Madame Satã - Crítica

A Lapa sempre foi o berço da malandragem, da boemia e dos travestis! E João Francisco dos Santos, mais conhecido por "Madame Satã" incorpora todas essas características que forma o imaginário popular da Lapa.

No filme Madame Satã estrelado por ninguém menos que Lázaro Ramos, vemos a vida de um homem que foi contra a maré e todos os estereótipos da época possível. Homossexual com orgulho, não por isso deixava que os outros lhe diminuísse ou usasse essa sua característica para lhe humilhar, nas cenas em que João sofre homofobia ele revida com toda sua força visceral e experiência na capoeira.

E por falar em força visceral, é isso que torna Madame Satã um filme acima da média, um filme intenso que não desperdiça as chances que tem de ilustrar na tela do cinema relações homoafetivas como elas são, diferente do que vemos na maioria dos filmes que se propõe a narrar a vida de homossexuais.

Um destaque mais do que especial para a atuação sensacional de Lázaro Ramos, que usa uma de suas características principais que é a entrega ao personagem para interpretar madame  satã, Lázaro vai além de uma simples atuação novelista, ele entra na pele de João e consegue tirar o fôlego do espectador, prendendo o mesmo com cenas viscerais que só ele poderia entregar.

No fim das contas madame Satã mesmo sendo feito em 2002 continua atual, pois ele expõe a nós uma homofobia violenta que mata travestis diariamente, que João Francisco derrotava na porrada lá nos anos 30, mas que hoje é legitimada por discursos relativistas de chefes de estado e parlamentares, Madame Satã foi símbolo da luta contra o preconceito e seu legado ficou marcado nos cinemas e infelizmente com toda a perseguição à agência nacional do cinema, fica difícil que Luana Muniz, outra grande travesti da lapa ganhe sua também biografia.

Via o cinema nacional.

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