[Lista] 10 Livros onde os personagens sofreram estupro

Há algum tempo tenho tentado trazer assuntos relevantes e a serem discutidos no site e em breve escreverei sobre este assunto que é um tabu para todos, e por ser tratado assim pouco é discutido.

Estupro nada mais é do que a violação do direito de uma pessoa se recusar a ter sexo com outra pessoa. Simples? Óbvio que não! Por trás da grande maioria dos estupros temos o machismo impregnado na sociedade. Pensando em como conversar sobre isso, decide fazer uma lista com 10 livros que tratam do tema, seja de forma sutil ou depoimentos fortíssimos de pessoas que realmente sofreram abusos sexuais.

Bom dia Verônica
Em Bom dia, Verônica, acompanhamos a secretária da polícia Verônica Torres, que, na mesma semana, presencia de forma chocante o suicídio de uma jovem e recebe uma ligação anônima de uma mulher desesperada clamando por sua vida. Com sua habilidade e sua determinação, ela vê a oportunidade que sempre quis para mostrar sua competência investigativa e decide mergulhar sozinha nos dois casos. No entanto, essas investigações teoricamente simples se tornam verdadeiros redemoinhos e colocam Verônica diante do lado mais sombrio do homem, em que um mundo perverso e irreal precisa ser confrontado. Andrea Killmore compõe thrillers como os grandes mestres, e sua experiência de vida confere uma autenticidade que poucas vezes encontramos em suspenses policiais, vibrante e cruel — como a realidade.

Diário de uma escrava
Laura foi raptada e jogada no fundo de um buraco por um completo desconhecido. Ela vê sua vida mudar, e passa a descrever com detalhes íntimos cada dia, cada ato, cada dor que o sequestro e o aprisionamento lhe fazem passar. Estevão é um homem casado e trabalhador, mas que guarda em seu íntimo uma personalidade psicopata. Ele percorre ruas e cidades se apossando da vida de meninas ainda muito jovens. Mergulhando fundo nessa fantasia, ele destrói vidas, famílias e sonhos, deixando atrás de si um rastro de dor e morte. Narrado em forma de diário, o livro acompanha os momentos mais cruciais da vida de Laura, período em que algo dentro dela também se modifica de uma forma inimaginável em busca da sobrevivência. Publicado originalmente na plataforma digital Wattpad, onde já teve mais de um milhão e meio de leituras, Diário de uma Escrava apresenta um retrato duro, cruel, abominável, mas infelizmente mais comum do que se imagina, no Brasil e em todo o mundo.

Desconstruindo Una
West Yorkshire, 1977. Um assassino em série está aterrorizando o pequeno condado inglês, e a polícia encontra dificuldade em resolver o caso – mesmo tendo interrogado o assassino (sem o saber) nada menos que nove vezes. Enquanto a história se desenvolve ao seu redor, Una, então com 12 anos, vivencia uma série de atos violentos pelos quais se culpa. Por meio de um entrelace de imagem e texto, “Descontruindo Uma” examina o significado de se crescer em meio a uma cultura na qual a violência masculina não é punida ou questionada. Com uma retrospectiva de sua vida, Una explora sua experiência e se pergunta se algo realmente mudou, desafiando a cultura que exige que as vítimas de violência paguem por ela.

Fale!
“Fale sobre você... Queremos saber o que tem a dizer.” Desde o primeiro momento, quando começou a estudar no colégio Merryweather, Melinda sabia que isso não passava de uma mentira deslavada, uma típica farsa encenada para os calouros. Os poucos amigos que tinha, ela perdeu ou vai perder, acabou isolada e jogada para escanteio. O que não é de admirar, afinal, a garota ligou para a polícia, destruiu a tradicional festinha que os veteranos promovem para comemorar a chegada das férias e, de quebra, mandou vários colegas para a cadeia. E agora ninguém mais quer saber dela, nem ao menos lhe dirigem a palavra (insultos e deboches, sim) ou lhe dedicam alguns minutos de atenção, com duvidosas exceções. Com o passar dos dias, Melinda vai murchando como uma planta sem água e emudece. Está tão só e tão fragilizada que não tem mais forças para reagir.

