[News] Filmagens de 'Geni e o Zepelim', de Anna Muylaert, chegam ao fim no Acre
Por mais de dois meses, equipe e elenco de “Geni e o Zepelim”, novo longa de Anna Muylaert, movimentaram a cidade de Cruzeiro do Sul, localizada na região da Amazônia, no Acre. O lugar serviu de cenário para a primeira história nos cinemas da personagem Geni, originalmente criada para os versos da canção homônima de Chico Buarque, há cerca de 50 anos. O filme mostrará a invasão das terras da comunidade ribeirinha de Geni (Ayla Gabriela) pelo Comandante (Seu Jorge), que chega em seu zepelim com o objetivo de expulsar os moradores e explorar o território para fins próprios.
A nova produção de Iafa Britz, da Migdal Filmes, reúne no elenco principal Ayla Gabriela, Seu Jorge, Suzy Lopes, Gero Camilo, Ênio Cavalcante, e grande elenco. O elenco é formado por atores do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pará, além de atores do Acre - de Cruzeiro do Sul e de Rio Branco - e centenas de figurantes locais.
A produção contou com cenas rodadas em barcos enquanto desciam o curso do rio Moa. Foi preciso um esquema especial para a captação das imagens: enquanto um barco aparecia em cena, outras embarcações davam o apoio necessário nos bastidores. Ao todo, o filme utilizou sete barcos para cena, nove embarcações para apoio e transporte diário (voadeiras, balsas e canoas).
Assim como na música, Geni (Ayla Gabriela) é uma travesti que se prostitui, sendo alvo constante de preconceito e humilhação na comunidade em que vive. Mas a chegada do Comandante (Seu Jorge) com um projeto predatório para a região, faz o jogo virar, e o destino de todos cai nas mãos de Geni: caso ela aceite passar uma noite com o Comandante, ele promete deixar a cidade e levar suas tropas embora. O conto “Bola de Sebo”, do escritor francês Guy de Maupassant, que serviu de inspiração para Chico Buarque na criação da música, também foi fonte para o roteiro, assinado por Muylaert.
A produção é assinada pela Migdal Filmes, em coprodução com a Paris Entretenimento e a Globo Filmes. A distribuição nos cinemas ficará a cargo da Paris Filmes.
Sinopse:
Inspirado na canção homônima de Chico Buarque, o longa narra a história de Geni, prostituta de uma cidade ribeirinha, localizada no coração da floresta amazônica. Amada pelos desvalidos e odiada pela sociedade local, ela vê sua cidade sendo invadida por tropas lideradas por um tirano, conhecido como Comandante, que chega voando em um imponente zepelim, com um verdadeiro projeto de poder predatório para a região. Ele obriga todos a fugirem rio adentro, onde acabam presos. Porém, quando o Comandante vê Geni, ela percebe que talvez ainda haja uma chance de virar o jogo.
Ficha técnica:
Roteiro e Direção: Anna Muylaert
Produção: Iafa Britz
Produtores Associados: Anna Muylaert, Sérgio de Carvalho, Veronica Stumpf e Marcio Fraccaroli
Produção Executiva: Mylena Mandolesi e Mauro Pizzo
Direção de Fotografia: Bárbara Alvarez, SCU
Direção de Arte: Rafael Ronconi
Figurino: Alex Brollo
Caracterização: Sonia Penna
Elenco por: Gabriel Domingues
Som Direto: Gabriela Cunha
Elenco: Ayla Gabriela, Seu Jorge, Gero Camilo, Suzy Lopes, Ênio Cavalcante e grande elenco. Participações especiais: Gorete Milagres e Shirley Cruz.
Produção: Migdal Filmes
Coprodução: Paris Entretenimento e Globo Filmes
Distribuição: Paris Filmes
O filme conta com investimento do Fundo Setorial do Audiovisual
Para ouvir a música de Chico Buarque, “Geni e o Zepelim”, acesse este link.
Letra original:
De tudo que é nego torto
Do mangue, do cais, do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Com os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo: Mudei de idéia
Quando vi nesta cidade
Tanto horror e iniquidade
Resolvi tudo explodir
Mas posso evitar o drama
Se aquela formosa dama
Esta noite me servir
Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Mas de fato, logo ela
Tão coitada, tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela prisioneiro
Acontece que a donzela
E isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão
Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni
Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Sobre a diretora Anna Muylaert
Anna Muylaert é uma diretora e roteirista brasileira, nascida em São Paulo em 1964. Escreveu diversas séries para TV, entre elas “Castelo Rá Tim Bum” e “As Canalhas”. Colaborou no roteiro de diversos longas, como “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”. Escreveu e dirigiu 8 longas metragens, entre eles “Durval Discos”, “Mãe só há uma”, “Alvorada” e “Que Horas Ela Volta?”, vencedor do Prêmio do Público na 65ª Berlinale. Seu último filme, “A Melhor Mãe do Mundo”, acabou de estrear na 75ª Berlinale e está rodando o mundo em vários festivais. É Membro da Academia do Oscar. É mãe de José e Joaquim.
