[News] Babilônia Tropical - A Nostalgia do Açúcar tem últimas apresentações no CCBB São Paulo

 Babilônia Tropical - A Nostalgia do Açúcar tem últimas apresentações no CCBB São Paulo 

 

A criação do diretor Marcos Damigo, com Carol Duarte, Jamile Cazumbá, Ermi Panzo e Leonardo Ventura no elenco, fica em cartaz até 19 de novembro

 



Cena de Babilônia Tropical - Crédito da Foto: Luiza Palhares

 

 

A temporada paulistana de Babilônia Tropical - A Nostalgia do Açúcar no CCBB São Paulo, tem suas últimas sessões. O domínio holandês no Nordeste do País no século XVII (um dos períodos mais estudados da história brasileira) é o enredo do espetáculo que fica em cartaz até 19 de novembro de 2023, quintas e sextas, às 19h; sábados, domingos e feriados (12/10 e 02/11), às 17h. Os ingressos custam R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada) e podem ser adquiridos na bilheteria do CCBB SP ou pelo site www.bb.com.br/cultura.

 

Criação do diretor Marcos Damigo, drama histórico real mistura passado e presente para falar sobre o período da invasão holandesa em Pernambuco no século XVII. O elenco tem os atores Carol Duarte, que interpreta o papel de Anna Paes, Ermi Panzo, artista angolano radicado há quase dez anos no Brasil, que também assina a dramaturgia da obra; Jamile Cazumbá, artista baiana que transita pelo audiovisual e a performance; e Leonardo Ventura, ator consagrado em obras dirigidas por Antunes Filho no Centro de Pesquisa Teatral; além de Adriano Salhab, músico pernambucano que assina a direção musical do espetáculo e executa a trilha sonora ao vivo em cena, com músicas originais.  

 

Um grupo de quatro atores, inspirados no episódio da invasão holandesa em Pernambuco - quando a região era a maior produtora de açúcar do mundo - ensaia o espetáculo que mescla passado e presente e se desenrola a partir da tentativa de reproduzir o momento em que Anna Paes, dona de engenho da época, escreve um bilhete para o aristocrata neerlandês Maurício de Nassau, presenteando-o com seis caixas de açúcar em sua chegada ao Brasil. O bilhete está guardado até hoje no Arquivo  Nacional dos Países Baixos, em Haia.

 

Carol Duarte destaca a importância de abordar a barbárie histórica do país. E ressalta: "como podemos olhar para o passado sem reparar que os pilares desse país foram sustentados pela escravidão? Os vilões da nossa história devem ser nomeados para que, no presente, possamos erradicar qualquer indício dessa herança escravocrata, restaurando o lugar devido para aqueles que foram capturados e para aqueles que ainda são oprimidos", afirma a atriz.  

 

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“Jamile, artista baiana, e Ermi, escritor e poeta angolano radicado no Brasil, vão por o dedo na ferida diversas vezes. Discutir o racismo é sempre a pauta adiada em um País que tem dificuldade de enxergar a si mesmo, o que dizer então da reparação histórica. As diversas violências que o trabalho na contemporaneidade são lançadas contra todos, pretos, brancos, amarelos e miscigenados, é fruto das distorções da escravidão.”

 

Eduardo Nunomura, site Farofafá (https://farofafa.com.br/2023/11/03/babilonia-tropical/#google_vignette)

 

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Anna Paes, uma mulher considerada à frente de seu tempo, já que sabia ler e escrever (algo raro para a época), assumiu também a administração de um dos maiores engenhos de Pernambuco com a morte do marido. Valores positivos para esse início de modernidade, como liberdade e  emancipação, vão sendo desmontados, revelando a grande farsa do projeto que deu início a esse empreendimento açucareiro, que só existiu graças à escravidão.

  

O idealizador, dramaturgo e diretor da obra, Marcos Damigo, enfatiza: "É uma responsabilidade imensa dar vida às pessoas que vieram antes de nós, para que possamos transformar a forma como nos enxergamos e, assim, talvez, ativar nossa sensibilidade para uma melhor compreensão de nós mesmos."  

