[News]Após sete anos em cartaz, espetáculo "Amanda" estreia no Rio de Janeiro

 APÓS SETE ANOS EM CARTAZ, ESPETÁCULO “AMANDA” ESTREIA NO RIO DE JANEIRO


Foto Priscila Natany


Sucesso de crítica, solo estrelado pela atriz mineira Rita Clemente, com texto de Jô Bilac, faz curta temporada no

Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro

 

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Dirigida por Rita com interlocução artística de Diogo Liberano, o solo com texto do carioca Jô Bilac, faz curta temporada, de 10 de agosto a 04 de setembro (de quarta a domingo), no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro. Em cartaz desde 2015, após diversas temporadas pelo Brasil e apresentações online, enfim, “Amanda”, encenado pela premiada atriz mineira Rita Clemente, chega aos palcos do Rio de Janeiro. Fruto da pesquisa de dramaturgia de cena da atriz, “Solo, Sim! Monólogo, não!”, que diferencia a obra Solo da ideia de monólogo, a montagem reforça o conceito de que, no Solo, o espectador se depara com muitas outras vozes em cena, além da presença de uma só atriz.

 

“Não tem nada de improvisação, sequer se trata da efemeridade da linguagem teatral, pelo contrário, trata-se de enfatizar que os vocabulários criados resistem ao tempo e sua permanência permite que se desdobrem em novos sentidos, sem fugir do compromisso estético e estilístico da obra”, afirma Rita Clemente. O pressuposto é que a cena, tal como o texto, tem sua escrita e, por isso, pode ser revisitada, relida, novamente apreciada, mostrando uma nova perspectiva dramatúrgica para o espectador. Isto é, cada vez em que se vai ao Teatro, sempre é um novo momento para o público e para os artistas da cena. “Teatro de Arte tem vocabulário, elaboração, articulação e, como toda linguagem, pode e deve ser visto novamente. Uma cena atual e contemporânea é uma cena que dialoga com o tempo: que se inspira no passado, reflete o presente e aspira o futuro”, frisa.

 

Em “Amanda”, Rita dá vida à personagem homônima, uma mulher de meia-idade que perde progressivamente os cinco sentidos e, ainda assim, busca, corajosa e absurdamente continuar com o mínimo, com o pouco, com o nada. Gradativamente, o público vai acompanhando as sensações dessa mulher, que sem saber como e nem por quê, de repente, vê sua vida se esvaindo com a perda das sensações mais ordinárias, mas que, no fim, são as que nos mantém vivos.

 

As perdas, de maneira geral, marcam as reflexões e metáforas do contexto e Jô Bilac propõe um texto simples e, ao mesmo tempo, cheio de desmembramentos. Ao refletir os valores e recalques da classe média, através de uma autocritica bem-humorada da personagem, o texto se aprofunda e toca também no universo de uma mulher perdida em um mundo que silencia sua voz. A perda dos sentidos, proposta pelo autor do texto, é também forma redescobrir um novo “olhar” sobre a vida.

 

Como escreveu o crítico Fernando Pivotto (Aplauso Brasil), “o texto transcende a crítica à sociedade ensimesmada de hoje e mostra-se um elegante e nada óbvio estudo sobre a saudade, o luto e o desperdício. Direção, trilha sonora e cenografia complementam a dramaturgia pontuando as contradições emocionais da personagem, que ora ri, ora chora, querendo manter-se forte mesmo diante da fragilidade que passa a a transformar sua existência.

 

Quem quiser se aprofundar e saber um pouco mais sobre o processo de criação, sempre às quartas-feiras, após a sessão, será promovida uma roda de conversa com a atriz, aberta ao público.

 

Histórico:

Montado profissionalmente, pela primeira vez, por Clemente, em 2015, na capital mineira, inaugurando o projeto “Criações de Bolso” do Sesc Palladium, o Solo de Clemente é a primeira montagem do texto “Amanda” e se diferencia totalmente das abordagens dadas ao conjunto de monólogos que Jo Bilac intitulou FLUXORAMA, em que Amanda também está incluido.  

