[Crítica] Fúria em Alto Mar

Sinopse: Um general rapta o presidente da Rússia, que precisa ser resgatado por um capitão americano de submarinos e a força de operações especiais da marinha dos Estados Unidos.

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Dirigido por Donovan Marsh, Fúria em Alto Mar é baseado no livro Firing Point de Don Keith e George Wallace, e nos apresenta ao capitão da marinha americana Joe Glass. Durante a trama acompanhamos Glass na sua missão de resgatar o presidente russo que foi sequestrado e impedir um golpe de estado e uma possível Terceira Guerra Mundial.

O elenco está super a vontade em seus papéis, principalmente Gerard Butler que mais uma vez arrebenta interpretando um líder. Na pele de Glass, Butler consegue trazer um personagem com carisma, porém ao mesmo tempo imponente. Outro grande destaque está na atuação de Michael Nyqvist, que interpreta Andropov, um capitão russo que em certo ponto se vê obrigado à cooperar com Joe Glass e sua tripulação.

A trama do longa em si é bem simples, porém é dividida em dois núcleos principais, um focado na trama submersa de Joe Glass e seus homens a bordo do submarino, e outro com foco em um esquadrão especial mandado para solo russo em uma missão suicida. O filme fica alternando entre esse dois núcleos de uma forma natural, apesar da tensão causada pelo roteiro de Arne Schmidt e Jamie Moss.
Depois do desaparecimento de um submarino americano próximo à águas russas, o Pentágono designa um novo capitão para o disponível USS Arkansas. Joe Glass (Gerard Butler) passou boa parte da vida no mar e é uma lenda entre os fuzileiros navais. Ao chegar ao local do desaparecimento, a tripulação descobre que o submarino americano foi abatido pelos russos. Para não perderem a razão, os russos sacrificaram um de seus próprios submarinos para incriminar os americanos. Desafiando sua tripulação, Glass salva os sobreviventes da embarcação russa abatida. Entre eles, está o Capitão Andropov (Michael Nyqvist).

Enquanto isso, o Pentágono não consegue se comunicar com Moscou. Em busca de resposta, o Almirante John Fisk (Common) seleciona um time SEAL para a missão secreta de se infiltrar na base naval russa e descobrir o motivo do ataque. Sob comando de Bill Beaman (Toby Stephens), os quatro soldados de elite descobrem que o Presidente russo (Alexander Diachenko) está sendo mantido em cativeiro pelo seu próprio Ministro de Defesa. O Almirante Durov (Michael Gor) pretende iniciar a 3ª Guerra Mundial.
Contrariando o Chefe de Estado Maior, o General Donnegan (Gary Oldman), e com o aval da Presidente dos EUA (Caroline Goodall), os SEALs são orientados a extrair o Presidente e levá-lo ao encontro do USS Arkansas. Sim. Os bonzinhos americanos irão salvar o Presidente russo.
E tem mais, os SEALs são ajudados pelos seguranças do presidente, enquanto Glass é guiado por Andropov nas águas desconhecidas. Militares americanos e russos se ajudando pela segurança mundial.

Há algo difícil de engolir na trama, principalmente para nós que somos tão acostumados a filmes em língua estrangeira. Quentin Tarantino ensinou os EUA em Bastardos Inglórios, que é possível amar um filme falado em duas línguas além do inglês. Então, qual o sentido de escalar atores russos se eles irão falar tão pouco do seu próprio idioma que nem sequer terá legenda?
Mas existem pontos positivos sim, o filme é uma colaboração do cinema com os fuzileiros navais americanos. Assim como Perdido em Marte foi desenvolvido para promover a NASA, Fúria em Alto Mar se propõe a mostrar a realidade dos submarinos atuais. Além de exaltar aqueles que travam as constantes guerras silenciosas, seja em terra ou mar. O curioso é que, em um filme para mostrar a dignidade dos EUA, os americanos com papel de destaque são interpretados por grandes atores britânicos. A exceção é Common, mas o ex-rapper parece fadado a personagens engessados.

Fúria em Alto Mar consegue cumprir seu objetivo como um filme predominantemente de ação com alguns elementos de suspense, trazendo tensão e tirando o fôlego do telespectador durante cada batalha, sejam elas submersas ou em terra firme. Claro, que o longa não foge dos clichês dos filmes de ação que trazem um protagonista imbatível que conseguem respostas para cada situação imposta pelo roteiro, mas isso não chega a incomodar, pois algumas dessas resoluções são um tanto inesperadas.

Fúria em Alto Mar estreia no Brasil dia 25 de outubro. Assista ao trailer:


Por Priscilla Matias

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