[Crítica] Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes


Sinopse:

No retorno a Jogos Vorazes, anos antes de se tornar o tirânico presidente de Panem, Coriolanus Snow aos 18 anos vê uma chance de mudança de sorte quando é escolhido para ser mentor de Lucy Gray Baird, a garota tributo do empobrecido Distrito 12.



O que achei?


O prelúdio de “Jogos Vorazes” conta a história do Coriolanus Snow anos antes dele se tornar o presidente tirânico de Panem, vivido por Tom Blyth. O filme retrata a origem do grande vilão da trilogia original, mas sem em nenhum momento tentar justificar as ações do protagonista. Ao contrário, podemos acompanhar os acontecimentos que faz o revelar sua verdadeira personalidade: fria, egoísta, manipuladora e sem empatia.


Snow vem de uma família tradicional, que perdeu o seu status e vive apenas de aparências, após ter perdido todas as riquezas. Na tentativa de mudar a sorte da sua família, ele busca vencer o prêmio Plinth, para ganhar uma bolsa na Universidade. Para isso, precisa realizar um último projeto, ser mentor de um dos tributos que irá participar da 10° edição do Jogos Vorazes.


O jovem Snow é designado a ser o mentor de Lucy Gray (Rachel Zegler), garota do Distrito 12, magrela e que pouco aparentava ser capaz de vencer os jogos. Na época, os jogos não aconteciam em uma arena de gladiadores, sem lugar para se esconder e terminando apenas com um vitorioso. Ainda na Colheita, a jovem chama atenção ao cantar e Snow logo vê que tem possibilidades de conquistar o seu prêmio.


Snow entende a partir daqui que os jogos é também um entretenimento que precisa de personagens e histórias. Então, essa foi a estratégia adotada por ele e logo chamou a atenção Dra. Volumnia Gaul (Viola Davis), responsável pelos jogos e por experimentos para torná-lo ainda mais cruel. Quando a cientista decide escutar algumas sugestões do jovem para aplicar ainda naquela edição.


O filme é dividido em três atos, nos dois primeiros vemos o mentor e a tributa criarem uma conexão para sobreviverem aos jogos. Quando conseguimos criar uma pequena empatia pelo personagem central, a partir da relação que ele estabelece com Lucy. Mas no último ato, percebemos que todas as ações dele foram, na verdade, para benefício próprio.


Blyth, entrega uma boa performance, ao mostrar as nuances do personagem que vai se revelando aos poucos. Na metade do segundo ato é possível perceber certas ações, que não o transformaram, mas sim mostraram a sua verdadeira natureza. Rachel Zegler, apesar de menos tempo de tela, consegue nos encantar, principalmente, com a sua voz e se torna o principal elo entre o público e Snow. Talvez as partes musicais tenham passado um pouco, mas é emocionante ouvir Zegler cantar "The Hanging Tree". 


Precisamos ressaltar também as atuações de Viola Davis, como Dra. Gaul, e Peter Dinklage, como Casca Highbottom, que estão incríveis em seus papéis. Dinklage é o reitor da Academia e idealizador dos jogos, velho amigo do pai de Snow, vai desempenhar um papel fundamental para o desenvolvimento do personagem. Viola Davis está assustadora, até no visual, no seu papel como antagonista.


Por fim, na última parte conseguimos acompanhar como se deu a ascensão de Snow para se tornar a pessoa poderosa que ele é na trilogia original. Um ótimo filme para os adoradores da saga, mas também um excelente filme para adentrar a esse universo. 


“Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” estreia nos cinemas na próxima quinta-feira (16).


Trailer:


Escrito por Nathalia Bittencourt



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