[Cinema] ESTRELADO POR UMA MATRIARCA GUARANI, ‘O JARDIM DE MARIA’ TERÁ SUA PREMIÈRE NO MAIOR FESTIVAL DE DOCUMENTÁRIOS DOS EUA

 

A cultura Guarani vai representar o Brasil no maior festival de documentários dos Estados Unidos. Longa de estreia da diretora Jade Rainho, O JARDIM DE MARIA integra a seleção oficial do DOC NYC, o mais importante evento do gênero no país, que acontece em novembro. Produzido pela Andara Filmes, em parceria com a Cadju Filmes e a Surreal Hotel Arts, o documentário acompanha uma matriarca indígena que “replanta” uma aldeia Guarani às margens da maior cidade do Brasil.

O cenário dessa história é a Terra Indígena do Jaraguá, em São Paulo, uma das últimas áreas de Mata Atlântica preservadas na região metropolitana. Conhecido por abrigar o Parque Estadual do Jaraguá e o Pico do Jaraguá, ponto mais alto da cidade, o local é também território de sete aldeias indígenas. É ali que Maria, protagonista do filme, se afirma como liderança destemida e respeitada, figura central na luta pela demarcação das terras Guarani.

Com olhar sensível para registrar costumes, espiritualidade e modos de vida, Jade Rainho retrata a batalha de Maria e sua família para recuperar o que antes foi uma área de esgoto — e transformá-la, mais uma vez, em aldeia. A delicadeza de O JARDIM DE MARIA chamou a atenção de dois mestres do documentário: Joel Pizzini afirma que o longa “faz uma imersão lírica e reveladora do mundo de Maria”, enquanto Luiz Bolognesi o descreve como “um filme sensível que nos permite sentir a poesia da resistência Guarani”.

O JARDIM DE MARIA será exibido na seção Big Blue do DOC NYC 2025, dedicada a filmes que exploram temas ligados à natureza. A sessão acontece no dia 15 de novembro, seguida por uma conversa com a diretora Jade Rainho e a produtora Julia Bock. 

A curadora da seção Big Blue, Ruth Somala, aponta que “o filme mergulha, com intimidade e lirismo, no mundo da anciã Guarani Mbya Maria, no qual resistência, ecologia e espiritualidade oferecem um caminho para a sobrevivência e a renovação” e complementa que “por meio do reflorestamento, de rituais medicinais e de uma intensa defesa dos direitos sobre a terra, Maria se torna tanto guardiã da Mata Atlântica quanto portadora da sabedoria de sua comunidade e reconquista uma paisagem devastada, transformando-a em um jardim exuberante”.

A distribuição do filme no Brasil será feita pela Descoloniza Filmes.



SINOPSE

Na periferia de São Paulo, Maria e sua família “replantam uma terra indígena”, transformando um antigo esgoto em sua aldeia. Enquanto lutam pela demarcação do território, a espiritualidade da natureza e a cultura Guarani se manifestam, fortalecendo os guardiões dos últimos resquícios de Mata Atlântica na maior cidade da América Latina.


A DIRETORA

Jade Rainho é poeta, cineasta documentarista, educadora e ativista pelos Direitos Humanos e da Natureza. Seu curta-metragem de estreia, Flor Brilhante e as Cicatrizes da Pedra (2014), esteve em mais de 60 festivais, em 21 países, foi traduzido para seis idiomas e ganhou prêmios no Brasil, Bolívia, Peru e México. Também é diretora e roteirista dos premiados curtas Hermanos, Aqui Estamos (2022) e Cacica – A Força da Mulher Xavante (2022). É sócia-fundadora da Cadju Filmes, produtora voltada ao Cinema de Impacto, e faz de O Jardim de Maria um gesto poético e político em defesa da terra, da ancestralidade e da sobrevivência indígena.


FICHA TÉCNICA

Direção e Roteiro: Jade Rainho

Produção: Julia Bock e Simone Elias

Direção de Fotografia: Leonardo Maestrelli

Direção de Som: Matias Bruno

Montagem: Tyrell Spencer e Jade Rainho

Trilha Sonora: Talita Del Collado

Pós-Produção: Olho de Coruja

Coordenação de Pós: Nina Senra

Supervisão de Cor: Regina Mimi

Coloristas: Regina Mimi e Dimitre Lucho

Supervisão de Som e Mixagem: Thais Rizzo

Edição de Som: Acácia Lima

Empresa Produtora: Andara Filmes

Produção Associada: Cadju Filmes, Surreal Hotel Arts

Ano e país de produção: Brasil, 2025

Duração: 72 minutos

Distribuição: Descoloniza Filmes


SOBRE A ANDARA FILMES


Liderada por Julia Bock, produtora executiva com atuação no mercado audiovisual desde 2005, a Andara Filmes realizou diversos projetos, entre eles a série televisiva Cantoras do Brasil, para o Canal Brasil; o documentário Borscht – Uma Receita Russa, premiado como Melhor Curta no festival É Tudo Verdade; e o média Corpo Manifesto, contemplado pelo edital Carmen Santos e exibido em festivais no Brasil e no exterior. Atualmente, além de O Jardim de Maria, a produtora está finalizando os longas Ensaio sobre um Duelo, baseado na obra de Anton Tchékhov.


SOBRE A CADJU FILMES

A Cadju Filmes é uma produtora de Cinema de impacto especializada em documentários com temas indígenas, de Direitos Humanos & da Natureza e Cultura Popular. Nascida em Cuiabá, MT, coração da América do Sul, a produtora realizou os curta-metragens Hermanos, Aqui Estamos (2022), CACICA – A força da mulher Xavante” (2022), e o longa-metragem “O Jardim de Maria”, a ser lançado no DOC NYC 2025. Também é a idealizadora e realizadora do projeto de Formação em Documentário para Mulheres Indígenas, que originou o premiado curta-metragem Mopái Pjuta Ãkakje'y – a roça e os alimentos Myky (2024).


SOBRE A SURREAL HOTEL ARTS

Produtora signatária do Pacto Global da ONU por suas políticas de sustentabilidade e inclusão, fundada em 2020, a Surreal destaca-se em publicidade e branded content, com mais de 70 filmes produzidos e diversos prêmios. Em 2023, expandiu sua atuação para o cinema sob a liderança de Julia Bock, produtora de filmes como “Elena”, da diretora indicada ao Oscar Petra Costa, com passagem pela Paramount, onde coordenou séries como "Anderson Spider Silva”, indicada ao Emmy em 2024. Com foco em projetos inovadores e de impacto em todas as regiões do Brasil, a empresa tem coproduções com Porta dos Fundos, Ashé Ventures (Viola Davis), Promenade (Portugal), entre outras.





Nenhum comentário