[Mostra] Cinemateca Brasileira e FILMICCA apresentam retrospectiva da diretora cubana Sara Gómez

 

Entre os dias 21 e 23 de novembro a Cinemateca Brasileira e a FILMICCA apresentam a Retrospectiva Sara Gómez, cineasta que registrou a história do povo cubano e as mudanças sociais logo após a revolução. Serão exibidos 15 títulos, todos em versões restauradas, que trazem retratos íntimos de pessoas comuns e revelam um olhar atento para a efervescência da juventude, a produção cultural afro-cubana, o trabalho e a participação das mulheres na sociedade. 

O legado de Sara Gómez é de um cinema rebelde e revolucionário, de alto rigor estético e embebido de poesia. Tanto no documentário quanto na ficção, seus filmes buscam o despertar de consciências, o incentivo à participação popular e democrática na vida em sociedade e nas atividades políticas. Através de sua câmera, Sarita – como era carinhosamente chamada – transformou o cinema com suas obras decoloniais, captando registros únicos e vibrantes. 

Em 1974, se tornou a primeira mulher a dirigir um longa-metragem de ficção em Cuba. De certa maneira, na programação da mostra, é um marco do cinema do país e se tornou um ícone do cinema feminista. Um híbrido de documentário e ficção, é a obra mais conhecida da diretora, que dirigiu 20 filmes – uma carreira prolífica considerando a interrupção com sua morte precoce aos 31 anos. 

Além do longa, a mostra contará com quatro sessões de curtas-metragens. A sessão O timbre das cidades é composta por filmes que olham para o espaço urbano a partir de uma lente musical. Deixe os trabalhadores decidirem se inicia com uma recuperação da história de lavradores negros trazidos para Cuba, seguida das mudanças nas dinâmicas de trabalho e uma intensificação da consciência política dos trabalhadores. Histórias da Ilha da Juventude reúne três curtas que contam a história da ilha, e a chegada massiva de jovens no território para estudar nas escolas no campo e trabalhar nas plantações, destacando primeiro a região onde ficavam os meninos e depois a que ficavam as meninas. Por fim, Foco nas mulheres cubanas apresenta curtas profundamente feministas que abordam a saúde das mulheres e suas contribuições para a sociedade e para a economia. 

A Retrospectiva Sara Gómez é uma oportunidade de assistir na tela de cinema filmes já disponíveis na plataforma da FILMICCA, recuperando o cinema de uma diretora que sofreu múltiplos apagamentos, comuns a cineastas negras, sobretudo em tradições cinematográficas de oposição e produzidas no Sul Global. 

As sessões são gratuitas, com retirada de ingressos uma hora antes na bilheteria da Cinemateca Brasileira. 

 


CINEMATECA BRASILEIRA

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana

 

Horário de funcionamento

Espaços públicos: de segunda a segunda, das 08 às 18h

Salas de cinema: conforme a grade de programação.

Biblioteca: de segunda a sexta, das 10h às 17h, exceto feriados

 


Sala Oscarito (104 lugares)

Retirada de ingresso 1h antes do início da sessão

 


PROGRAMAÇÃO | Sala Oscarito

 


21 de novembro, sexta-feira

20h _ De certa maneira (1977, 73 min) 

 


22 de novembro, sábado

15h30 _ Sessão “O timbre das cidades” 

Guanabacoa: crônica de minha família (1966, 15 min) 

Um documentário sobre trânsito (1971, 16 min) 

Eu vou para Santiago (1964, 16 min) 

E... nós temos sabor (1967, 25 min) 

17h10 _ Sessão “Deixe os trabalhadores decidirem” 

Nos bateyes (1971, 25 min) 

Excursão a Vueltabajo (1965, 10 min) 

Sobre horas extras e trabalho voluntário (1973, 9 min) 

Poder local, poder popular (1970, 11 min) 

Minha contribuição (1969, 34 min) 

 


23 de novembro, domingo

15h _ Sessão “Histórias da Ilha da Juventude” 

Ilha do tesouro (1969, 10 min) 

Uma ilha para Miguel (1968, 20 min) 

Na outra ilha (1968, 41 min) 

16h40 _ De certa maneira (1977, 73 min) 

18h20 _ Sessão “Foco nas mulheres cubanas” 

 


CINEMATECA BRASILEIRA

A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social.

O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.





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