[News] A POETA, PSICANALISTA E FILÓSOFA VIVIANE MOSÉ FALA SOBRE ICÔNICO ÁLBUM DE GAL COSTA NO PROJETO DISCONCERTOS

 A POETA, PSICANALISTA E FILÓSOFA VIVIANE MOSÉ FALA SOBRE ICÔNICO ÁLBUM DE GAL COSTA NO PROJETO DISCONCERTOS

 

“Fa-Tal – Gal a todo vapor” é o disco escolhido para fechar 2025 no Futuros – Arte e Tecnologia, no dia 10, a partir das 19h

 

Foto:Divulgação

O projeto Disconcertos, que tem como objetivo transformar emoções em conhecimento, fecha a série de cinco apresentações de 2025 no Futuros – Arte e Tecnologia, no Flamengo, no próximo dia 10 (quarta-feira). Idealizado e conduzido pelo filósofo, historiador, escritor e jornalista Dodô Azevedo, Disconcertos recebe personalidades ligadas às artes e à cultura para eleger o disco da música brasileira mais importante ou marcante da vida dela. Depois de conversar com o compositor, instrumentista, produtor musical e artístico. Barral Lima; com a jornalista Ana Paula Araújo; e o historiador e escritor Luiz Antonio Simas; Dodô bate-papo com a poeta, psicanalista e filósofa Viviane Mosé, que escolheu o álbum duplo “Fa-Tal – Gal a todo vapor”, lançado por Gal Costa em 1971.

 

“Gal Fatal marcou muito a minha adolescência, a minha descoberta da música – que sempre tive muito vínculo – principalmente porque é um disco muito poético, tem letras muito incríveis, especialmente de Waly Salomão. É um disco poético, tem vínculo com minha vida poética”, conta a poeta.

 

A abordagem filosófica e poética de Viviane Mosé vai iluminar o que esse disco é exatamente: um grito de liberdade que mistura corpo, voz e política. Ela tem a rara capacidade de mostrar como a arte popular contém pensamento profundo, e Gal, em sua potência cênica e musical, exige essa chave de interpretação que une filosofia e sensibilidade.

 

Lançado três anos depois do AI-5, o LP trazia uma capa que se abria para a exposição de poemas e palavras de ordem de Waly Salomão (1943 – 2003). O álbum, título marcante na discografia de Gal, “foi facho de luz na escuridão do Brasil de 1971 e, por isso, ainda faz sentido e soa preciso”, escreveu o jornalista Mauro Ferreira em 2021, 50 anos após o lançamento do disco. Para ele, o álbum consolidou a cantora baiana como a voz da contracultura brasileira, a musa de verão engajado e de público que cultuava o desbunde enquanto respirava pelas frestas de ditadura que asfixiava as liberdades de expressão”.

 

Na quarta edição do projeto realizado por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS, com o patrocínio da Serede e da Prefeitura do Rio de Janeiro/SMC, Dodô Azevedo e Viviane Mosé vão apresentar o álbum ao público, tocando as faixas em um toca-discos de vinil, enquanto um telão exibe uma videoarte criada exclusivamente para a apresentação. Além disso, serão exibidas as letras das músicas, informações gráficas, a capa do álbum e artes referentes ao período do disco.

 

Para o público, os eventos tornam-se uma catarse coletiva musical, provocando sentimentos diversos e colecionando admiradores e fãs a cada edição. Como num concerto. Só que no lugar da orquestra, um disco. Disconcertos.

 

Como surgiu o projeto Disconcertos

 

Numa estadia na Europa, em 2012, Dodô Azevedo caminhava pelas ruas de Bruxelas, na Bélgica, quando foi surpreendido por um cartaz numa sala de concertos de música clássica, anunciando, para o dia seguinte, uma audição coletiva do álbum em vinil “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles. Curioso, Dodô foi conferir e ficou surpreso com a audição que contava, não só com as músicas, mas com os comentários faixa a faixa, contextualizando as canções na vida do apresentador e dando uma aula do período histórico no qual o álbum havia sido concebido: a Londres de 1968.

 

Imediatamente, Dodô entendeu que álbuns, especialmente os brasileiros, guardavam histórias particulares e coletivas, a história do Brasil melhor contada pelas canções do que por qualquer outro meio. Nasceu, assim, a ideia do Disconcertos.

