[Crítica] Ainda Não é Amanhã
Sinopse:
O filme Ainda Não é Amanhã acompanha a vida simples de Janaína na periferia de Recife. Sendo a terceira geração de mulheres da sua família, a jovem de 18 anos mora com a sua mãe (Clau Barros) e sua avó (Cláudia Conceição), mas obtém uma oportunidade única na sua vida de conseguir um diploma universitário e transformar a realidade das pessoas que ama. No entanto, a dedicada bolsista de direito é surpreendida com uma gravidez indesejada, e agora precisará resolver sua vida. Com todos os planos traçados para o seu futuro sendo ameaçados, o longa aborda questões delicadas para trazer ao público a dor vivida por Janaína.
O quê eu achei?
Na periferia da capital pernambucana, a jovem de 18 anos Janaína(Mayara Santos) é estudante de Direito e mora com sua mãe, Rita(Cláudia Conceição), a avó,Vilma (Lalá Vieira) e a irmã, Luciana(Clau Barros). Elas levam uma vida de classe-média baixa, moram em lares modestos e fazem bicos como cabeleireira e faxineira. Janaína namora e é bolsista, mas quando a menstruação atrasa, faz um teste de gravidez, que dá resultado positivo, virando sua vida de cabeça para baixo.
De início, apenas sua melhor amiga, Kelly(Bárbara Vitória) e a professora sabem da gravidez. Mas é claro que caberá a Janaína a decisão de manter ou não a criança e lidar com as consequências dessa escolha.
Um aspecto positivo é que em nenhum momento a gravidez indesejada é retratada como irresponsabilidade da parte de Janaína e seu namorado. Pelo contrário, desde o começo é mostrado que ela é super responsável e dedicada nos estudos, usavam camisinha, ou seja, foi um acidente. O aborto aparece como solução após noites em claro e ela verbaliza isso para o pai da criança.
Outro ponto alto é o círculo de apoio feminino, a sororidade das personagens. A figura paterna das irmãs Janaína e Luciana é ausente e elas podem recorrer apenas às mulheres em situações de necessidade- o que não é problema nenhum, pois são todas mulheres fortes, os homens não fazem falta na trama.
As atuações são boas, especialmente da estreante Mayara Santos e destaco a cena poética em que ela é demonstrada mergulhando num oceano rodeada por luzes azuis-esverdeadas. Também há a cena em que a jovem tem a impressão de que todos no ônibus a estão encarando, julgando-a pela gravidez precoce.
Com apenas uma hora e quinze de duração, esse filme não se destaca por inovar, mas rende umas reflexões interessantes e vale a pena ser conferido.
Estreia nos cinemas dia 5 de junho, com distribuição da Embaúba Filmes.
Trailer:
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