[Crítica] Benedetta

 

Sinopse:

Benedetta é uma biografia dramática que se passa no século XVII e uma interpretação solta do livro Atos Imodestos, de Judith C. Brown. Benedetta Carlini (Virginie Efira) é uma freira italiana que faz parte de um convento na Toscana desde sua infância, quando foi dada por sua rica família ao convento. Desde então ela sofre de um distúrbio e tem perturbações e visões religiosas sobre a Virgem Maria, além de clamar que consegue se comunicar com ela, e visões eróticas com Jesus Cristo. Assistida por uma companheira, Carlini se verá ameaçada quando sua relação com sua rebelde ajudante se transformar em um conturbado romance amoroso. Ela foi considerada mística e venerada por sua comitiva religiosa por conta de sua fé, mas foi presa e condenada por ser sáfica.


                          O quê eu achei?

Confesso que nunca tinha ouvido falar da Benedetta, a freira que viveu na cidade de Pescia,região da Toscana,Itália,no século XVI e foi polêmica por dois motivos:suas supostas visões da Virgem Maria e de Jesus e seu romance lésbico com outra freira.

Logo nos primeiros 5 minutos somos apresentados à Benedetta com 9 anos, uma menina super católica que alega ter visões da Virgem Maria-e a estátua cai em cima dela e não a esmaga para tirar qualquer dúvida-que é levada para o convento pela família. Logo após sua chegada, outra menina,Bartholomea, aparece-só que essa está fugindo do pai, que a violentava e batia.Benedetta consegue convencer que paguem o dote dela e Bartholomea jura servir à Deus.

Catorze anos depois, quando Benedetta estava com 23,ela é promovida à abadessa e começa a nutrir um relacionamento secreto com sua antiga colega.Benedetta começa a ser atormentada por visões tentando fazê-la resistir à tentação da luxúria relembrando-a que é prometida à Jesus,etc.

Paul Verhoeven é conhecido por ter dirigido o primeiro Robocop em 1987 e agora nos traz uma obra totalmente inédita: uma subversão e desafio do imaginário religioso da Igreja Católica da Idade Média-que nem é tão diferente assim da atual.

A sexualização explícita da religião de Verhoeven é uma provocação superficial, ou uma análise profunda de como o preconceito implícito de orientação sexual dentro das instituições de fé só leva à violência e ao abuso? O corpo feminino é visto nesse mundo como inerentemente pecador.

O longa é baseado no livro "Immodest Acts:The Life of a Lesbian Nun in Renaissance Italy,de Judith C.Brown, publicado em 1986.Não posso dizer se foi uma boa adaptação porque nunca tinha nem ouvido falar dele.

São duas horas e sete minutos de intrigas e a cena final do julgamento de Benedetta por safismo são profundas.Um interessante retrato da Itália renascentista.


                         Trailer:





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