[News] Grupo Magiluth estreia espetáculo no Sesc Ipiranga inspirado em João Cabral de Melo Neto

 Grupo Magiluth estreia espetáculo no Sesc Ipiranga inspirado em João Cabral de Melo Neto

 

Com direção de Luiz Fernando Marques, Estudo n°1 - Morte e Vida parte do poema "Morte e Vida Severina" para fazer um estudo cênico sobre imigração, questões sociais, climáticas e de trabalho; espetáculo retoma as temporadas de teatro presenciais na unidade.

 

Grupo Magiluth - Foto: Vítor Pessoa

 

O grupo também dará o curso Jogo da Pedra, presencial, no período de 27 de janeiro a 17 de fevereiro; as inscrições, gratuitas, começam dia 11 de janeiro

 


 

Em janeiro, o grupo Magiluth estreia o seu mais novo espetáculo, Estudo Nº1: Morte e Vida. As apresentações acontecem no teatro do Sesc Ipiranga, de 14 de janeiro a 20 de fevereiro de 2022, às sextas e sábados, às 21h, domingos às 18h. Os ingressos começam a ser vendidos a partir das 14h do dia 11 de janeiro (para vendas no Portal - sescsp.org.br) e 12 de janeiro (para venda nas bilheterias das unidades).

 

Haverá também o curso presencial "Jogo da Pedra", em que os artistas compartilham a metodologia de trabalho do grupo e como se dá o diálogo entre a obra, o texto de João Cabral de Melo Neto e os debates contemporâneos sobre migrações forçadas. A atividade será presencial, de 27 de janeiro a 17 de fevereiro, às quintas-feiras, das 16h às 20h. As inscrições acontecem a partir do dia 11 de janeiro, às 14h, no sescsp.org.br/inscricoes (as vagas são limitadas).

 

Depois de uma peça baseada em texto do autor francês Jean-Luc Lagarce (Apenas o Fim do Mundo), o Magiluth decidiu voltar seus olhos à literatura brasileira, desta vez com João Cabral de Melo Neto como elemento propulsor do debate. Mais do que trabalhar o "Morte e Vida Severina" textualmente, o grupo faz um estudo a partir dele. A obra atual, quase uma "peça-palestra", usa o livro como disparador para discussões e como ele (escrito e lançado em 1954/55) se relaciona com questões contemporâneas.

 

Em Estudo Nº1: Morte e Vida estão apontadas urgências sobressaltadas nos últimos anos, como a questão da migração em busca de condições "melhores" e da relação desse homem com a terra, com o trabalho, com a morte e com o poder político; a questão climática, da seca, e como isso tem afetado a(s) vida(s) em várias partes do mundo; como o assunto é perpassado pela política, que enriquece os coronéis e quem está no poder, enquanto empobrece a população e não atende aos cuidados básicos; o trabalho e a uberização (e a ideia que a competição e a flexibilização só tem provocado mais desemprego e pauperização).

 

No decorrer da história do país, em inúmeras circunstâncias, pessoas foram levadas a deixar os seus territórios de origem em busca de melhores condições. Hoje, os "severinos" (personagem principal do poema) assumem várias nacionalidades e a migração tem outros encadeamentos. São essas relações que o Magiluth explora na peça-palestra.

 

A encenação 

 

Para a direção de Estudo Nº1: Morte e Vida, o Magiluth convidou Luiz Fernando Marques, o Lubi – parceiro do grupo desde 2012 e diretor dos espetáculos Aquilo que meu olhar guardou para você e Apenas o Fim do Mundo, este último juntamente com Giovana Soar – e o ator e diretor Rodrigo Mercadante, que possui reconhecida experiência acerca de trabalhos cênicos construídos a partir de textos poéticos e não-dramáticos.

 

A ideia de estudo é muito presente. Elementos que geralmente ficam camuflados em uma encenação estarão aparentes aos olhos do público - como os sistemas de som e luz, por exemplo. "É um estudo no sentido de compartilhar a nossa aproximação no tema, mas também para que o público possa construir isso com a gente. É um convite de olhar para esse material, que é um clássico, mas com os olhos de hoje. E para isso a gente embaralha as cartas, coloca outras regras, de alguma forma muda algumas molduras nas quais esse tema está há muitas décadas encaixado e gera alguns deslocamentos", diz Luiz Fernando Marques.