Sobre a Migdal Filmes
A Migdal Filmes, criada há 15 anos pela produtora Iafa Britz, é referência no mercado audiovisual, tendo levado mais de 30 milhões de espectadores aos cinemas. A produtora equilibra em seu line-up entretenimento com impacto social. Com sucessos de crítica e público, a Migdal vem desenvolvendo franquias e IPs importantes em parceria com grandes players e talentos. Foi responsável pela trilogia de “Minha Mãe é uma Peça”, fenômeno cuja terceira parte alcançou o posto de filme mais lucrativo da história do cinema nacional, pelos premiados “Cássia Eller”, “M-8 – Quando a Morte Socorre a Vida” e “As Polacas”, pela comédia “Linda de Morrer”, pela biografia cinematográfica “Irmã Dulce” e por “Nosso Lar”. Em 2025/2026, destacam-se grandes projetos, entre eles os filmes “Overman”, dirigido por Tomás Portella e baseado nas tirinhas da cartunista Laerte Coutinho, “(Des)Controle”, dirigido por Rosane Svartman e codirigido por Carol Minêm, “Geni e o Zepelim”, de Anna Muylaert, inspirado na canção homônima de Chico Buarque e “Caramelo”, dirigido por Diego Freitas em parceria com a Netflix.
Sobre a Paris Entretenimento:
Fundada em 2011, a Paris Entretenimento consolidou-se como produtora independente em 2015, com o lançamento de “Carrossel - O Filme”. Desde então, seus filmes foram vistos por 20 milhões de pessoas nos cinemas. Entre 2015 e 2018, a Paris Entretenimento foi a produtora que mais lançou filmes no país, com um total de quatorze longas-metragens originais exibidos em circuito comercial. Os gêneros variados dessas produções reafirmam sua versatilidade e, consequentemente, seu posicionamento no mercado audiovisual: adaptações de séries infantis (“Carrossel”, “Carrossel 2 – O Sumiço de Maria Joaquina”, “Detetives do Prédio Azul – O Filme” e “Detetives do Prédio Azul 2 – O Mistério Italiano”), infanto-juvenis (“Internet – O Filme”, “Meus 15 Anos” e “10 Horas para o Natal”), comédia romântica (“Um Namorado Para Minha Mulher”) e uma adaptação que deu vida à HQ nacional de ação (“O Doutrinador”). Em 2021, lançou as comédias “A Sogra Perfeita” e “Dois Mais Dois”, e em 2022 “Detetives do Prédio Azul 3 – Uma Aventura no Fim do Mundo”. Em 2023, produziu “Um Dia Cinco Estrelas”, “Meu Nome é Gal”, “Tá Escrito” e “Férias Trocadas” e, no ano de 2024, lançou “Minha Irmã e Eu”, “Morando Com O Crush” e “Bandida - A Número Um”. Em 2025, lança “Homem Com H”, cinebiografia de Ney Matogrosso, “Sílvio Santos Vem aí”, “C.I.C. - Central de Inteligência Cearense”, “A Sogra Perfeita 2”, “Detetives do Prédio Azul 4” - além de entrar em produção com os longas “As 10 Vantagens De Morrer Depois De Você”, “Shurastey, O Caçador de Malassombro” e mais.
Sobre a Globo Filmes
Construir parcerias que viabilizam e impulsionam o audiovisual nacional para entreter, encantar e inspirar com grandes histórias brasileiras. É assim que a Globo Filmes atua desde 1998 como a maior coprodutora e uma das maiores investidoras do cinema brasileiro. Em 2023, completou 25 anos e chegou à marca de mais de 500 filmes no portfólio e mais de 260 milhões de público acumulado. Como produtora e coprodutora, seu foco é na qualidade artística e na diversidade de conteúdo, levando ao público o que há de melhor no cinema brasileiro: comédias, romances, infantojuvenis, dramas, aventuras e documentários. A filmografia vai de recordistas de público, como “Minha Irmã e Eu” e “Os Farofeiros 2”, duas das maiores bilheterias nacionais pós-pandemia, “Tropa de Elite 2” e “Minha Mãe é uma Peça 3” – ambos com mais de 11 milhões de espectadores – a sucessos de crítica e público como “2 Filhos de Francisco”, “Marighella”, “Que Horas Ela Volta?”, “Pedágio” e “Carandiru”, passando por longas premiados no Brasil e no exterior, como “Cidade de Deus” – com quatro indicações ao Oscar – e “Bacurau”, que recebeu o prêmio do Júri no Festival de Cannes.
Sobre a Paris Filmes:
A Paris Filmes é a maior distribuidora brasileira independente e atua no mercado de distribuição de filmes no Brasil e na América Latina, destacando-se pela alta qualidade cinematográfica. Além de ter distribuído grandes sucessos mundiais como as sagas “Crepúsculo” e “Jogos Vorazes”, o premiado “O Lado Bom da Vida”, que rendeu o Globo de Ouro®️ e o Oscar®️ de Melhor Atriz a Jennifer Lawrence em 2013 e “Meia-Noite em Paris”, que fez no Brasil a maior bilheteria de um filme de Woody Allen, a distribuidora também possui em sua carteira os maiores sucessos do cinema nacional, como as franquias “De Pernas Pro Ar”, “Até Que a Sorte nos Separe”, “DPA – O Filme" e "Turma da Mônica". Nos últimos anos a empresa esteve à frente de importantes lançamentos como “John Wick”, “La La Land – Cantando Estações”, “A Cabana”, “Extraordinário”, “Marighella”, “Meu Nome é Gal”, “Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, “Jogos Mortais X” e “Minha Irmã e Eu” – primeiro filme nacional a bater a marca de 2 milhões de espectadores pós-pandemia.
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