[Crítica] Aniquilação


Sinopse:
Uma bióloga (Natalie Portman) se junta a uma expedição secreta com outras três mulheres em uma região conhecida como Área X, um local isolado da civilização onde as leis da natureza não se aplicam. Lá, ela precisa lidar com uma misteriosa contaminação, um animal mortal e ainda procura por pistas de colegas que desaparecem, incluindo seu marido (Oscar Isaac).


O que eu achei?

Baseado no livro de mesmo nome da trilogia “Comando Sul”, de Jeff Vandermeer, "Aniquilação" é um sci-fi visualmente deslumbrante e intelectualmente desafiador dirigido por Alex Garland ("Ex-Machina: Instinto Artificial", 2015). E melhor: tem na Netflix (aquela frase mágica).

Eu não sou muito de acompanhar os lançamentos do cinema, mas sempre tive uma curiosidade acerca dos filmes adaptados a partir de livros, e os assisto para ver se me interesso pela história a ponto de comprar o livro, a série, que seja. Mas vamos ao que interessa.

Lena (personagem de Natalie Portman) é uma professora universitário cujo marido desapareceu em uma missão militar. O repentino retorno dele dará início a uma crescente linha de mistérios e perguntas.
Aparentemente doente, ambos são "levados" (estou sendo gentil nessa parte) para um local chamado Área X, onde é revelado a Lena a missão de seu marido, e O Brilho, uma área quase como uma redoma, que cresce ao redor de um meteoro que caiu em um farol na praia.
Um grupo de mulheres é enviado para recolher amostras, estudar e reportar as descobertas - se conseguirem sair -, além de buscarem respostas para o que aconteceu com a equipe anterior. Mas lá dentro a história é outra.
Aniquilação segue três linhas narrativas, o presente, onde Lena (personagem de Natalie Portman) sendo interrogada, o passado - enquanto o grupo está dentro d'O Brilho -, e um passado ainda mais distante, onde Lena lida com a ausência do marido.
N'O Brilho a vida é pulsante, complexa e caótica, mas não no sentido de bagunça. É um caos de beleza, evolução e cores, onde a natureza ganha vida de forma extraordinária e inexplicável. As leis da física e da biologia são exploradas para tentar explicar o que acontece lá dentro, mas aparentemente não é tão simples.
A equipe atual precisa lidar com inúmeras dificuldades, desde problemas com equipamentos eletrônicos até delírios e perda de memória. E diga-se de passagem, as personagens são incríveis nesse filme. Todas muito bem desenvolvidas em suas particularidades, e de personalidades bem distintas, com uma carga dramática que dá um peso maior ao andamento da história - tanto individual quanto de todo o filme.
A história tem um desenrolar lento, que nos entrega aos poucos o que eles querem que saibamos. Mas ainda assim é preciso manter os olhos abertos para pequenos detalhes que podem passar desapercebido. Tudo isso é - aparentemente - proposital, visto que a ansiedade de quem assiste por descobrir o que há naquele lugar se une à das personagens e a tudo que não se sabe sobre absolutamente nada - ufa!
Como já disse, a parte visual é deslumbrante ao extremo, sendo quase impossível distinguir a natureza real da criação digital. E os poucos "animais" (mais uma vez, sendo muito gentil aqui) são assustadoramente reais e bizarros, como se vindos dos piores pesadelos de quem os criou.
Tendo que lidar com uma atmosfera diferente e seus efeitos - desconhecidos -, predadores mutacionados em seres híbridos impossíveis, e milhões de perguntas cujas respostas ficam cada vez mais longe - o que deu início a tudo isso? Como isso afetou o pelotão anterior? O que isso este lugar está fazendo conosco? -, Aniquilação é um sci-fi misturado com um thriller que vai te dar mais perguntas do que resposta, e te deixar sem chão nem paredes com o final. Será loucura? Delírio? Vida alienígena? Seria "isso" - seja lá o que for - capaz de criar a vida como nós conhecemos? Será que a vida surgiu assim?

Sem dúvidas o filme me deixou com muita vontade de ler a trilogia e tentar entender mais o que é tudo aquilo e o que acontece após ANIQUILAÇÃO.

ANIQUILAÇÃO | Trailer oficial [HD] | Um filme Netflix

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