 

Mais sobre o Disconcertos

 

O projeto já teve quatro edições. Na primeira, em 2013, na Livraria Folhas Secas, no Centro do Rio de Janeiro, Dodô falou sobre os álbuns “Refazenda”, “Realce” e “Refavela”, de Gilberto Gil. Para a segunda, em 2018, na Janela Centro Cultural, Dodô levou o álbum “Tropicália ou Panis et Circencis” – lançado por Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé, acompanhados do maestro Rogério Duprat e dos poetas Capinam e Torquato Neto – e deu uma aula fazendo um paralelo entre o disco e a Semana de Arte Moderna de 1922.

 

A terceira e a quarta tiveram outro formato, em que Dodô recebeu convidados, assim como será a próxima edição. Em 2020, foi no Teatro da USP, em São Paulo, com dez convidados; e, em 2023, no Futuros Arte e Tecnologia, no Rio de Janeiro, com quatro, dentre os quais estava a cantora Duda Beat, que adorou participar e poder falar sobre a Eduarda e menos sobre ela como artista famosa e figura pública.

 

A temporada no Futuros Arte e Tecnologia é a primeira em residência e terá ainda mais uma edição.

 

Sobre Dodô Azevedo

 

Luiz Fernando do Carmo de Azevedo é escritor, cineasta, professor e curador cultural. Mestre em Letras pela PUC-Rio (2004) e autor de romances premiados — entre eles “Fé na estrada”, eleito pela revista Bula um dos dez livros mais importantes em língua portuguesa do século XXI. Como roteirista e diretor, teve obras exibidas e premiadas em festivais no Brasil e no exterior, com retrospectiva organizada por Walter Salles. Vencedor do Prêmio ABRA de melhor roteiro por “Os quatro da Candelária” (Netflix), atua também como curador de projetos culturais e festivais, incluindo o Janela Internacional de Cinema do Recife. Professor do centro cultural Cinema Nosso e do Grupo Estação, ministra cursos sobre cinema, cultura negra e contracultura. É palestrante em eventos nacionais e internacionais, tendo dividido mesas com nomes como Spike Lee, e pesquisa temas ligados à descolonização do saber, da arte e da memória. Atualmente, é colunista da Folha de S. Paulo.

 

Sobre o Futuros - Arte e Tecnologia

 

Inaugurado há 20 anos, o centro cultural Futuros - Arte e Tecnologia é um espaço de exibição, criação e inovação artística. Com uma programação gratuita voltada a todos os públicos, o espaço promove e recebe exposições, apresentações artísticas, espetáculos teatrais, entre outros eventos que convidam o público a refletir sobre temas que norteiam sua linha curatorial, como meio ambiente, ancestralidade, diversidade, educação e tecnologia. O Futuros abriga galerias de arte, um teatro multiuso e o Musehum – Museu das Comunicações e Humanidades, que mantém um acervo de mais de 130 mil peças históricas sobre as comunicações no Brasil e atividades interativas sobre o impacto das tecnologias nas relações humanas.

 

O centro cultural tem gestão do Instituto Futuros. Desde agosto de 2025, o Futuros – Arte e Tecnologia recebe o projeto Upload, realizado pela Zucca Produções, e correalizado pelo Futuros - Arte e Tecnologia e pelo Coletivo 2050, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro – Lei do ISS,  com patrocínio da Serede, Oi, Eletromidia, Rastro,Tahto e Prefeitura do Rio de Janeiro/SMC.

 

Ficha técnica

Curadoria, direção artística e apresentação: Dodô Azevedo

Produção: 9 Meses Produções – Thamires Trianon e Sara Machado

Administração e coordenação: Zucca Produções

Realização e divulgação: Sheila Gomes por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS, com o patrocínio da Serede e da Prefeitura do Rio de Janeiro/SMC.

 

Serviço: Disconcertos

“Fa-Tal – Gal a todo vapor”, de Gal Costa

Dodô Azevedo recebe Viviane Mosé

Data: 10 de dezembro (quarta-feira)

Horário: 19h

Local: Futuros – Arte e Tecnologia

Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo, Rio de Janeiro

Entrada franca

Lotação máxima: 80 lugares

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