 

O produtor do espetáculo, Gabriel Bortolini, adianta que a peça provoca reflexões profundas. "A representação histórica, exemplificada pela personagem Anna Paes, reflete nossas escolhas sobre como perpetuar a história, a imagem e seus pares. A história brasileira foi feita de brancos para brancos. Aqui, questionamos não apenas os reconhecimentos em si, mas também seus privilégios e as barreiras que precisam ser superadas para alcançar um lugar diferente", afirma Bortolini.  

 

https://lh7-us.googleusercontent.com/K7eRoCPlwfUvFpStqVPJGMA1FfN0ZzfcOcOSlv2JokC76e1-3ifJvFjDVE2_1x4a4DY1omc2QWHQGAVlMTZ57PwHgzTYzIVXtILxHbgzHUce1YHHclyoLMW_WEqjl1V0sK7T1_HSnhaY

Cena de Babilônia Tropical - Crédito da Foto: Luiza Palhares

 

Destacando-se tanto na atuação quanto na dramaturgia, o ator e poeta Ermi Panzo explora a reconstrução desse período para revelar a existência do racismo como herança da escravidão, e suas implicações nos modos de nos relacionarmos com a própria ideia do trabalho. "A obra traz uma representação vívida do cenário dinâmico do trabalho da época, que resulta em um conjunto de elementos que caracterizam a precariedade das condições de vida do trabalhador, atentando contra sua dignidade, especialmente para a maioria negra", explica Panzo.  

 

A permanência do racismo em todas as relações também é um dos destaques que a peça traz para a atriz Jamile Cazumbá. Ela destaca que sua personagem experimenta “cotidianamente os danos, a violência e as perversidades do racismo, e de todas e diversas categorias de subalternidades estabelecidas socialmente e politicamente para que meu corpo habite”, e que a peça “é uma tentativa de abrirmos mão da suposta ingenuidade que o romantismo colonial insiste em coreografar”.

 

Babilônia Tropical oferece ao público uma experiência rica e instigante, com música ao vivo e recursos audiovisuais, utilizando desde imagens de arquivos históricos até filmagens realizadas em estúdio por uma equipe audiovisual, com imagens de grande impacto e beleza. “Enfrentamos, aqui, a questão central diante do teatro contemporâneo: a chegada de temáticas antes ocultas ou apagadas que demandam novos engendramentos, tanto de relações formais, quanto de relações profissionais e pessoais; e a despeito de qualquer resposta, encontramos no caminho da escuta, da contracena e do acolhimento, nosso modo de relacionarmo-nos com tudo isso e uns com os outros; que o teatro seja canal para toda essa elaboração e que a cena possa cumprir o seu papel primordial, que é o da síntese poética”, adianta Leonardo Ventura, ator.

 

O projeto recebeu apoio da Embaixada dos Países Baixos para o desenvolvimento da dramaturgia, o que possibilitou uma viagem do autor Marcos Damigo a Pernambuco, bem como a participação do historiador Daniel Breda no processo de pesquisa, além de uma primeira imersão com o elenco da peça em 2022.

  

A peça estreou no CCBB Belo Horizonte, depois teve temporadas pelo CCBB Brasília e pelo CCBB Rio de Janeiro.  

 

SINOPSE

Um bilhete escrito por uma mulher em Pernambuco no início do século XVII está guardado até hoje no Arquivo Nacional dos Países Baixos. Nele, Anna Paes, uma dona de engenho descendente de portugueses, presenteia Maurício de Nassau com seis caixas de açúcar branco, assim que ele chega para governar o que era na época o Brasil holandês, em 1637. A vida dessa mulher se torna objeto de investigação de um grupo de artistas de teatro. Mas, conforme os intérpretes investigam o contexto em que esse bilhete foi escrito, emergem questões de classe, gênero e raça, revelando que o passado talvez não esteja tão remoto assim.

