[Show] YBYTU: ESPETÁCULO INSTRUMENTAL DE ANA PAULA CRUZ UNE SOPRO E RESISTÊNCIA NO SESC

Ana Paula Cruz por Cris Vicente

A força do sopro feminino vai ecoar por diferentes regiões do Rio de Janeiro com a nova temporada do espetáculo YBYTU, idealizado e protagonizado pela flautista e saxofonista Ana Paula Cruz, que se apresenta pelo SESC em sessões únicas no Flamengo (24/10), Nova Iguaçu (25/10) e Copacabana (28/10) trazendo participações especiais. Com direção de produção de Maury Cattermol, e musical da própria artista, a circulação marca a estreia do projeto no edital SESC Pulsar, destacando-se por sua proposta sensível, potente e profundamente brasileira.

YBYTU, palavra de origem tupi que significa "ar" ou "vento", é também o nome do movimento artístico que une sopro, presença e palavra, afirmando a potência criativa e transformadora das mulheres pretas na música brasileira. “Quando me coloco no palco com minha flauta, com meu ar, estou evocando a força de Iansã, divindade dos ventos e tempestades. É com essa força que coloco minha arte no mundo”, afirma Ana Paula.

O espetáculo foi concebido em um momento de grande transformação para a artista. “A pandemia foi um momento decisivo. Eu tinha acabado de sair de muitas cirurgias e, quando achei que ia pro mundo com a música, veio o isolamento. Resolvi fazer da minha casa uma nova jornada musical experimental. Comecei a improvisar, estudar sax, clarineta, e me redescobri como solista. Até então, eu só acompanhava outros artistas, não me via pronta para ser protagonista. A ideia do YBYTU nasceu dessa necessidade”, conta Ana Paula.

Premiada com o “Prêmio Pretas Potências 2024” e a “Medalha Heloneida Studart”, além de finalista no Prêmio Profissionais da Música 2025, Ana Paula Cruz tem trajetória marcada pela fusão entre música erudita e popular, com sólida formação acadêmica e vasta experiência em festivais e projetos culturais. Em YBYTU, ela é acompanhada por um time de excelência formado por guitarra, piano elétrico, baixo e bateria, além da presença cênica de dançarinas e intérpretes de Libras, reforçando o compromisso do projeto com a inclusão e a acessibilidade.

No espetáculo, Ana Paula entrelaça com maestria os universos da música erudita e popular. Preserva a sofisticação técnica da música clássica enquanto incorpora a vibração e a alma da música popular brasileira. Canções consagradas ganham novas camadas sonoras, com influências que transitam entre o samba, jazz, bossa nova, rock, ijexá e ritmos de matriz africana. O resultado é uma experiência sonora envolvente, contemporânea e ancestral ao mesmo tempo.

O repertório é composto por releituras criativas de clássicos e contemporâneos da música brasileira, como, Mais que Nada (Jorge Ben Jor), Amarelo (Emicida), Cordeiro de Nanã (Mateus Aleluia), Clareou (Rodrigo Leite e Serginho Meriti), Canto de Ossanha (Baden Powell e Vinícius de Moraes), Maria da Vila Matilde (Douglas Germano), entre outros. “Pensar que se pode viver e fazer arte instrumental é um ato de coragem. É preciso ventar e transformar”, completa a artista.

PROGRAMAÇÃO:

24/10 – sex. às 19h - Grátis

Arte Sesc Flamengo (R. Marquês de Abrantes, 99 - Flamengo)

participação especial de Daniela Spielmann

25/10 – sáb. - 19h - R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,5 (meia)

Sesc Nova Iguaçu (Rua Dom Adriano Hipolito, 10 - Moquetá)

28/10 – ter. - 19h - R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,5 (meia)

Sesc Copacabana (R. Domingos Ferreira, 160 - Copacabana)

participação especial de Alcides Sodré e Moto Tai (Slam das Minas)

FICHA TÉCNICA:

Solista/flauta: Ana Paula Cruz

Guitarra: Luis Houtet