[Crítica] Gabriel e a Montanha


Gabriel Buchmann (João Pedro Zappa) tinha um grande sonho: conhecer a África. Entretanto, mais do que visitar seus pontos turísticos ele desejava conhecer como era o estilo de vida do africano, sem se passar por turista. Desta forma, decide encerrar sua viagem ao mundo justamente no continente, onde se envolve com vários habitantes locais e recebe a visita da namorada, Cristina (Caroline Abras), que mora no Brasil. Prestes a retornar, seu grande objetivo se torna alcançar o topo do monte Mulanje, localizado no Malawi.
O cineasta carioca Felipe Gamarano Barbosa ganhou o prêmio de Melhor Documentário no Festival dos Hamptons, em 2011 com seu documentário Laura, participou do festival de Sundance em 2014, no Utah, com seu longa-metragem Casa Grande, sua estreia na ficção. Agora, com Gabriel e a montanha, ele nos traz uma emocionante história de um homem que queria perseguir seu sonho mas acabou sendo consumido por ele. 
Em 2009, Gabriel Buchmann (João Pedro Zappa, da novela Além do tempo), de 28 anos, natural do Rio de Janeiro, embarcou em uma viagem por sete países do continente africano antes de começar seu doutorado de economia em políticas públicas. O objetivo da viagem era justamente estudar a pobreza. Dos sete países visitados, apenas quatro são mostrados no filme: Quênia, Tanzânia, Zâmbia e Malawi. 
o filme começa com Gabriel chegando no Quênia e visitando a tribo dos Masai Mara, o maior grupo étnico da região. Ele tentava viver como um nativo, economizando ao máximo possível, fazia amizade com as tribos locais e pedia hospedagem. Buchmann queria fazer uma imersão nos costumes dos habitantes e tentou agir como um deles o mais fielmente possível. Um dos maiores trunfos do filme é trazer pessoas que interagiram com o verdadeiro Gabriel, como o guia Luke Gadson, o caminhoneiro Luke Mpata, que o hospedou em sua casa e Lewis Mauzu, que o ajudou na subida do monte Mulanje e foi o último homem que o viu com vida.
A fotografia belíssima e o encontro com a namorada Cristina Reis (Caroline Abras, Jacira de Paraíso e Begônia de Avenida Brasil) só contribuem para aumentar a emoção da obra. É um lembrete que devemos respeitar a natureza pois ela é infinitamente mais forte do que nós. O corpo de Gabriel foi encontrado dias depois por uma equipe de busca.O resultado da autópsia foi hipotermia, ou seja, seu corpo não resistiu ás baixas temperaturas da montanha. Ganhou dois prêmios na Semana de Crítica do Festival de Cannes: Melhor Revelação e Fundação Gan concedeu um apoio de vinte mil euros para ajudar na distribuição do filme. Merecido! Estreia no Dia de Finados, dia 2 de novembro.






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