[Crítica Musical] Beyoncé - BEYONCÉ: The Visual Album



Uma dais maiores surpresas da cena musical pop de 2013 foi o lançamento repentino de BEYONCÉ, o primeiro álbum visual da cantora Beyoncé Knowles, que foi liberado durante a madrugada. O álbum conta com 14 faixas no CD, e 17 vídeos-clipes – um para cada música e um bônus, o Grown Woman.

Pela primeira vez em sua carreira, Beyoncé lança um álbum extremamente pessoal e – sim, minha gente – monogâmico. Deixando para trás o pop de sedução e curtição, a cantora embarca numa exploração pessoal, focando em seu atual relacionamento e sua vida pessoal, desde sua infância até hoje. Ela e seu casamento – visando tanto a vida do casal quanto a vida dela somente – são o foco desse álbum incrível.


A parte visual possui alguns conceitos escondidos e várias referências visuais à sua própria carreira, utilizando até mesmo de gravações caseiras, como na faixa ***Flawless e Grown Woman, (está segunda sendo um apanhado que mostra o crescimento da cantora desde a pequena menina que dançava meio sem jeito até a mulher já crescida). Um exemplos dessas referências é a constante presença de troféus nos clipes, onde a cantora disse ser uma crítica a necessidade cega e desmedida de estar sempre no topo, de ser a vencedora; necessidade que é destruída logo no primeiro clipe, Pretty Hurts, composta pela também fantástica Sia. Uma parte interessante dessa produção visual é que cada vídeo possui um diretor diferente, dando um aspecto, uma atmosfera única e singular a cada faixa. A insegura e ciumenta Beyoncé de Jealous; soturna em Haunted; a sedutora de Partiton. Além disso tudo, temos a apresentação do novo alter-ego da cantora, Yoncé, apresentada no clipe de mesmo nome, que precede Partition, sendo essa a sucessora de Sasha: agora mais contida, poderosa, num que facilmente lembra Freedom de George Michael.

Medos, inseguranças e amadurecimento pessoal são pontos fundamentais desse álbum, mas sem deixar de lado a parte sensual. Muito pelo contrário, Beyoncé continua extremamente felina, voluptuosa – talvez até mais – que em seus trabalhos anteriores, focando, porém, em seu amado único. Ela sensualiza, rebola, seduz apenas um – do início ao fim.


Não somente amor e sedução, o álbum também traz o lado obscuro e tempestuoso do relacionamento, como visto na faixa Haunted, que demonstra que uma casa pode ocultar segredos obscuros, quase inimagináveis; ou como Mine, onde, em sua introdução, Beyoncé canta sobre seus problemas emocionais após o parte de sua primogênita, Blue Ivy.

A sonoridade está muito mais madura do que seus trabalhos anteriores, mostrando, talvez, um novo caminho escolhido pela artista a ser trilhado em sua carreira, com ritmos mais maduros e urbanos, letras mais pessoais e vídeos-clipes mais elaborados. O álbum também conta com participações ilustres, como o a do rapper Frank Ocean na sombria faixa Superpower -cujo vídeo conta com a presença das ex-Destiny's Child, Michelle Williams e Kelly Rowland.

Beyoncé – The Visual Album é, para mim, um álbum perfeito sonora e visualmente, mostrando que até mesmo artistas pop do mainstream podem se reinventar da maneira brilhante sem medo.


Tracklist:

- AUDIO
1. Pretty Hurts
2. Haunted
3. Drunk In Love (feat. Jay-Z)
4. Blow
5. No Angel (estilizada como ANGEL)
6. Partition
7. Jealous
8. Rocket
9. Mine (feat. Drake)
10. XO
11. ***Flawless (feat. Chmamanda Ngozi Adiche)
12. Superpower (feat. Frank Ocean)
13. Heaven
14. Blue (feat. Blue Ivy)

- VISUAL
1. Pretty Hurts
2. Ghost
3. Haunted
4. Drunk In Love (feat. Jay-Z)
5. Blow
6. No Angel (estilizada como ANGEL)
7. Yoncé
8. Partition
9. Jealous
10. Rocket
11. Mine (featuring Drake)
12. XO
13. ***Flawless (feat. Chmamanda Ngozi Adiche)
14. Superpower (feat. Frank Ocean)
15. Heaven
16. Blue (feat. Blue Ivy)
17. Bonus Vídeo: Grown Woman


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