[News] O espetáculo “Solidão de Caio F.” volta ao cartaz, dia 5 de julho,no Teatro Glauce Rocha, no Centro
O espetáculo “Solidão de Caio F.” volta ao cartaz, dia 5 de julho,no Teatro Glauce Rocha, no Centro
Com direção de Alexandre Mello, a obra homenageia o escritor Caio
Fernando Abreu em uma reflexão sobre a solidão, a morte e a busca pelo amor nas metrópoles
A busca pelo amor verdadeiro nas grandes metrópoles e a poesia extraída da dor de se
sentir só permeiam os textos do jornalista, dramaturgo e escritor gaúcho Caio
Fernando Abreu (1948-1996), que deixou uma extensa obra, composta por contos,
romances, novelas e peças teatrais. Com direção de Alexandre Mello e roteiro de
Hilton Vasconcellos, o espetáculo “Solidão de Caio F.” põe um foco nesse recorte ao
unir dois contos do autor sobre o tema (“Uma praiazinha de areia bem clara, ali, na
beira do sanga” e “Dama da Noite”), além de cartas escritas entre 1987 e 1990. Depois
de duas temporadas com elogios de público e críticos, a peça volta ao cartaz, dia 5 de
julho, no Teatro Glauce Rocha, no Centro. Em cena, imagens que evocam uma época
de homofobia explícita por conta da desinformação sobre a Aids e a grande dor
existencial desta geração que viveu o golpe militar e a decadência das artes e da
cultura no país. O projeto conta com apoio do Programa Funarte Aberta.
Na trama, um único homem, o escritor, desdobra-se em dois personagens, que estão
em um mesmo ambiente, mas não se encontram, por pertencerem a contos
diferentes. Os atores Hilton Vasconcellos e Rick Yates são cérebro e coração do autor,
num mesmo espaço-tempo, contracenando indiretamente. Quando um é autor, o
outro é personagem e vice-versa. A encenação optou por explorar uma imagem
bastante popular da famosa tela de Van Gogh, que retrata seu quarto, como suporte
para a cena de Caio F. Os personagens habitam esse mesmo quarto, onde suas
memórias e impressões do mundo e da vida se expressam através das imagens
daqueles tempos.
“Este monólogo-tributo foi escrito durante a pandemia, quando a palavra de Caio
parecia “gritar pelos cantos’’. Suas crônicas e cartas nos anos 1990 denunciavam a
ignorância em torno de um vírus, também desconhecido, e desmascaravam a covardia
dos que usavam a epidemia para impor o ódio e o preconceito. O universo de Caio é o
mesmo dos que insistem em continuar, dos que tentam não sucumbir às mazelas
diárias”, descreve Hilton Vasconcellos que, em 2012, ficou oito meses em cartaz na
peça “Homens de Caio F.”, dirigida por Delson Antunes. “As palavras de Caio parecem
ter sido feitas para as ações que nascem no coração. Tudo ali é à flor da pele e nos
emociona. O que é descritivo nos seus textos é cinematográfico, gerando imagens que
ativam todos os nossos sentidos. Minha paixão pela obra dele é de longa data”,
acrescenta Rick Yates.
Caio Fernando Abreu é um dos mais importantes escritores brasileiros
contemporâneos. Se estivesse vivo completaria 77 anos em 2025. Inovador, Caio F
imprimia em seus contos uma narrativa cinematográfica, detalhada, delicada e ácida.
O autor integra uma geração que vai dos hippies, passando pelos “punks” e “clubbers”,
e acaba devorada pela Aids nos anos de 1980/90. Seus contos têm imagens potentes,
são histórias cinematográficas da solidão de seus personagens na selva urbana. “Caio
surge como autor sob a censura moralista da decadente ditadura militar no Brasil.
