[Crítica] Guerra Fria - 42ª Mostra Internacional

Sinopse:
Durante a Guerra Fria, entre a Polônia stalinista e a Paris boêmia dos anos 50, um músico amante da liberdade e uma jovem cantora com histórias e temperamentos completamente diferentes vivem um amor impossível.

O que eu achei?
Um filme delicado, suave, que pincela nossa alma com as cores, ora vibrantes das músicas tradicionais da Polônia, ora em tons cinzentos da Guerra Fria.

No ano de 1949 um grupo de musicistas recolhe canções dos campos da Polônia - canções tradicionais, passadas por gerações de vidas simples. Escolhem um grupo de jovens cantores e dançarinos, montando assim um show típico e alegre, que percorre o mundo fascista durante a Guerra Fria, levando um pouco da sua arte. Dentro do grupo, um dos organizadores, Wiktor se apaixona por Zula, uma garota simples e ambiciosa, dona de uma voz especial e que logo se destaca no grupo. Em pouco tempo, o grupo precisa se render à política, incluindo músicas em apoio a Stalin e ao regime stanilista. 

Em revolta à essa posição e querendo a liberdade de cantar o que quiser, os amantes resolvem fugir para o lado ocidental, mas no último momento Zula desiste, preferindo o estrelato no mundo controlado à obscuridade da liberdade.

Em encontros ocasionais com intervalo de anos, eles continuam mantendo seu amor intenso, porém impossível.

Todo em preto e branco, em formato quadrado, o filme pode parecer estranho a princípio. Mas decorridos 10 minutos dele, já esquecemos esses detalhes. Percebemos que o enfoque ali são as pessoas. Com uma fotografia única, capturando paisagem, locais e pessoas de forma sutil e doce, sempre nesse espaço comprimido, e nem por isso com menos beleza, e com uma trilha sonora alegre, vibrante e bela, sua singularidade é sem dúvida especial.

As danças e músicas colorem o filme de forma vibrante. Os personagens e suas personalidades vão, aos poucos se revelando e é impossível não amá-los e odiá-los com intensidade. 

Sem dúvida, uma preciosidade que vale muito. O amor impossível de Wiktor e Zula, em sua história de 15 anos, contada em menos de 90 minutos, sem preencher o tempo com detalhes sem importância, nos conta o essencial. 

Trailer:


Escrito por Ana Margareth

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