser agredida por um mendigo e ter sua mandíbula quebrada, emagrece rapidamente devido a uma dieta que a impediu de comer sólidos por três meses e que decide se vingar de todas as pessoas que a trataram mal decidida a ganhar um concurso de beleza.

Insatiable tenta tratar de temas sensíveis e polêmicos como bullying, pedofilia, assédio sexual e identidade sexual de forma irônica, mas falha em seu objetivo. A série não diz à que veio em sua primeira temporada e com mudanças repentinas em seu tom de humor descompromissado em um momento e sério em outro, confunde o espectador e não consegue encontrar seu lugar.

A série também tenta fazer uma sátira ao modo de vida americano, mas acaba apresentando personagens caricatos demais, beirando o pejorativo. Espera-se que a série em algum momento desconstrua o fat-shaming e o assédio sexual contra mulheres, mas isso não acontece, o que acaba sendo um desserviço em uma época onde o empoderamento feminino e campanhas como o #MeToo são importantes. Até mesmo o assunto sobre identidade sexual é tratado com clichés e de forma pejorativa.

Em nenhum momento se consegue ter empatia pela personagem principal, que é impulsiva e comete os mesmos erros ao longo da temporada sem aprender com eles de fato. Enfim, Insatiable não consegue ser uma sátira bem-feita. 


Trailer:

Escrito por Michelle Araújo Silva


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