[News] Aliada à uma nova geração do rock,Capital Inicial lança o potente álbum ¨Sonora¨


A cada novo álbum, um desafio. E para um grupo de rock longevo como o Capital Inicial – com mais de 35 anos de carreira e que só vê sentido em se manter na estrada produzindo material novo –, esse desafio só se intensifica. Ao pensar em um novo disco, a banda é sempre instigada por esse pensamento: como manter o DNA do Capital e, ao mesmo tempo, trazer novidades?

Em ‘Sonora’, o 14º projeto autoral da banda – e 20º da carreira, que chegou neste 7 de dezembro às lojas e no dia 14 às plataformas digitais, a resposta veio na união de forças de Dinho Ouro Preto (vocais), Fê Lemos (bateria), Flávio Lemos (baixo) e Yves Passarell (guitarra), os veteranos do Capital Inicial, com uma nova geração do rock nacional, cuja atuação na cena independente é reconhecida e respeitada. Entre eles, estão Far From Alaska, Scalene, CPM 22 e Lucas Silveira, do Fresno, que, além de assinar algumas músicas em parceria inédita com o Capital, é o produtor do disco. “A gente sempre colocou bandas para abrir para nossos shows, mas, neste disco, a gente deu um passo além”, conta Dinho.

Aliás, Lucas Silveira foi determinante para os rumos que o disco tomou. Após participar de um projeto da banda indie Supercombo, que convidou artistas para reinterpretar o repertório deles, Dinho se aproximou de diversos grupos de rock da nova geração. Certo dia, músicos dessa turma mais jovem combinaram de se encontrar na garagem da casa de Lucas Silveira, e Dinho se juntou a eles. Ali, conversaram sobre o futuro do rock, sobre shows, sobre possibilidade de fazer algo juntos.

Nesse dia, Dinho comentou com Lucas que tinha uma levada de uma nova música, mas não conseguia resolvê-la. Pediu sugestão para ele. “No dia seguinte, Lucas falou: ‘acho que a gente pode ir por aqui’. E a solução que ele me mostrou para a música me deixou com o queixo caído”, comenta Dinho. A canção virou uma parceria dos dois, a primeira deles, chamada ‘Universo Paralelo’, com participação especial de Lucas. Foi o insight que Dinho e os parceiros de banda precisavam para definir que caminho tomar no que seria o novo trabalho.

O resultado é um disco potente, que reúne 11 faixas inéditas, a maioria composta por Dinho com seus antigos parceiros, como Thiago Castanho (ex-guitarrista do Charlie Brown Jr), Alvin L. e Kiko Zambianchi. A música que abre o álbum ‘Sonora’, ‘Parado no Ar’ (de Dinho, Flávio Lemos, com quem o vocalista não compunha há muito tempo, e Alvin. L), mostra, de cara, qual a frequência sonora que o disco vai seguir, com a presença certeira da banda Scalene. Um rock que, num primeiro momento, parece caminhar para a leveza, mas ganha uma pegada pesada. ‘Atenção’ (Dinho, Alvin. L e Lucas Silveira) remete ao Capital Inicial em sua essência e, em ‘Tudo Vai Mudar’ (Dinho, Alvin L. e Zambianchi), a banda volta ao rock pesado.

Vem, então, ‘Universo Paralelo’, a responsável por indicar todo conceito do álbum. Cheias de metáforas, ‘Seja o Céu’ (Dinho, Alvin L. e Thiago Castanho) e ‘Nada Vai Te Machucar’ (Dinho e Alvin L.) falam de amor, num embalo desacelerado. A temperatura sobe novamente em ‘Tempestade’ (Dinho, Alvin L. e Thiago Castanho) e ‘Não Me Olhe Assim’ (Dinho, Alvin L. e Lucas Silveira). Com participação do CPM 22, ‘Velocidade’ (Dinho e Alvin L.) soa, em alguns momentos, como um flerte reverencial com Ramones. E a ótima banda Far From Alaska, convidada da faixa, dá uma mostra de sua força na música ‘Invisível’ (Dinho, Alvin L., Emmily e Thiago Castanho).

A balada ‘Só Eu Sei’ (Dinho, Alvin L. e Thiago Castanho) fecha o disco em tom biográfico. Diz muito sobre a trajetória de sucessos e percalços do Capital Inicial. “Só eu sei/Quantos invernos passei para chegar aqui/Só eu sei/A quantas estrelas caindo na terra eu pedi”, Dinho canta no início da música. “As pessoas imaginam uma coisa superglamourosa e não é nada disso. O Capital se separou nos anos 90 e experimentou o fracasso após o sucesso. Depois, a gente construiu de novo a banda, e passamos nossa vida como nômades. Você percebe como tudo é efêmero, e quantas horas longe de casa, da família, dos filhos. Não é bem como as pessoas imaginam”, diz Dinho.

Desde maio, o Capital Inicial está divulgando, em formato de singles, as 11 músicas de ‘Sonora’. Além disso, pela primeira vez na história da banda, todas as faixas vão ganhar clipes, dirigidos por jovens profissionais. E Dinho celebra esse novo trabalho, feito de forma colaborativa e orgânica. “Acho que você pode se manter fiel à sua personalidade e, no entanto, apresentar novidades, sonoridades novas. Este álbum soa o Capital, são os músicos da banda, mas tem alguma coisa diferente. O Capital está ali, mas com outra sonoridade”, analisa o vocalista. “Para nós, que estamos na estrada lançando disco ininterruptamente há mais de 30 anos, é bom poder fazer isso, se ver diante de um desafio, apresentar algo que não seja uma repetição dos discos anteriores. No entanto, me orgulho da história do Capital. Acho bacana o que a banda construiu.”



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