[Resenha] Saberes indígenas: Contribuições ancestrais para o futuro da educação infantil
Sinopse:
Este livro reúne vinte e um autores de diferentes etnias indígenas que nos trazem memórias e reflexões sobre a infância entre seu povo, em sua aldeia. São histórias ancestrais, relatos de vida pessoal, estratégias que movimentam a educação e o entendimento da natureza.
O quê eu achei?
Organizado pela Auritha Tabajara(primeira mulher indígena reconhecida como cordelista do país), Kathia e Claudia Castilho(as duas últimas são irmãs e editoras da Estação das Letras e Cores), essa curta-são menos de duzentas páginas-porém super informativa obra, fala de vivências de vários autores, alguns conhecidos como Daniel Munduruku e outros menos conhecidos do público em geral como Jama Wapichana, uma pesquisadora multidisciplinar fundadora da Wapichana Produções que promove a indústria criativa de forma sustentável na Amazônia.
Eu compareci no lançamento no Rio de Janeiro a convite da assessoria da TZM e conheci as organizadoras Kathia e Claudia e a autora Lúcia Tucuju. Lúcia é nativa da tribo Galibi Marworno, originária do Amapá, e compartilhou histórias que nos fazem repensar a forma como nós, enxergamos os povos originários. Por exemplo: é comum na tribo dela que crianças de 7,8 anos sejam vistas fumando cachimbos. À primeira vista, pode parecer bizarro para nós, que temos um olhar de fora, mas essa prática é normalizada na cultura deles, sendo utilizado para relaxamento, rituais e conexão espiritual.
Outros autores como Jovina Renhga, do povo Kaingang do Paraná, compartilham histórias de suas trajetórias pessoais, como quando sua vida foi afetada pela ditadura militar, um período difícil para os indígenas, pois havia muita perseguição e até mortes.
Todos esses relatos agregam contribuições valiosas para o futuro da educação e da conscientização dos povos originários do país. Uma leitura super enriquecedora que eu definitivamente recomendo.
À venda no site da editora Estação das Letras e Cores, na Amazon e em sites de livrarias como a Travessa.



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