 

SOBRE O CCBB SP

O Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, iniciou suas atividades há mais de 20 anos e foi criado com o objetivo de formar novas plateias, democratizar o acesso e contribuir para a promoção, divulgação e incentivo da cultura. A instalação e manutenção de nosso espaço em um prédio, em pleno centro da capital paulista, reflete também a preocupação com a revitalização da área, que abriga um inestimável patrimônio histórico e arquitetônico, fundamental para a preservação da memória da cidade. Temos como premissa ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura, em suas diferentes formas. Essa conexão se estabelece mais genuinamente quando há desejo de conhecer, compreender, pertencer, interagir e compartilhar. Temos consciência de que o apoio à cultura contribui para consolidar sua relevância para a sociedade e seu poder de transformação das pessoas. Acreditamos que a arte dialoga com a sustentabilidade, uma vez quek toca o indivíduo e impacta o coletivo, olha para o passado e faz pensar o futuro. Com uma programação regular e acessível a todos os públicos, que contempla as mais diversas manifestações artísticas e um prédio, que por si só, já é uma viagem na história e arquitetura, o CCBB SP é uma referência cultural para os paulistanos e turistas da maior cidade do Brasil.

 

FICHA TÉCNICA  

Marcos Damigo - idealização, concepção e direção geral  

Gabriel Bortolini - concepção e direção de produção  

Ermi Panzo e Marcos Damigo - dramaturgia  

Carol Duarte, Jamile Cazumbá, Ermi Panzo, Leonardo Ventura e Adriano Salhab - elenco  

Lúcia Bronstein e Sol Miranda - interlocução artística  

Adriano Salhab - direção musical e canções originais  

Simone Mina - direção de arte  

Wagner Pinto - iluminação  

Glaucia Verena - preparação vocal e consultoria artística e dramatúrgica  

Pat Bergantin - preparação corporal  

Daniel Breda - consultoria histórica  

Rafa Saraiva e Mila Cavalcanti - programação visual  

Coletivo Corpo Sobre Tela/Ricardo Aleixo e Julia Zakia - direção de fotografia  Coletivo Corpo Sobre Tela - montagem e finalização de cor  

Rafael Tenório - vídeo engenho em chamas  

Luiz Schiavinato Valente - coordenação de redes sociais  

Mayara Santana e Rafael Tenório - design para redes sociais  

Jackeline Stefanski Bernardes e Ví Silva - assistência de direção  

Luiz Schiavinato Valente e Ví Silva - assistência de produção  

Rick Nagash - assistência de direção de arte  

Vinicius Cardoso - assistência de cenografia  

Amanda Pilla B e Hellige Sant’Anna - assistência de figurino e adereços  

Carina Tavares - assistência de iluminação 

Wanderley Wagner e Fernando Zimolo - cenotécnica cenário  

Mauro José da Silva e Matheus Kaue Justino da Silva - cenotécnica filmagem  Vivona - cabeleireira elenco  

Julia Zakia - making off  

Luiza Zakia Leblanc - câmera adicional making off  

 

SERVIÇO

Babilônia Tropical - A Nostalgia do Açúcar

Temporada: até 19 de novembro de 2023, sempre de quinta a domingo

Horário: quinta e sexta às 19 horas, sábado e domingo às 17h

Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo – CCBB SP

Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – SP  

Próximo à estação São Bento do Metrô 

Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.

Duração: 80 minutos

Recomendação: 14 anos

Ingressos: R$30 (inteira) / R$15,00 (meia-entrada)
Vendas: bilheteria do CCBB SP ou pelo site bb.com.br/cultura 

Informações: bb.com.br/cultura | (11) 4297-0600 | Redes Sociais: instagram.com/Ccbbsp | facebook.com/ccbbsp | twitter.com/ccbb_sp | 

 

CCBB SP 

Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças 

Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.

Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.

Transporte público: O Centro Cultural Banco do Brasil fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista. 

Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).

 

Informações para a imprensa:

Canal Aberto Assessoria de Imprensa

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