[News]Sergio Farias resgata os Monkees no livro ‘Love is Understanding – A Vida e a Época de Peter Tork e os Monkees’

Peter Tork, Micky Dolenz, Mike Nesmith e Davy Jones não se conheciam até serem contratados para dar vida ao The Monkees, conjunto protagonista de uma série de TV que estrearia em 1966 nos Estados Unidos. Um ano depois, com os álbuns “The Monkees” (1966) e “More Of The Monkees” (1967), a banda pré-fabricada vendeu mais discos que The Beatles e Rolling Stones juntos. Havia sido dada a largada para a Monkeemania, que arrebatou não só os estadunidenses como os fãs de rock'n'roll do mundo todo. No Brasil, a febre chegou com a estreia da série em 1967. Mas foi em 1975 que Sergio Farias, assistindo a uma reprise na televisão, viu sua vida mudar. No entanto, com pouco acesso a material de pesquisa sobre uma banda estrangeira, ainda mais em um momento em que seus integrantes viviam no ostracismo, ficou aquele desejo de compreender porque, após um salto tão alto, os Monkees tiveram uma queda tão brusca. Já na escola, Sergio ensaiou escrever essa história em uma aula de Literatura. Anos depois, o jovem carioca tomou para si essa missão, escarafunchou tudo que era publicação, assistiu a vídeos, visitou feiras musicais e entrevistou diversos personagens para criar “Love is Understanding – A Vida e a Época de Peter Tork e os Monkees”, livro que está lançando em Portugal e no Brasil através da Chiado Editora.

Como fio condutor do livro, Sergio Farias escolheu contar a história do baixista – o único ex-Monkees que nunca havia ganhado uma biografia – entrelaçando-a com a do grupo. Ao vivo, The Monkees colocavam os concertos de rock em um outro patamar. Como músicos, sua diversidade marcou desde um pioneirismo no uso do sintetizador Moog até a criação do country rock. Essa unidade criativa ganhou admiradores como os músicos dos Beatles, Jimi Hendrix, Frank Zappa e Timothy Leary. Ao exporem o modus operandi da indústria fonográfica, no entanto, a opinião pública os elegeu como bodes expiatórios dos grupos pré-fabricados em plena época da contracultura. Após o fim da banda, seus membros foram relegados a um ostracismo brutal, e Peter Tork foi o mais afetado. Embora fosse um intelectual e um compositor com formação clássica, capaz de tocar sete instrumentos musicais, para a grande maioria, Peter não passava de “o bobo da série de TV”.

Nesse seu segundo livro, Sergio Farias apresenta o quarteto como um grupo que brigou pelo direito de tocar em seu próprio disco, buscando ser encarado com seriedade. O biógrafo resgata sua influência também na cena musical brasileira, configurada através de releituras de Wanderléa e da dupla Leno e Lílian e de elogios de Renato Russo. Ao focar na trajetória de Peter Tork, o autor descortina a derrota e celebra o resgate de um músico e performer de talento, desmistificando a fama de “abobalhado” que ganhou com a série de TV e de “integrante de uma boy band descartável”, como a crítica da época fez questão de catapultá-lo. “Love is Understanding – A Vida e a Época de Peter Tork e os Monkees” procura fazer justiça ao extraordinário legado dos Monkees na cultura pop, revelando também os conturbados bastidores da banda e traçando a trajetória dramática de Peter e sua peregrinação pelos seus princípios de viver, com surpreendentes sinceridade e humor.

Sergio Farias é carioca e Mestre em Administração Empresarial. Autor da peça teatral “Quem Te Viu, Quem Te Vê” e dos livros “John Lennon Vida e Obra” e “Love Is Understanding - A Vida e a Época de Peter Tork e os Monkees”, foi assistente de direção do dramaturgo e cineasta Domingos Oliveira e colaborador do jornal International Magazine e dos sites beatles.com.br, letsrock, senhorf e jovemguarda.




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