[Teatro]Projeto Sede Viva apresenta 3 peças em maio | "Latitudes dos Cavalos" abre a programação

Espetáculos “Latitudes dos Cavalos”, “A Mulher de Juan” e “Só percebo que estou correndo quando vejo que estou caindo” estão na programação de maio do Sede Viva, projeto na Sede da Cia. dos Atores, na Lapa

crédito Roberto Carneiro

No mês de maio, a programação do projeto Sede Viva apresenta três espetáculos na Sede da Cia. dos Atores, na Escadaria do Selarón, na Lapa: “Latitudes dos Cavalos”, “A Mulher de Juan” e “Só percebo que estou correndo quando vejo que estou caindo”. Iniciado em março, o Sede Viva reúne espetáculos, leituras e festas, com curadoria do ator e diretor Cesar Augusto. O projeto Sede Viva foi contemplado pelo edital Pró-Carioca, programa de fomento à cultura carioca, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura.

Entre os dias 16 e 18/5, o espetáculo “Latitudes dos Cavalos” volta ao circuito carioca para sua décima temporada, a primeira de 2025. A peça segue a história de uma semana na vida de dois homens, tendo como prisma central a masculinidade e as cicatrizes herdadas do patriarcado. Um deles deseja terminar um relacionamento falido, enquanto o outro busca reconquistar aquela que ele jura ser o amor de sua vida. Em cena, Danilo Maia e Gabriel Flores, que também assume a direção e dramaturgia, propõem uma visão sobre o comportamento masculino debruçando-se sobre o tão estigmatizado afeto entre homens, violência, paternidade, amadurecimento e, principalmente, o amor.

Texto da boliviana Cláudia Eid Asbun, o espetáculo inédito “A Mulher de Juan” cumpre temporada dentro do projeto Sede Viva entre 21/5 e 25/6. Com atuação de Gabriella Restom e Carlos Marinho e direção de Paula Muricy, a peça aborda o tema da invisibilidade das mulheres diante da opressão e das circunstâncias de poder estabelecidas em uma relação amorosa. A “Mulher de Juan” é Elena, uma artista que literalmente surta enquanto tem no marido o gênio que tenta alcançar. A pergunta que fica no ar é: até onde ela existe sem ele? Com uma linguagem não-realista e elementos de humor ácido, ironia e fantasia, o espetáculo busca provocar o público a repensar as dinâmicas de abuso e os impactos do patriarcado na saúde mental e comportamentos humanos. O objetivo é criar um espaço de reflexão para uma sociedade mais igualitária e transformar a visão sobre o feminismo e o machismo.

O espetáculo “Só percebo que estou correndo quando vejo que estou caindo” ocupa o terraço da Sede da Cia dos Atores nos dias 24, 25 e 30 de maio e 1º de junho. Em cena, a protagonista Mônica vê sua calcinha se desprender do varal e decide procurá-la pela rua. Como num sonho, as situações e os personagens mudam antes que ela consiga encontrar o que busca. Mônica entra em um fluxo contínuo de acontecimentos extraordinários que a colocam em constante movimento, sem que ela consiga se libertar da rotina massacrante do trabalho e das obrigações sociais. A montagem, com direção João Santucci e dramaturgia Lane Lopes, flerta com a tradição do teatro de rua. O público é convidado a interagir com o elenco como numa festa ao pôr do sol na praia. No elenco estão Patricia Bello, Paula Malheiros e Victor Lampert.

Sede da Cia. dos Atores

Em atividade ininterrupta desde 2006, a Sede da Cia. dos Atores, localizada na Escadaria do Selarón, na Lapa, foi palco de inúmeros espetáculos e atividades culturais – residências, ensaios, mostras de dramaturgia contemporânea, festivais e oficinas – realizadas na Sala Bel Garcia e nas dependências do espaço. Sob a gestão da Cia dos Atores, renomado grupo teatral com 35 anos de existência, o espaço multicultural é um dos locais há mais tempo em atividade na área das artes cênicas na cidade.

A Sede já recebeu importantes festivais como TEMPO_FESTIVAL, Câmbio e Panorama, além de eventos como o Festival Trans Arte (2019) sobre transexualidade e identidade de gênero. A programação mantém acesso com entrada franca para moradores locais e o passe “trans-free”, oferecendo ingressos gratuitos para pessoas transexuais. O espaço também promove festas, recitais e saraus. Durante o ano, são apresentados cerca de 50 espetáculos e circulam mais de 12 mil pessoas pelo espaço, entre público e alunos.

Ficha Técnica: “Latitudes dos Cavalos”

Direção e dramaturgia: Gabriel Flores. Elenco:Danilo Maia e Gabriel Flores. Direção de produção: Renan Fidalgo. Iluminação: Paulo Denizot. Supervisão de movimento: Soraya Bastos. Direção de arte: Larissa Helena Alpino. Produção executiva: Gabrielle Novello. Trilha sonora original: Gabriel Papaléo. Identidade visual: Thaysa Paulo. Designer: Julia Feital. Fotos: Roberto Carneiro. Diretor assistente: Gabriel Papaléo. Assistente de produção: Marcus Vinícius de Moraes. Assistente de iluminação: Daniel Almeida. Realização: Fantasmática Cia. de Teatro, Flores Produções e RG Cultural.

Ficha Técnica: “A Mulher de Juan”

Dramaturgia: Claudia Eid. Adaptação: Bels Ferrari. Atuação: Gabriella Restom e Carlos Marinho. Direção artística: Paula Muricy. Assistente: Bels Ferrari. Direção de movimento e preparação corporal: Vitor Abreu. Cenógrafa: Victor Aragão. Figurinista e visagista: Victor Dargains. Iluminadora: Leysa Vidal. Coordenação de projeto:Dayanna Maia. Direção de produção: Gabriella Restom. Fotografia: Victor Sales. Programação visual e design: Matheus Real.

Ficha Técnica: “Só percebo que estou correndo quando vejo que estou caindo”

Direção e cenário: João Santucci. Dramaturgia: Lane Lopes. Elenco: Patricia Bello, Paula Malheiros e Victor Lampert. Figurino: Criação Coletiva. Iluminação: Rodrigo Belay. Design: Julia Feital e Thaysa Paulo. Diretor de Produção: Thiago Menezes.