[Resenha] A Batalha do Apocalipse

Sinopse: Há muitos e muitos anos, tantos quanto o número de estrelas no céu, o paraíso celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o Dia do Juízo Final.

Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas. Único sobrevivente do expurgo, Ablon, o líder dos renegados, é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na Batalha do Armagedon, o embate final entre o céu e o inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro da humanidade. Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano, das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval, A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana - é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, repleto de lutas heroicas, magia, romance e suspense.

O que eu achei?

“A Batalha do Apocalipse”, de Eduardo Spohr nos leva a queda do mundo, tanto o terreno quanto o celestial, de maneiras diferentes, mas firmemente interligados. E seguindo os passos de Ablon, um anjo renegado, general do primeiro grupo de revoltos contra a tirania dos arcanjos contra os humanos, e expulso do céu junto com seu grupo, atravessamos séculos de história, traições e esquemas assustadores que culminarão no Apocalipse. Enquanto as legiões celestes se preparam para a batalha final, a terra entra em uma guerra devastadora.
Eu realmente fico me perguntando o porque de ter demorado tanto para iniciar a leitura desse livro, já que antes mesmo do final, ele já estava na minha lista de favoritos da vida. A história é rica em detalhes, e mostra como o trabalho de pesquisa de Spohr foi minucioso – e trabalhoso – para criar e unir todos o universos, mitologias e conceitos teológicos e metafísicos. É interessantíssimo ver como ele criou os anjos tão verossímeis, beirando a imagem e comportamento humanos – o que nos faz questionar o quão divinos eles podem realmente ser, ou se são tão falhos como nós, apesar de sua origem divina.
Com uma trajetória tensa do início ao fim, ela lida com questão não somente celestiais, como a luta entre os arcanjos Miguel – que busca destruir a humanidade – e o arcanjo Gabriel – que quer proteger a criação divina. Na terra questões políticas e sociais são abordadas e levadas ao extremo, expondo como o conflito celeste está intimamente ligado ao conflito terrestre e toda a devastação que este trás. Mas uma vez – digo isso porque li “A Batalha do Apocalipse” depois de ler a Trilogia Filhos do Éden -, Spohr soube costurar uma trama de acontecimentos que se entreligam mesmo após décadas de história e acontecimentos, usando na medida certa o drama e as críticas pra nos mostrar uma teoria simples: ação e reação.
Apesar de nosso protagonista ser um anjo rebelde, preso à terra, e termos contato com a história desde Antes de Cristo até os tempos atuais, aqui temos muito mais conteúdo celeste, com os arcanjos muito mais presentes e ativos, em cenas e diálogos dignos de se tornarem clássicos da fantasia nacional. A criação das personagens sem dúvida é um dos pontos mais fortes da história – sem contar a trama extremamente complexa e cheia de plot twists de tirar o folego. Cada personagem tem sua importância não somente na história, mas na evolução e trajetória de nossos protagonista Ablon, onde vemos alianças sendo formadas e quebradas, mistérios se revelando e esquemas sinistros se desfazendo.
É sempre bom relembrar que a história é uma recriação, mas que bebe de uma fonte riquíssima, e usa de detalhes cristãos que são de conhecimento comum – como a torre de Babel, Sodoma, dentre outros. Mas ao recriar todo esse mundo, Spohr nos apresenta uma tragédia com elementos góticos da melhor qualidade. - são tantos acertos que essa história trás, que numera-los seria quase como dar spoilers. O que posso dizer sem medo é que “A Batalha do Apocalipse” é a criação de uma mente genial, que sabe tecer tramas e montar uma atmosfera crescente de suspense e tensão com poucos atualmente são capazes de fazer, adicionando a isso um sem-número de detalhes que parecem desnecessários, mas que se fazem extremamente importante para aqueles que estão realmente prestando atenção.
Como eu disse, o livro trás algumas críticas  sociais e políticas, e isso fica muito claro nos diálogos entre os celestes, inclusive quando surgem Lúcifer, Miguel e Gabriel na história. Esses diálogos, repletos de conceitos políticos e com um viés que pende para a uma crítica comportamental das massas, é de cair o queixo - inclusive porque Lúcifer tem falas "políticas" que são extremamente atuais.
E o final... O final desse livro é de fazer o cérebro explodir mil vezes em um segundo! As revelações que temos na reta final do livro são de tirar o folego, e se encaixam tão perfeitamente em toda a proposta da história, que a obra não deixa – nem cria – espaços par falhas ou pontos negativos. Dos protagonistas aos vilões; da história à inspiração; das ações às reações; tudo é usado com maestria para criar o que, sem dúvida, irá se tornar um clássico da literatura nacional.

  • Para a ler a resenha de "Filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida", clique AQUI.
  • Para a ler a resenha de "Filhos do Éden: Anjos da Morte", clique AQUI.
  • Para a ler a resenha de "Filhos do Éden: Paraíso Perdido", clique AQUI.

Nenhum comentário