[Filmes] PREMIADO NO FESTIVAL DE BRASÍLIA, AQUI NÃO ENTRA LUZ , DE KAROL MAIA, É SELECIONADO PARA A MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULO

 

Premiado no 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro com os troféus de Melhor Direção e o Prêmio Zózimo Bulbul (concedido por júri indicado pelo Centro Afrocarioca de Cinema e a Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro - APAN), AQUI NÃO ENTRA LUZ chega em outubro à prestiagiada Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Produzido pela produtora Apiário Estúdio Criativo, com coprodução da Surreal Hotel Arts, o longa terá sua premiére na Mostra no dia 25/10, às 21h30, no Reserva Cultural e contará com a presença da diretora. Karol Maia celebra a seleção no evento: "Estou animada pela estreia do filme na minha cidade. Sobretudo depois da bela recepção que tivemos em Brasília”.


Confira o teaser do filme:




A diretora, que iniciou o projeto em 2017 pesquisando a arquitetura das senzalas e dos quartos de empregada nos estados brasileiros que mais receberam mão de obra escravizada, contou que o filme foi se transformando junto com ela: “chegou um momento que foi inevitável não assumir que eu tinha alguma coisa a ver com essa história. Esse filme começou com um olhar mais prático e frio sobre o quarto de empregada e hoje eu entendo que é um filme sobre amor. É um filme que conta a história do Brasil e acredito que também é uma forma de honrar e reverenciar essas mulheres”, disse Maia.

A recepção calorosa do público ecoou na imprensa durante o Festival de Brasília. Para Maria do Rosário, da Revista de Cinema, a obra “tem o que Eduardo Coutinho sempre buscou em seus filmes: personagens que sabem narrar suas histórias. (...) Karol encontrou, com ajuda da pesquisadora Isabella Santos, quatro mulheres carismáticas, dotadas do poder da fabulação”.

Para Eduardo Moura, da Folha de S.Paulo, “mesmo tratando de temas pesados, o filme conseguiu despertar gargalhadas na plateia em certos momentos, tamanho era o carisma das personagens”.

No Estadão, Luiz Zanin Oricchio destacou o caráter único de AQUI NÃO ENTRA LUZ em relação a outros filmes sobre o trabalho doméstico: “há um diferencial em relação a obras anteriores, muitas delas dirigidas por pessoas de classe média, pois aqui a narrativa é assumida por alguém diretamente atravessado por essa experiência”. Para o crítico, o envolvimento de Karol Maia é o que dá “toda uma tonalidade emocional ao filme”, transformando-o em algo visceral.

A crítica especializada também ressaltou a delicadeza do gesto de escuta da diretora, ao buscar conhecer profundamente as personagens que compõem o documentário. Para Bruno Carmelo, do portal Meio Amargo, “‘AQUI NÃO ENTRA LUZ’ se prova um documentário tão belo e humano quanto popular”, elogiando a forma como Karol cria um espaço seguro para que as personagens falem “sem lágrimas, nem furor”, resgatando memórias de dor, mas também de potência e alegria.

Distribuído pela Embaúba Filmes, AQUI NÃO ENTRA LUZ reforça o potencial do cinema documental para provocar reflexões e para reposicionar as trabalhadoras domésticas como protagonistas da história do Brasil e de suas próprias histórias de vida. Para além da luta por melhores condições de trabalho, o filme lança luz sobre a beleza e a alegria dessas mulheres, sobre os laços familiares que constroem e os sonhos que realizam todos os dias.

“Não é nenhuma novidade, mas as mulheres negras trabalhadoras domésticas sustentam esse país há séculos”, conclui a diretora. A partir do seu olhar como cineasta, Karol Maia revela “que é importante retratar as trabalhadoras domésticas a partir das suas subjetividades, conquistas e sonhos”.

 
Sinopse: Entre memórias pessoais e pesquisas históricas, uma cineasta, filha de uma trabalhadora doméstica, percorre quatro estados brasileiros historicamente marcados pela escravidão. Ao investigar como a arquitetura foi projetada para segregar corpos e sustentar hierarquias, ela encontra mulheres que enfrentam esse legado e lutam para que suas filhas possam sonhar outros destinos.

Ficha Técnica
AQUI NÃO ENTRA LUZ (Brasil, 78’)
Produção: Apiário Estúdio Criativo
Coprodução: Surreal Hotel Arts
Direção e Roteiro: Karol Maia
Produção Executiva: Paula Kimo
Direção de Fotografia: Camila Izidio, Carol Rocha
Direção de Fotografia Adicional: Wilssa Esser
Direção de Produção: Paula Kimo
Montagem: Cesar Gananian, Fer Krajuska
Som Direto: Thais Nália, Lyn Santos
Direção de Arte Adicional: Maíra Mesquita
Mixagem de Som: Henrique Staino
Finalização: Sem Rumo Projetos Audiovisuais
Pesquisa: Isabella Santos, Suzane Jardim
Distribuição no Brasil: Embaúba Filmes

Sobre a  diretora
Karol Maia é cineasta e em sua direção constrói um olhar voltado para narrativas negras e periféricas. “Aqui não entra luz”, seu primeiro longa-metragem autoral, é uma investigação íntima sobre o trabalho doméstico no Brasil. Também dirigiu a série “Helipa – Um autorretrato” (Paramount), “Mães do Brasil 2” (TV Globo) e “Cartas marcadas” (Warner Bros./ Discovery), entre outros projetos.

Sobre as  produtoras
Apiário é um Estúdio Criativo de Belo Horizonte, fundado em 2011, formado por Fernanda Salgado, Fernando Cunha e Victor Dias. Atua na produção de filmes, documentários, animações e séries. Suas obras já foram exibidas em festivais como Havana, Toulouse, Guadalajara, Hamburgo, Tiradentes e na MTV Latam, entre outros. Entre os principais trabalhos realizados estão “Ana, en Passant” (2026, 80’), “Aqui não entra luz” (2025, 80’), “Onde Aprendo a Falar com o Vento” (2022, 26’) e “Balanços e Milkshakes” (2011, 9’).

Surreal Hotel Arts: Produtora signatária do Pacto Global da ONU por suas políticas de sustentabilidade e inclusão, fundada em 2020, a Surreal destaca-se em publicidade e branded content, com mais de 70 filmes produzidos e diversos prêmios. Em 2023, expandiu sua atuação para o cinema sob a liderança de Julia Bock, produtora de filmes como “Elena”, da diretora indicada ao Oscar Petra Costa, com passagem pela Paramount, onde coordenou séries como "Anderson Spider Silva”, indicada ao Emmy em 2024. Com foco em projetos inovadores e de impacto em todas as regiões do Brasil, a empresa tem coproduções com Porta dos Fundos, Ashé Ventures (Viola Davis), Promenade (Portugal), entre outras.





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