[Festival] “Do Outro Lado do Pavilhão”, documentário de Emilia Silveira, ganha exibição e debate no Festival do Rio e revela cartaz e trailer
Depois de estrear na competição oficial do 35º Cine Ceará, “Do Outro Lado do Pavilhão”, novo documentário de Emilia Silveira ("Setenta", "Galeria F"), ganha exibição no Festival do Rio na mostra Première Brasil: Estado das Coisas | Especial COP 30, e acaba
de revelar cartaz e trailer. O longa se propõe a ser uma ferramenta para debate social sobre o encarceramento feminino, trazendo a perspectiva de duas mulheres em liberdade condicional, e questionando a eficácia e humanidade do sistema prisional brasileiro
– um dos mais desiguais do mundo.
A première do filme acontece no domingo, 5, às 16h45 no Estação NET Gávea (salas 1 e 2), e ganha exibição seguida de debate com as protagonistas e diretora no dia 6, às 14h, no Estação NET Rio (sala 5).
Confira
aqui todas as sessões previstas para o filme dentro do Festival do Rio.
“Quando pensei em fazer um filme que desse voz a mulheres que passam pelo sistema penal, não imaginei que eu estaria chegando mais perto de mim mesma. Como ex-presa política, passei dois anos no mesmo presídio das personagens do filme, o Talavera Bruce, em
Bangu, no Rio de Janeiro. Mas precisei de 40 anos para decidir me aproximar dessas mulheres que ficavam do outro lado do pavilhão,” afirma Emilia Silveira.
Segundo a diretora, o filme iniciou sua produção em 2018, e desde então, durante a pesquisa, a revolta e a indignação só cresceram diante das injustiças testemunhadas. “Esse é um filme parcial, que tem um ponto de vista, e que quer ver os rostos dessas mulheres
privadas de liberdade – que ocupam o ponto mais extremo da situação da mulher no Brasil. Desde muito cedo suas vidas não foram fáceis. Sozinhas, chefes de família, passaram pela dupla jornada, pela responsabilidade do seu sustento e dos filhos, pela invisibilidade.
Sem saída, acabam por cometer pequenos delitos e, a partir daí, caem numa teia. Envolvidas na engrenagem que faz da prisão uma forma de isolar pessoas com quem a sociedade não quer lidar, elas ficam vulneráveis. Sem advogado, são submetidas a um sistema penal
falho, que escolhe prioritariamente corpos negros para punir. A justificativa de sempre é prender mais e mais em nome de uma hipótese de segurança, que os fatos contestam. Nas últimas duas décadas, o número de mulheres presas aumentou 600%. Apesar de prendermos
tanto, a criminalidade não diminui. Dados da ONU, de 2023, mostram que o Brasil está entre os 15 países mais violentos do mundo,” declara.
“Do Outro Lado do Pavilhão” é uma produção da 70 filmes e tem coprodução de João Lanari Bo.
EMILIA SILVEIRA | Direção
Documentarista e roteirista, é diretora dos filmes de longa-metragem: “Setenta”, “Silêncio no estúdio”, “Galeria F”, “Callado”, “Tente Entender o que Tento Dizer” e “Até que a Vida nos Separe”. Em 2022, dirigiu a série Dor, canal Max, e em 2024, para o Globoplay,
a série Chitãozinho & Xororó - Uma história de sucesso. Na TV, dirigiu as séries: Histórias de um tempo de guerra, Tá no quadro, Expedição água e os programas: 100 anos de Cartola, Bossa Nova e Tom Jobim. Sócia e fundadora da produtora 70 Filmes, por mais
de 20 anos trabalhou na TV Globo como diretora e roteirista, em musicais e eventos.
ROSANE HATAB | Produção Executiva
Profissional do setor audiovisual com formação em jornalismo e especialização em marketing. Sua trajetória inclui trabalhos para TV, cinema, rádio e plataformas digitais. Após 16 anos de atuação na TV Globo em programas, como: “Show da Virada”, “Criança Esperança”,
“Sob Nova Direção”, “Vídeo Show” e diversas novelas, cofundou a 70 Filmes, em 2013 e, desde então, está à frente da produção executiva dos projetos da empresa. Para o cinema, produziu os longas: “Setenta”, “Galeria F”, “Silêncio no Estúdio”, “Callado e Família
de Axé”, além ter sido corroteirista do filme “Até que a Vida nos Separe”. Sua experiência em streaming inclui a atuação como diretora assistente na série “Dor” (MAX) e produtora executiva na série “Chitãozinho & Xororó, uma História de Sucesso” (Globoplay).
Para a televisão, produziu as séries “Histórias de um Tempo de Guerra” (Canal Brasil), “Tá no Quadro” e “Expedição Água” (TV Globo). Ela também produz e roteiriza podcasts, webseries e eventos.
70 FILMES | Produção
Na 70 Filmes, lidamos com a vida. Com trajetórias únicas, experiências marcantes e olhares que revelam o mundo, registramos vidas que merecem ser contadas. O que nos move são as histórias – aquelas que emocionam, provocam, conectam e nos fazem enxergar além.
Muitas vezes, precisamos revisitar o passado para entender o presente e projetar o futuro neste mundo em que vivemos. Nosso compromisso é criar conteúdos que ecoam, ressoam e deixam marcas. Porque contar histórias é mais do que registrar momentos, é dar significado
a eles. Filmamos para registrar, para compreender, para compartilhar. Em 2013, a produtora nasceu com um propósito claro e, com o premiado documentário “Setenta”, consolidou-se no mercado. Escolhido como melhor filme no Festin, em Lisboa, a obra sobre a ditadura
civil-militar de 1964 marcou o início de uma trajetória que se expandiu rapidamente. De lá prá cá, temos como missão documentar momentos históricos e biografias de personagens genuinamente brasileiros, registrando a cultura e, sobretudo, os heróis do nosso
povo. Em sua primeira década, a 70 Filmes já entregou seis longas, seis séries e um podcast para a Petrobras. A produtora segue em movimento, com dois novos longas sobre mulheres no sistema penal e diversos projetos em negociação.
JOÃO LANARI BO | Coprodução
Professor do Departamento de Audiovisual e Publicidade da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB). Produtor Associado nos filmes: “Guerra do Paraguay” (2016), “Os Príncipes” (2018) e “Bobo da Corte” (2019), de Luiz Rosemberg Filho; “Octávio
II, Imperador”, de Cavi Borges; “Inventário de Imagens Perdidas”, de Gustavo Galvão; “Malu”, de Pedro Freire; “Do Outro Lado do Pavilhão”, de Emília Silveira. Autor dos livros: “Cinema Japonês – Filmes, diretores, histórias” (Ed. Giostri, 2016) e “Cinema para
russos, cinema para soviéticos” (Ed. Bazar do Tempo, 2019).



Nenhum comentário