Embarca numa espiral de afã por liberdade e justiça, amor livre e luta contra a
homofobia, mas sua obra segue uma “via negativa”. Seus personagens são anti-heróis
urbanos, “loosers”. A obra de Caio F. responde com sensibilidade à demanda de
liberdade de seu tempo e continua atualíssima”, reforça Alexandre Mello
Alexandre Mello - Diretor
Alexandre Mello é diretor, curador artístico, ator e professor especializado na
preparação de atores e discussão de projetos artísticos com jovens diretores e
intérpretes. Fundador da Usina D’Arte Produções e Usina D’Arte Filmes. Tem seu ateliê
próprio de trabalho e pesquisa em Laranjeiras, no qual trabalha com técnicas
exclusivas, em autores como Pinter e Tennessee Williams. Organizou o livro “Vestindo
Nelson”, sobre o autor Nelson Rodrigues, pela Editora Francisco Alves. Trabalhou de
2012/15 como diretor artístico do Teatro Gonzaguinha e de 2016/18 do Teatro
Ipanema da Rede Municipal de Teatros do Rio de Janeiro. Integrou a equipe de
curadores das duas edições do Festival DOIS PONTOS. Seus últimos trabalhos de
direção foram “Felizes”, de Mário Bortolotto no Ateliê, “Paraíso”, na Sede da Cia dos
atores, a peça filme “Angustia-me!”, de Júlia Spadaccini, e “Hamlet Candidato”, de
Cecília Ripoll, no Sesc Copacabana. Dirigiu mais de 50 montagens teatrais e atuou em
outras 20. Destacam-se as direções de “Quebra ossos”, indicado ao Prêmio Shell 2012,
“Um dia qualquer”, indicado ao Prêmio APTR 2013. Dirigiu dez filmes curta-metragem
que podem ser vistos no canal do YouTube da Usina. “Horizonte de eventos”, curta-
metragem recebeu menção honrosa no Festival Cine diversidade 2024. “Solidão de
Caio F.” estreou em 2024 e “Shakespeare” estreia este ano.
Rick Yates - elenco
Ator, escritor, cantor, publicitário e especialista em recursos humanos, Rick Yates faz
parte de uma geração de profissionais que trilharam sua carreira experimentando
diferentes áreas. O perfil nada conservador desse carioca formado pela PUC-Rio e pós-
graduado pela UC Berkeley, inclui formação superior no curso de Artes Dramáticas da
UniverCidade. Entre seus trabalhos em teatro estão: “Felizes”, de Mário Bortolotto e
direção de Alexandre Mello, “A Outra Casa", da obra de Sharr White, com direção de
Manoel Prazeres, "Noés", com direção de Carlos Gradim, "The Tempest" - experimento
realizado unindo o texto de Shakespeare e realidade virtual, "Caio Assassinado", com
direção de Manoel Prazeres e "Uma História de Borboletas" com direção de Marcelo
Aquino. Na TV, fez participações recentes em novelas da Rede Globo de Televisão:
"Amor de Mãe", "Malhação", "A Dona do Pedaço", “Verdades Secretas 2”, “Vai na Fé”
e “Terra e Paixão”. Ele tem três livros publicados: “Eu Queria Ser Um Monte”,
“Giratório” e o infantil, “Benjamin e as Portas”.
Hilton Vasconcellos - elenco
Tem formação a partir de estudos com Renato Borghi e Grupo "Os Satyros" em SP e
Camila Amado no RJ. Fez oficinas teatrais com Ana Kfouri, Miwa Yanagizawa e
Residência Artística com a Cia dos Atores no Rio de Janeiro. Entre seus trabalhos, estão
“Antigona” - Grupo Satyros SP, direção Rodolfo Garcia Vasquez (2001); "Homens de
Caio F”, da obra de Caio Fernando Abreu, com direção Delson Antunes RJ (2012/2013);
Participação no IX Festival de Monólogos - Teatro e Dança / Solos Brasileiros.
Fortaleza-CE (monólogo "Dama da Noite" -2019); "O Segredo de Areia", com direção
de Delson Antunes (2022); e o curta-metragem "Grindr", com direção de Alexandre
Mello e supervisão dramatúrgica de Júlia Spadaccini (2023).
Ficha técnica:
Texto: Hilton Vasconcellos, a partir da obra de Caio Fernando Abreu
Direção e trilha sonora: Alexandre Mello
Assistência de direção e operação de som: Tiago Abreu
Iluminação: Alexandre Mello, Karen Erthal e Bia Felix
Operação de luz: Karen Erthal e Bia Felix
Preparação corporal e coreografia: Filipe Peccini
Atores: Hilton Vasconcellos e Rick Yates
Figurinos: Ticiana Passos
Cenário: Pedro César Lima
Assessoria de imprensa: Rachel Almeida (Racca Comunicação)
Fotógrafo: Felipe O’Neill
Programação Visual: Patrícia Heuser
Cenotécnico: Renato Darin
Eletricista: Boyjorge
Produção: Divino Garcia
Apoio: Usina D’Arte produções artísticas e Programa Funarte Aberta
Serviço:
Espetáculo: Solidão de Caio F
Temporada: de 5 a 27 de julho
Teatro Glauce Rocha: Av. Rio Branco, 179 - Centro, Rio de Janeiro – RJ
Dias e horários: sextas e sábados, às 19h, e domingos, às 18h
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada).
Lotação: 204 lugares
Duração: 55 minutos
Classificação: 12 anos
Venda de ingressos: No Sympla
(https://www.sympla.com.br/produtor/solidaodecaiof) e na bilheteria do teatro.
Horário de funcionamento: de quarta a domingo, das 14h às 19h.
Assessoria de imprensa
Rachel Almeida
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