[Crítica] Emília Pérez

 

Sinopse:

A busca pela felicidade pode custar caro. Em Emília Pérez, uma descontente e explorada, mas altamente qualificada, advogada chamada Rita (Zoe Saldana) trabalha numa firma focada em encobrir crimes ao invés de servir à justiça. Cansada dessa dinâmica e de estar desperdiçando seus talentos, Rita se depara um dia com uma proposta indispensável que pode tirá-la dessa vida: ajudar o chefe de um cartel, Juan Del Monte, a se aposentar, sair de seu posto e desaparecer por definitivo. Juan, porém, tem aperfeiçoado esse plano em segredo há anos e envolve não só fugir das autoridades, mas afirmar sua verdadeira identidade: Emilia Pérez. Rita, então, ajuda-o em todo esse processo, garantindo que Emília possa finalmente viver seu mais autêntico e verdadeiro eu fora do radar. Emília Perez é um musical que redefine o gênero e, com sua história, quebra expectativas.


                        O quê eu achei?

A advogada altamente qualificada Rita (Zoë Saldaña, de Vingadores e Avatar)porém explorada pela firma em que trabalha, recebe uma oferta inusitada: o temido chefe do cartel mexicano, Manitas, a oferece uma quantia irrecusável para que ela o ajude a colocar seu plano em ação. Ele planeja desaparecer dos holofotes forjando sua própria morte e recomeçar a vida do zero em outro lugar após fazer uma cirurgia de redesignação de gênero para se tornar a mulher que ele sempre quis ser. Rita tem que encontrar um cirurgião especializado na técnica e que concorde em fazer isso em segredo. Ela consegue encontrar um doutor na Tailândia que faz o procedimento e o ajuda a fazer o mundo acreditar que Manitas está morto. Quatro anos depois, o caminho de sua persona Emília Pérez se cruza com o de Rita mais uma vez.

Vou começar falando dos aspectos técnicos: apesar de esta crítica gostar de musicais, não gostei das músicas e achei que elas não se encaixaram na narrativa; poderia muito bem ser apenas uma produção normal, só com diálogos. A montagem, a transição de uma cena para outra soa anti-natural e a fotografia é um tanto exagerada.

Há várias polêmicas cercando a produção: apesar de ser uma produção sobre o povo mexicano, o diretor é francês, as cenas foram filmadas na França(de acordo com o diretor, eles até chegaram a visitar o país para verificar as possibilidades de filmar lá mas por questões financeiras, preferiram filmar na França)nenhum dos atores é mexicano ou fala um espanhol com sotaque de lá(Karla Sofía Gascón,que interpreta Emília Pérez,é espanhola e Selena Gomez é americana com avós mexicanos mas não fala espanhol fluentemente)e estereótipos mexicanos são reproduzidos.

Além de tudo isso, há diversas falas transfóbicas, como, por exemplo, as várias vezes em que ela é chamada por seu ex-nome mesmo após ter feito a transição e a cena em que ela briga com Jessi(Selena Gomez)sua ex-esposa e sua voz acaba soando exatamente como era antes da redesignação de gênero. A comunidade LGBTQIAP+ e nem os próprios mexicanos gostaram do filme.Cenas como a música da "vaginoplastia"(como é chamado o procedimento de redesignação de gênero) foram duramente criticadas.

E também há mais uma controvérsia: houve uso de IA para alterar as vozes dos personagens,como a de Karla Sofía Gascón(que já era uma mulher trans antes das filmagens começarem). Eles usaram o software ucraniano Reespecher para mesclar as vozes da protagonista e da cantora francesa Camille(que co-escreveu as canções do longa) para aumentar o alcance,além de afinar o tom da voz para que soasse mais feminina.

Resumindo a história:Emília Pérez tem um roteiro fraco,que até tinha uma premissa interessante mas que não soube desenvolvê-lo,fora os problemas citados. Fico na torcida para que produções melhores sejam reconhecidas como Ainda estou aqui.

Estreia nos cinemas nacionais dia 6 de fevereiro.

                        Trailer:







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