[News] Dia 13 de agosto - Lançamento do livro “Teatro Rival – Resistência e Sensibilidade”, de Fred Góes, às 19h, na Livraria da Travessa Ipanema


A história do carioquíssimo Teatro Rival Petrobras, palco de espetáculos memoráveis desde a década de 1930, virou tema do livro. É o Teatro Rival – Resistência e sensibilidade, do escritor Fred Góes, que será lançado pela editora Língua Geral no dia 13 de agosto, na livraria Travessa, em Ipanema (Rua Visconde de Pirajá 572, loja - 2º, Ipanema - às 19h, em noite de autógrafos que contará com a presença de artistas, amigos do Rival e, é claro, das proprietárias do teatro, Ângela e Leandra Leal.
O nome Rival foi ideia do dramaturgo Oduvaldo Viana, que inaugurou o teatro em 1934, com a peça Amor, estrelada por Dulcina de Moraes e Odilon Azevedo. Viana provavelmente foi beber na fonte do latim rivalis – “relativo a rio” ou “aqueles que compartilham as águas de um mesmo rio” – para homenagear a cidade do Rio de Janeiro.
Essa e outras histórias estão no livro do ensaísta, contista, compositor, letrista e professor Fred Góes, que usou como base para a pesquisa a tese da filha Micaela Góes na conclusão do curso de artes cênicas da UFRJ. A pesquisa foi ampliada por meio de consulta a diversos arquivos, incluindo o acervo do teatro e os depoimentos da atriz Ângela Leal.
O livro conta, em uma cronologia ilustrada década a década, a história do Rival, em que, assim como num rio, nem sempre as coisas fluíram bem. O teatro enfrentou as águas turvas da censura em dois períodos ditatoriais – o Estado Novo de Vargas e a ditadura militar (1964-1988) –; os tapumes das obras do metrô da Cinelândia, na década de 1970; e os vários planos econômicos fracassados. Mas seus administradores – em especial, a família Leal, formada por Américo Leal, a filha Ângela e a neta Leandra – sempre deram jeito de encontrar um novo curso e seguir em frente.
E muitas histórias saborosas fazem parte desse percurso. Como a dos figurinos de Dulcina de Morais, primeira atriz a se apresentar no teatro, na década de 1930. Eles faziam tanto sucesso, que, muitas vezes, madames retornavam, para mais uma apresentação, acompanhadas de suas modistas. 
Ou a do primeiro texto de humor de Chico Anísio – A sempre viva –, encenado pela impagável Dercy Gonçalves, a rainha dos cacos, que mudou suas falas como sempre fazia. “Eu sempre dou uma esculhambadas no texto, sou uma criadora”, dizia Dercy.
Do Rival, muitas vezes um espetáculo era adaptado e apresentado no rádio ou na TV, como Dona Xepa, de Pedro Bloch, com Alda Garrido, Paulo Gracindo e Glauce Rocha. Ângela Leal atuaria nas duas versões de Dona Xepa para a TV: a primeira, de 1977, na TV Globo – em uma adaptação de Gilberto Braga protagonizada por Iara Cortes, em que Ângela viveu a personagem Regina – e a segunda, em 2013, na TV Record, fazendo a própria Dona Xepa.
Quando, na década de 1960, as casas fechavam as portas para o teatro de revista – gênero de crítica política e de costumes que existe no Brasil desde o século XIX –, ele encontrou abrigo no Rival. Foram mais de 50 revistas até que veio o golpe militar de 1964, e o que era revista, para sobreviver virou teatro rebolado. E, quando até rebolar era difícil, Américo Leal deu um jeito de manter o teatro de pé com o humor escrachado de Costinha e o show de transformistas Divinas Divas, formado pelas talentosas Rogéria, Jane Di Castro, Valéria, Camille K, Eloína dos Leopardos, Marquesa e Brigitte de Búzios.
Foi também no Teatro Rival Petrobras que, em 1984, estreou a primeira revista feminista da história do teatro – Sem sutiã, de Fátima Valença e Celina Sodré, com o grupo Nós é que bebemos, com direção de Celina Sodré e Alice Viveiros de Castro.
Humor, picardia, irreverência, transgressão, ousadia e diversidade. Qual outra casa do Rio receberia de braços abertos – e com o mesmo entusiasmo –, artistas cerebrais, como Henriette Morineau; Alda Garrido e suas chanchadas; Aimeé, a Rainha do Vaudeville; Eva Tudor; Dercy Gonçalves e Grande Otelo; os Dzi Croquettes, revistas, musicais, teatro de comédia, teatro rebolado, shows de grandes nomes da MPB, rodas de samba e a feijoada da Tia Surica?
No início desta década, a atriz Leandra Leal, da terceira geração da família, passou a dividir a administração do teatro com a mãe. Ela buscou atrair o público mais jovem, abrindo espaço para DJs, criando o baile do Rivalzinho – bar externo do teatro, na rua Álvaro Alvim –, o bloco carnavalesco Rival sem rival e festas com vários DJs convidados.

É o Teatro Rival Petrobras se reinventando, como sempre.
Ao longo de seus 84 anos de vida, o Rival nunca desistiu. Sempre buscou novos caminhos, correndo riscos, errando às vezes, mas quase sempre inovando e deixando sua marca de diversidade e de resistência cultural. Foi esse espírito que trouxe o Teatro Rival Petrobras até aqui, como o único empreendimento privado remanescente da Cinelândia idealizada pelo espanhol Francisco Serrador. Sempre em movimento, seguindo em frente.
Título:  TEATRO RIVAL Resistência e Sensibilidade
Nome do Autor : Fred Góes
Editora: Língua Geral
Gênero: História/ Teatro/ Cultura
N. de páginas: 126
Preço: R$ 62,00
Dimensão: 18,5 X 23,5
ISBN: 9788555160103


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