[Cinema] Doc sobre a artista plástica Amelia Toledo estreia na Mostra de São Paulo

 

Cena de 'Amélia Toledo - Lembrar de Não Esquecer' - crédito B2 Produção


A vida e a obra de Amelia Toledo (1926-2017), uma das artistas mais inquietas e inovadoras da arte brasileira, ganham um novo olhar no documentário "Amelia Toledo – Lembrar de Não Esquecer". Dirigido por Helio Goldsztejn ("Aqueles Dias"), o filme revela a trajetória de uma criadora que transformava a própria casa em ateliê, indo do desenho de joias à escultura e experimentando com materiais tão diversos quanto acrílico, chapas de metal, pedras e conchas.

O longa-metragem ganha sua première mundial na 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que acontece de 16 a 30 de outubro de 2025. A produção é assinada pela B2 e Capture.

Pintora, desenhista, escultora e educadora, Amelia Amorim Toledo nasceu na cidade de São Paulo. Ela construiu uma carreira marcada pela ousadia e pela abertura ao diálogo entre a arte e a vida. Como professora, deixou sua marca em instituições como o Mackenzie e a FAAP, além de ter integrado a equipe da recém-criada Universidade de Brasília, sob a reitoria de Darcy Ribeiro. O golpe militar de 1964 interrompeu sua trajetória no Brasil, levando-a a Portugal com a família, por um breve período.

"A partir do convite de Moacir Toledo, filho de Amelia e também artista plástico, decidi realizar um documentário sobre essa artista de primeira grandeza - e ainda pouco conhecida do grande público", explica Helio Goldsztejn. "Muito antes de o termo 'sustentabilidade' existir, Amelia já era precursora dessa prática em sua arte, utilizando materiais reaproveitados e experimentando novas linguagens", complementa o cineasta.

Apresentadas hoje em mostras que atraem multidões, as obras de Amelia convidam não apenas à contemplação, mas também ao tato e à interação, explorando múltiplos ângulos de visão e até as sombras projetadas no espaço. Amelia tem uma trajetória singular. Foi aluna de Anita Malfatti, conviveu com intelectuais e artistas como Hélio Oiticica e Lygia Pape e Waldemar da Costa, além de ter trabalhado com o arquiteto Vilanova Artigas.

Aos 83 anos, Amelia participou como convidada na 20ª Bienal Internacional de São Paulo (2010). O doc sobre a artista percorre suas múltiplas dimensões através de depoimentos de amigos, artistas e familiares, revelando como ela atravessou tempos, linguagens e fronteiras sem nunca perder a capacidade de se reinventar. O longa é, acima de tudo, um convite para revisitar a força criadora de uma artista que sempre fez da arte um território de liberdade e descoberta.

Helio conheceu o trabalho de Amelia enquanto trabalhava na direção no programa Metrópolis da TV Cultura, que diariamente cobria artes plásticas. "Nesse contexto, descobri sua obra, que chegou a integrar o cenário do programa e hoje faz parte do acervo da emissora", relembra o diretor. "O documentário é posterior à morte de Amélia, mas meu contato com ela ocorreu anteriormente, em entrevistas realizadas para a televisão", finaliza.

A produção também traz imagens inéditas de Amélia, captadas pelo cineasta Rubens Crispim Jr. ("O Bixiga É Nosso!"), recentemente falecido em um acidente de avião. "Registros da artista em seu ateliê foram feitos pelo Rubens e Eduardo Luiz Delago de Mattos, cerca de 15 anos atrás, em um projeto que não foi adiante. Esse material foi fundamental para o filme, por mostrar de perto seu processo de criação", avalia.



Serviço


'Amélia Toledo - Lembrar de Não Esquecer', de Helio Goldsztejn


Estreia na 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo


Quando: De 16 a 30 de outubro de 2025


82 minutos | Brasil


Instagram: 



Ficha técnica


Direção: Helio Goldsztejn 


Direção de fotografia: Andradina Azevedo 


Roteirista: Fabio Brandi Torres 


Produção executiva: Lia Nunes, UPEX 


Montagem e Correção de cor: Pichi Martirani


Motion Graphics: Rafael Terpins 


Pesquisa: Carolina Vendramini 


Produtora de set: Juliana Candida Medeiros 


Técnico de som direto: Bruno Augustin 


Operadora de câmera: André Marcozo, Diego Lajst, Lucas Morais e Thaís Taverna 


Transporte: Helena Martins da Silva 


Ajudante de produção: Renato Araujo Da Silva 


Assessoria jurídica: Verônica Aquino 


Assistente de controller: Angélica Prado, Heloize Helena de Campos, Igor Ribeiro 


Assistente de direção de fotografia: Marlon Andrade e Oscar Calixto 


Assistente de produção: Wanderson Eufrosino 


Consultoria executiva: Maurício Bortoloti 


Contabilidade: Yara Parana do Brasil 


Controller/Prestação de contas: Cleide Campelo 


Coordenadora de produção: Juliana Albuquerque 


Coordenador de finalização: Fabio Dellore 


 


Finalização: Clandestinos


Supervisão de Imagem: Alexandre Cristófaro 


Supervisão de Pós-produção: Fabian Gamarra 


Colorista: João Paulo Geraldo 


Coordenação de Pós-produção: Gabriel Alvim 


Conform editor: Luiza Freire 


Estagiária: Chel Galdino 


Atendimento comercial: Elciane Magda 


Financeiro: Silvia Dotta


Depoimentos: Ana Lucia Guimarães, Daniela Gomes Pinto, Edson Elito, Elaine Cristina de Morais, Fausto Godoy, Fernando Limberger, Flávia Vidal, Guilherme Wisnik, Irenildo da Mercês Souza, João Batista Martinez Correa, Jorge Bodanzky, Luisa Toledo, Marcello Glycério, Maria Coeli de Almeida, Marion Strecker, Mônica Braga, Nara Roesler, Regina Silveira, Ruth Toledo Altschuler, Sergio Marin, Sofia Carvalhosa e Tessy Overmeer


 


Sobre Hélio Goldsztejn 

Helio Goldsztejn é diretor-geral e produtor da série ficcional sobre o modernismo "Aqueles Dias" (2025, TV Cultura), que teve sua estreia na 48ª Mostra Internacional de Cinema.

Dirigiu documentários sobre nomes fundamentais da cultura brasileira, como "Lygia", sobre a escritora Lygia Fagundes Telles; "Henry Sobel: Luz e Sombras de um Rabino"; "Tomie Ohtake", que retrata a trajetória de uma das maiores artistas plásticas do país; além de produções sobre Inezita Barroso e o Theatro Municipal de São Paulo, entre outros.

Também apresentou o programa de entrevistas "Papo de Arte", na Plataforma Cultura em Casa, e dirigiu o documentário "22 em XXI", no Sesc.TV

Entre 1993 e 2020, esteve à frente do Metrópolis, da TV Cultura, um dos programas culturais mais importantes da televisão brasileira, premiado com o APCA, assim como foi curador das obras de arte exibidas no cenário do programa Em 2005, criou e dirigiu o Entrelinhas, dedicado à literatura, consolidando sua trajetória como um dos principais nomes na difusão cultural no país.

Na TV por assinatura, dirigiu e roteirizou documentários e programas como Saia Justa , no GNT. Fora da tela, foi um dos idealizadores do curso de pós-graduação em Jornalismo Cultural da PUC-SP e atuou como professor da FAAP, também na pós-graduação.




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