[Review] VOCÊ ESTAVA LÁ (disponível Netflix)
VOCÊ ESTAVA LÁ — por uma telespectadora que já viveu essa história
Assistir Você Estava Lá foi como revisitar capítulos da minha própria vida que eu pensei já ter enterrado.
A minissérie coreana, lançada em 2025, não é apenas um thriller psicológico — é um espelho doloroso e necessário para quem já enfrentou a violência dentro de casa e guarda no corpo e na memória as marcas de um passado que tenta ser esquecido.
Sob a direção sensível, porém firme, de Lee Jeong-rim, cada cena toca em feridas profundas: o medo silencioso, o trauma que se arrasta por anos, a culpa que não era nossa e a coragem que a gente demora para reconhecer como força.
Nas interpretações intensas de So-nee Jeon como Eun-su e Lee Yoo-mi como Hui-su, eu me vi — nos olhares, nas hesitações, nas pequenas vitórias que só quem já passou sabe o peso que têm. Até os papéis de apoio, como o de Moo-saeng Lee, ajudam a compor essa sensação de familiaridade dolorosa.
Com poucos episódios, mas uma profundidade que fica ecoando por muito tempo, "Você Estava Lá" não apenas conta uma história: ela nos lembra do quanto é difícil, mas possível, romper com o ciclo de abuso. Para quem já caminhou por esse túnel escuro, a série não é só entretenimento — é reconhecimento, é reflexão e, de certa forma, um abraço silencioso.
Disponível globalmente na Netflix, "Você Estava Lá" me fez lembrar que sobreviver também é uma forma de justiça. E que, mesmo quando ninguém parecia ver… eu também estava lá.
Texto: Chris Tófolli

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