 

Na primeira fase de criação do Solo, em 2015, Rita Clemente teve a interlocução artística de Diogo Liberano. A seguir, faz curtas temporadas em Belo Horizonte e São Paulo, além de participações em festivais. Em 2021, recebe o prêmio de Melhor Atriz pelo Festival PROFEST, com Amanda (versão digital).

 

AMANDA tem outras singularidades: o solo é, provavelmente, uma das poucas obras teatrais (senão a única, no Brasil) que manteve, antes da pandemia (2017 a 2019), temporada de 2 anos ininterruptos integrando o projeto “Teatro Para ver Além” no Estúdio de Criação CLEMENTTINA (BH/MG).

 

 

 

Sobre Rita Clemente:

Destacada atriz, diretora e dramaturga mineira, Rita Clemente tem vasta experiência em teatro e incursões em televisão e cinema, sendo reconhecida por sua pesquisa acerca das possibilidades de diálogo entre teatro e música.

 

Em sua abordagem do texto “Dias Felizes”, de Samuel Beckett, ganhou os prêmios de melhor direção Questão de Crítica - Rio de Janeiro e melhor figurino Prêmio Usiminas Sinparc e foi indicada a mais quatro categorias do Prêmio Questão de Crítica do Rio de Janeiro: trilha sonora, atriz, melhor espetáculo e figurino. Também foi premiada como melhor diretora pelo Copasa Sinparc 2015 com o espetáculo “O que você foi quando era criança” e indicada aos prêmios Shell SP Qualidade Brasil SP 2008 pela direção de “Amores Surdos” (Grupo Espanca!). Estreou recentemente uma obra seriado para o teatro, o conjunto de peças intitulado “Antes do Fim”, projeto patrocinado pelo Banco do Brasil que  continuidade à pesquisa “Bala Perdida”.

 

Na televisão, estreou como atriz no seriado “A Cura” (2010) e fez parte do elenco das novelas “A Vida da Gente” (2011-2012), “Amor à Vida” (2013), e “Liberdade, Liberdade” (2016), todas pela TV Globo. No cinema, atuou nos longas-metragens “Pequenas Histórias” e “Batismo de Sangue”, do diretor Helvécio Ratton. Rita é mestre em Artes e graduada em Música pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), formando-se, também, pelo curso de profissionalização de atores da Fundação Clóvis Salgado (CEFART/FCS).

 

Sobre Jo Bilac

Jô Bilac nasceu em 1985 no Rio de Janeiro. Em 2006, formou-se pela Escola de Teatro Martins Pena. É autor premiado de várias peças e um dos criadores da série Segunda chamada (prêmio APCA de melhor série 2019), adaptação de sua peça Conselho de classe, para a TV. É autor das peças Infância, tiros e plumas e Os mamutes, esta premiada no Cesgranrio, Festival Internacional de Teatro, Shell, APTR e Aplauso Brasil 2019.

 

Tinha 19 anos quando escreveu 'Sangue em caixa de areia'. Pelo trabalho recebeu uma menção honrosa em dramaturgia do Teatro Carlos Gomes. Dois anos depois, em 2006, fez “Bruxarias Urbanas”, sua primeira montagem profissional. A partir daí não parou mais, revezando-se entre escrever dramaturgia, direção e curadoria dos teatros da rede pública do Rio de Janeiro.

 

Escreveu Savana glacial (Prêmio Shell), Fluxorama (indicada ao APCA), Beije minha lápide (indicada aos prêmios Shell, APTR e Cesgranrio), Pi – Panorâmica insana (Prêmio APCA) e Vênus Flytrap (Prêmio Performing Arts London), todas encenadas em cidades brasileiras e do exterior, como Bogotá, Londres, Nova York, Paris, Bolonha, Lisboa e Estocolmo. Seus textos foram publicados em diversos países da Europa, e América Latina. A peça Fluxorama foi editada pela Yale University, nos Estados Unidos. Bilac foi também curador de teatros no Rio de Janeiro, e atualmente é integrante da Cia Teatro Independente. Considerado um dos expoentes da nova dramaturgia brasileira, foi indicado ao prêmio Faz Diferença, do jornal O Globo, como personalidade do teatro em 2011 e 2013.