Garota interrompida
Quando a realidade torna-se brutal demais para uma garota de 18 anos, ela é hospitalizada. O ano é 1967 e a realidade é brutal para muitas pessoas. Mesmo assim poucas são consideradas loucas e trancadas por se recusarem a seguir padrões e encarar a realidade. Susanna Keysen era uma delas. Sua lucidez e percepção do mundo à sua volta era logo que seus pais, amigos e professores não entendiam. E sua vida transformou-se ao colocar os pés pela primeira vez no hospital psiquiátrico McLean, onde, nos dois anos seguintes, Susanna precisou encontrar um novo foco, uma nova interpretação de mundo, um contato com ela mesma. Corpo e mente, em processo de busca, trancada com outras garotas de sua idade. Garotas marcadas pela sociedade, excluídas, consideradas insanas, doentes e descartadas logo no início da vida adulta. Polly, Georgina, Daisy e Lisa. Estão todas ali. O que é sanidade? Garotas interrompidas.

Os 13 porquês
Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra na porta de casa um misterioso pacote com seu nome. Dentro, ele descobre várias fitas cassetes. O garoto ouve as gravações e se dá conta de que elas foram feitas por Hannah Baker - uma colega de classe e antiga paquera -, que cometeu suicídio duas semanas atrás. Nas fitas, Hannah explica que existem treze motivos que a levaram à decisão de se matar. Clay é um desses motivos. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.

O mundo de Aisha
Obrigadas a se casarem ainda meninas. Escravizadas, violentadas, por vezes assassinadas. Cobertas com o véu negro – o niqab – as mulheres do Iêmen parecem fantasmas. Contudo, pouco a pouco, com delicadeza, coragem e determinação, elas travam uma batalha corajosa por sua emancipação. Uma revolução silenciosa está em marcha para fazer valer seus direitos e sua liberdade. Aisha, Sabiha, Hamedda, Houssen e tantas outras: aqui estão algumas de suas histórias. Uma extraordinária reportagem em quadrinhos de Ugo Bertotti inspirada pelas imagens e pelas entrevistas da fotojornalista Agnes Montanari.

Fome
Nesta autobigrafia escrita com sinceridade impressionante, a autora 
best-seller Roxane Gay fala sobre como, após sofrer um abuso sexual aos doze anos, passou a utilizar seu próprio corpo como um esconderijo contra os seus piores medos. Ao comer compulsivamente para afastar os olhares alheios, por anos Roxane guardou sua história apenas para si. Até conceber este livro.
Esta não é uma narrativa bem-sucedida de perda de peso. E este também não é um livro que Roxane gostaria de escrever. Entretanto, é uma história que precisa ser contada, e ela o faz com seu estilo contundente e impetuoso, ainda que dotado de um humor mordaz, características que a tornaram uma das vozes mais marcantes de sua geração. 'Fome' é um relato ousado, doloroso e arrebatador.

A cor purpura
Pobre e praticamente analfabeta, Celie foi abusada, física e psicologicamente, desde a infância pelo padrasto e depois pelo marido. Um universo delicado, no entanto, é construído a partir das cartas que Celie escreve e das experiências de amizade e amor, sobretudo com a inesquecível Shug Avery. Apesar da dramaticidade de seu enredo, A cor púrpura se mostra extremamente atual e nos faz refletir sobre as relações de amor, ódio e poder, em uma sociedade ainda marcada pelas desigualdades de gêneros, etnias e classes sociais.

Escuridão Total sem estrelas
Na ausência da luz, o mundo assume formas sombrias, distorcidas, tenebrosas. Em Escuridão total sem estrelas os crimes parecem inevitáveis; as punições, insuportáveis; as cumplicidades, misteriosas. Em 1922, o agricultor Wilfred e o filho, Hank, precisam decidir do que é mais fácil abrir mão: das terras da família ou da esposa e mãe. No conto Gigante do volante, após ser estuprada por um estranho e deixada à beira da morte, Tess, uma autora de livros de mistério, elabora uma vingança que vai deixá-la cara a cara com um lado desconhecido de si mesma. Já em Extensão justa, Dave Streeter tem um câncer terminal e faz um pacto com um estranho vendedor. Mas será que para salvar a própria vida vale a pena destruir a de outra pessoa? E, em Um bom casamento, uma caixa na garagem pode dizer mais a Darcy Anderson sobre seu marido do que os vinte anos que eles passaram juntos. Os personagens dos quatro contos de Stephen King passam por momentos de escuridão total, quando não existe nada — bom senso, piedade, justiça ou estrelas — para guiá-los. Suas histórias representam o modo como lidamos com o mundo e como o mundo lida conosco. São narrativas fortes e, cada uma a seu modo, profundamente chocantes.

Um comentário:

  1. Olá, estão de parabéns pelo belissimo texto!
    Algo tão sério deveria ser mais discutido na sociedade.
    www.sramaia.blogspot.com

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