 

A trilha sonora reforça a ideia de ciclos da peça, com elementos originais e uso de músicas de artistas do punk e do hardcore de Pernambuco. A direção musical é de Rodrigo Mercadante.

 

Além disso, o título (morte e vida) vai estar presente o tempo todo, com vários começos e vários finais o tempo todo. Isso faz com que a peça tenha uma forma espiralar, parecendo que está sempre começando. "Pensando nesses fluxos migratórios, trazemos a linguagem do teatro. Assim, todos os recursos tão próprios do teatro - como as portas de entrada, de saída, a cortina, o terceiro sinal etc - e que têm a ver com a ideia de percurso serão destacados. E essas características dão a ideia de um jogo, uma partida nossa com o público. É a nossa terceira parceria e a gente gosta muito disso - de jogar e de jogar junto", completa o diretor.

 

Grupo Magiluth

Em dezoito anos de trajetória, o Grupo Magiluth desenvolveu diversos trabalhos. Foram dez montagens de espetáculo, três livros publicados, a realização do Festival Pague Quanto Puder de Artes Integradas e inúmeras performances, intervenções urbanas e oficinas. Durante o período de suspensão social causado pela pandemia de COVID-19, criou uma trilogia de experimentos sensoriais em confinamento, composta pelas obras "Tudo que coube numa VHS", "Todas as histórias possíveis" e "Virá".

 

Sinopse

A partir do poema dramático Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, o Grupo Magiluth propõe um estudo cênico sobre a trajetória de imigrantes que deixam o sertão nordestino e seguem o caminho do rio, em busca de melhores condições de vida e trabalho. O olhar híbrido e inquieto do coletivo pernambucano se volta, neste espetáculo, para os movimentos migratórios gerados por adversidades climáticas, políticas e sociais, buscando observá-los tanto em suas analogias quanto na heterogeneidade de seu conjunto.

 

Ficha Técnica

Criação e Realização: Grupo Magiluth

Direção: Luiz Fernando Marques

Assistente de Direção e Direção Musical: Rodrigo Mercadante

Dramaturgia: Grupo Magiluth

Elenco: Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Lucas Torres e Mário Sergio Cabral

Produção: Grupo Magiluth e Amanda Dias Leite

 

Serviço

Presencial

Estudo Nº 1: Morte e Vida, com o Grupo Magiluth

Sesc Ipiranga

Rua Bom Pastor, 822 – Ipiranga - São Paulo SP | (11) 3340-2000

 

De 14 de janeiro a 20 de fevereiro de 2022, sextas e sábados às 21h, domingos, às 18h

Ingressos: R$ 40,00 (inteira) | R$ 20,00 (meia e/ou credencial plena)

*o uso de máscaras é indispensável para o acesso à unidade

Ingressos à venda pelo Portal Sesc SP e nas bilheterias da Rede Sesc a partir do dia 11 de janeiro (para vendas no Portal) e 12 de janeiro (para venda nas bilheterias).

Classificação indicativa: 16 anos

No Teatro (200 lugares)

 

Curso Jogo da Pedra, com Grupo Magiluth [presencial]

 

O curso Jogo da Pedra visa fomentar a construção, junto aos artistas-criadores, de metodologias de trabalho baseadas no mais recente processo criativo desenvolvido pelo Grupo Magiluth. O curso propõe, por meio de diálogos entre a obra de João Cabral de Melo Neto e debates contemporâneos acerca de migrações forçadas, uma investigação sobre as potencialidades de impulsos que deslocam posicionamentos, tanto no plano espacial e geográfico quanto nos aspectos simbólico e humano.

 

De 27 de janeiro a 17 de fevereiro, quintas das 16h às 20h

*o uso de máscaras é indispensável para o acesso à unidade

Inscrições a partir do dia 11 de janeiro, às 14h, no Portal Sesc SP: sescsp.org.br/inscricoes

Grátis (vagas limitadas)

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