 

 

Criticas:

Aplauso Brasil:

"Assim como Saramago, que abre seu Ensaio Sobre a Cegueira citando que ‘se podes olhar, vê; se podes ver, repara’, a tríade Clemente-Liberano-Bilac faz da perda um elogio à presença. Quanto tempo temos até nunca mais ouvirmos a voz de um ente querido? Ainda podemos sentir o gosto daquela comida que provamos uma vez e que não conseguimos fazer igual, mesmo tendo a receita em mãos? Estamos, verdadeiramente, em contato com o presente, absorvendo-o por todos os meios possíveis, ou estamos impermeáveis ao que nos ocorre? Deste modo, o texto transcende a crítica à sociedade ensimesmada de hoje e mostra-se um elegante e nada óbvio estudo sobre a saudade, o luto e o desperdício.

 

As escolhas da direção reforçam a atmosfera de desarranjo proposta pela dramaturgia ao estabelecer modos não convencionais de utilizar os objetos de cena. Os diferentes jeitos de se sentar na cadeira, o frágil bule usado como apoio e o chá que cai na mesa e no chão mas não nas xícaras expõem como a protagonista vai gradativamente migrando da realidade objetiva para a subjetiva. E Clemente mostra-se madura ao dar conta dascontradições emocionais de uma Amanda que mistura riso e choro, e se mostra fascinada e desolada pelo seu novo estado." (Fernando Pivotto - Aplauso Brasil)

 

Folha de São Paulo:

"Atriz se sustenta bem como enferma atormentada hipócrita

 

Rita Clemente, lançando mão da musicalidade –uma das marcas de suas pesquisas cênicas–, oferece um desempenho à altura da sensibilidade exigida pelo texto. O fluxo do monólogo é pontuado por momentos em que Rita se descola de Amanda e lê em voz alta uma "carta" dirigida a ela pela própria personagem, o que acentua o paralelo entre a vida interior das duas. (CAIO LIUDVIK - Folha de são Paulo)

 

Horizonte da Cena:

“Amanda”: Ver Rita Clemente em cena é um luxo. E isso já seria motivo suficiente para assistir ao espetáculo. Mas tem mais: a dramaturgia de Jô Bilac é de grande qualidade, ainda mais executada pela atriz que parece ter um repertório sem fim." (Soraya Bellusi - Horizonte da Cena)

 

Culturadoria:

"Rita Clemente é mais uma atriz e diretora que tem meu respeito. Amanda é um espetáculo com texto de Jô Bilac, ótimo dramaturgo carioca. Gosto da forma como Rita pensa teatro, se posiciona e, principalmente, cria. Amanda parece ser um espetáculo do qual se orgulha muito e não posso perder. Mais uma vez, curiosidade é a palavra." (CAROLINA BRAGA - CULTURADORIA)

 

Ficha Técnica

Ficha Técnica

Direção Geral, Concepção e Atuação: Rita Clemente

Texto: Jô Bilac

Interlocução Artística: Diogo Liberano

Trilha Sonora Original: Márcio Monteiro

Iluminação: Régelles Queiroz (Gato de Luz Iluminação Cênica)

Fotografia: Priscila Natany e Bob Sousa

Assistência de Produção (BH): Analu Diniz

Produção: Clementtina Cultura

Designer gráfico: Gabriel Bittencourt

Assessoria de Comunicação: LAGE ASSESSORIA/Fernanda Lacombe

 

 

Serviço:

“Amanda”

Data: de 10 de agosto a 04 de setembro (de quarta a domingo)

Local: Teatro III do CCBB RJ (R. Primeiro de Março, nº 66, 2º andar, Centro, Rio de Janeiro)

Horário:  Quarta a Sábado, às 19h30; Domingo, às 18h.

Capacidade: 70 pessoas

Duração: 57min

Classificação: 14 anos

Ingressos: R$ 30,00 (inteira)/ R$ 15,00 (meia), emitidos na bilheteria do CCBB ou pelo site eventim.com.br

 

Meia-entrada estudantes e professores, crianças com até 12 anos, maiores de 60 anos, pessoas com deficiência e seus acompanhantes e casos previstos em Lei, e clientes Banco do Brasil.

 

Às quartas-feiras, após a sessão, será promovida uma roda de conversa com o elenco aberto ao público.

 

Mais informações: (21) 3808-2020 e ccbbrio@bb.com.br

 

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