[News] CAIXA CULTURAL FORTALEZA APRESENTA EXPOSIÇÃO SOBRE NISE DA SILVEIRA
CAIXA CULTURAL FORTALEZA APRESENTA EXPOSIÇÃO SOBRE NISE DA SILVEIRA
Mostra celebra os 120 anos de nascimento da médica psiquiatra brasileira que inovou na saúde mental ao destacar o afeto e a arte como forma de tratamento
Nise da Silveira ao lado da tela Universal, de Emygdio de Barros
(Foto: Arquivo Pessoal Nise da Silveira / Acervo SAMII)
A CAIXA Cultural Fortaleza apresenta, a partir de 25 de novembro de 2025, a exposição “Nise da Silveira – A Revolução pelo Afeto”. Com entrada franca e patrocínio da CAIXA e do Governo Federal, a mostra reúne 157 obras de 11 artistas, incluindo pinturas, desenhos, fotografias, gravuras e esculturas, além de publicações e documentos históricos do Museu de Imagens do Inconsciente, do Rio de Janeiro.
O evento de abertura na terça (25/11), às 19h, terá visita guiada pela curadora Isabel Seixas e o consultor Eurípedes Junior. A mostra ficará em cartaz até 1º de março de 2026 e aborda o papel revolucionário de Nise, o contexto histórico e o trabalho desenvolvido no ateliê.
A exibição celebra os 120 anos de nascimento da psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999), destacando sua abordagem inovadora no tratamento da saúde mental por meio da arte e do afeto. As obras assinadas por alguns dos “clientes” – forma como a psiquiatra se referia aos seus pacientes –, dialogam com artistas convidados.
A exposição está dividida em três partes que exploram a vida e o trabalho da psiquiatra. A seção "Contexto, Dor e Afeto" apresenta a origem da abordagem terapêutica de Nise e o contexto dos tratamentos psiquiátricos da época. Em "Nise – Ser Mulher, Ser Revolucionária", a psiquiatra é destacada como uma figura inspiradora e detalha sua metodologia de tratamento com a arte. "O Atelier" simula o ateliê de Nise, reunindo obras de seus clientes e de artistas, e revelando como o afeto se transformou em metodologia científica para a reabilitação.
Obra da série “Cabeças Paisagem”, de Carlos Pertuis (Reprodução: Acervo MII)
Um dos destaques da exposição é a série de Mandalas, produzida por diferentes clientes. Segundo a curadora Isabel Seixas, a partir delas, Nise questionava como interpretar essa aparente contradição – pessoas definidas como seres partidos (esquizo: cisão; phrenis: pensamento), produzindo, em grande quantidade, imagens circulares, símbolos universais da unidade, da integração e da totalidade do ser.
Entre os documentos expostos, estão cartas que a médica trocou com Carl G. Jung. Em 1954, Nise da Silveira enviou a Jung fotos de pinturas de seus pacientes. Para o fundador da psicologia analítica, as mandalas expressavam o potencial autocurativo da psique.
Para Isabel Seixas, Nise representa a vanguarda do pensamento brasileiro e da ciência na pessoa de uma mulher revolucionária. “Foi uma pessoa que não se deixou encaixotar, de pensamento muito livre e para quem o encarceramento era impensável. Nise da Silveira (devemos reverberar esse nome) permitiria múltiplas abordagens. Valorizar seu gesto revolucionário a partir do afeto é potente nos dias de hoje”, afirma.
Oficinas:
No dia 26 de novembro (quarta), o museólogo Eurípedes Junior ministrará duas oficinas voltadas a profissionais da área da saúde mental. Os interessados em participar devem se inscrever gratuitamente por meio de formulário de cada atividade disponível no site da CAIXA Cultural.
Com o tema “Nise, uma psiquiatra rebelde”, a primeira oficina, das 10h às 12h30, apresentará um panorama geral do legado de Nise da Silveira, onde serão abordados, entre outros pontos, a história da construção e desenvolvimento das ideias e trabalhos de Nise da Silveira; a Terapêutica Ocupacional e o Museu de Imagens do Inconsciente; e a atualidade das ideias de Nise no panorama da saúde mental mundial pós-pandemia.
“Conhecendo o mundo interior” é o tema da segunda oficina, das 19h às 21h30, que propõe uma investigação sobre o mundo das imagens e do inconsciente. As pesquisas de Nise e de seus seguidores são apontadas como importantes luzes para a compreensão do funcionamento da mente.
Sobre Nise da Silveira:
Alagoana, Nise da Silveira ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia aos 15 anos, sendo a única mulher entre 157 formandos. Casou-se com o médico sanitarista Mário Magalhães e, na década de 1930, foi presa pelo Estado Novo, convivendo com figuras como Olga Benário, Graciliano Ramos e Maria Werneck.
Ao retornar às atividades, em 1944, ingressou no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Rio de Janeiro. A psiquiatra recusou-se a utilizar métodos agressivos, como eletrochoque e lobotomia, e iniciou uma revolução no tratamento de pacientes psiquiátricos, valorizando a arte e o afeto como terapias.
Nise foi reconhecida por sua contribuição à saúde mental, recebendo prêmios como a Ordem do Rio Branco, o Prêmio Ciccillo Matarazzo, a Medalha Chico Mendes e a Ordem Nacional do Mérito Educativo. Em 2022, foi declarada Heroína da Pátria.
Serviço:
[Artes Visuais] Exposição “Nise da Silveira – A Revolução pelo Afeto”
CAIXA Cultural Fortaleza – Avenida Pessoa Anta, 287 - Praia de Iracema
Abertura: dia 25 de novembro (terça-feira), a partir das 19h
Datas: de 25 de novembro a 1º de março de 2026
Horários: terça a sábado, das 10h às 20h; domingos e feriados, das 10h às 19h
Entrada gratuita
Classificação indicativa: Livre
Acesso para pessoas com deficiência
Informações: Site: CAIXA Cultural | Instagram: @
Patrocínio: CAIXA e Governo do Brasil
06/11/2025
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