[Cinema] Nelson Motta ganha cinebiografia que vai narrar aspectos de sua intensa trajetória

 

Crédito: Cristina Granato


Nelson Motta, um dos nomes mais influentes da cultura brasileira, terá sua trajetória adaptada para os cinemas. O longa será baseado em seu livro “De cu pra lua”, autobiografia lançada em 2020, e contará com direção de Lírio Ferreira, produção de Gláucia Camargos e roteiro de Walter Macedo Filho.  
Jornalista, escritor, compositor e produtor musical, Nelson construiu uma carreira que atravessa diferentes linguagens e formas de arte: da literatura à televisão, da música ao jornalismo. A cinebiografia vai transformar em imagens a intensidade de uma vida marcada pela criatividade e pelo movimento constante. Lírio Ferreira comentou o novo projeto, "Quando eu era menino, vi Nelson Motta na televisão e queria ser como ele. Um sujeito dócil, inteligente, carismático, bonito e que sabia de tudo. Daí sinto uma honra tamanha poder olhar e se aproximar dessa figura que embala tantas pessoas. A partir desse instante, começo a me achar também um sujeito de sorte”. 
Na obra literária, cujo título completo é “De cu pra lua: Dramas, comédias e mistérios de um rapaz de sorte”, lançada durante a pandemia, Motta revisita memórias pessoais e profissionais. Em tom íntimo e bem-humorado, remonta episódios de sua juventude, memórias afetivas e momentos que atravessam diferentes épocas da música, do jornalismo, da televisão, da literatura e do entretenimento nacional, que se misturam à história recente do Brasil em suas dimensões culturais, políticas e sociais. Nelson Motta falou sobre a expectativa de ver sua biografia adaptada para o cinema: “Que as pessoas se divirtam acompanhando minha trajetória movida a sorte - e esforço - e seus mistérios. A vida me deu muito e me alegro em compartilhar.” 
Nelson também comentou o que ele mais gostaria de ver na tela: “queria ver retratado o meu amor pela aventura e o risco e com o que me ensinou mesmo quando deu errado, e fui aprendendo com o humor.” 
A produtora Gláucia Camargos também celebrou a parceria, ressaltando a alegria de poder produzir mais um projeto que fala do Brasil e dos bons brasileiros. “Admiro o Nelson e está sendo um prazer essa convivência. Agradeço ao Walter Macedo essa brilhante ideia e estou feliz em estender a minha parceria com o Lírio”. Glaucia e Lírio estão juntos na adaptação para o cinema da obra de Ferreira Gullar, “Rabo de Foguete”, que será filmado em 2026 no Brasil e na Rússia. 
Sobre o livro “De cu pra lua” 
O título (um pouco provocativo) polarizou reações, mas virou ponto de interesse. A obra foi recebida com entusiasmo por leitores e crítica, consolidando-se como um registro afetivo e, ao mesmo tempo, histórico da vida de Nelson Motta. Desde seu lançamento em outubro de 2020 pela Editora Estação Brasil, “De cu pra lua”, esteve em ranking de mais vendidos da publicação PublishNews, na categoria “Geral / Mais Vendidos”. Em matérias de crítica e cultura, o livro foi descrito como um relato sincero, rico em memórias e mistérios da “sorte”, com narrativa em terceira pessoa — elementos que chamam a atenção e geram boa recepção literária. 
NELSON MOTTA 
Nelson Motta nasceu em São Paulo, em 1944, estudou design, mas começou como jornalista e crítico musical aos 20 anos. Em 1966 ganhou o I Festival Internacional da Canção com "Saveiros" (com Dori Caymmi). É letrista de 300 músicas e sucessos como "Dancin' days" e "Como uma onda" (com Lulu Santos). Produziu discos de Elis Regina e Marisa Monte, escreveu os best-sellers “Vale tudo: o som e a fúria de Tim Maia”, “Noites tropicais: solos, improvisos e memórias musicais” e “O canto da sereia”, e o sucesso teatral “Elis, a musical” (com Patricia Andrade). 
LÍRIO FERREIRA | Diretor 
Nascido em Recife em 1965, Lírio Ferreira é um dos mais destacados nomes do cinema pernambucano. Dirigiu “Baile Perfumado” (1996), eleito Melhor Filme no Festival de Brasília; “Árido Movie” (2005), exibido no Festival de Veneza; e documentários como “Cartola – Música Para os Olhos” (2007), o mais visto do gênero naquele ano, e “O Homem que Engarrafava Nuvens” (2010), premiado em festivais de Los Angeles, Roma e Montevidéu. Em 2015, venceu o Festival do Rio com “Sangue Azul” e abriu a Mostra Panorama do Festival de Berlim. Seu filme mais recente é “Para Vigo Me Voy” (2023), que acaba de ser exibido nos Festivais de Cannes e Biarritz. 
GLÁUCIA CAMARGOS | Produtora 
A primeira produção de Gláucia Camargos foi “Jorge, um Brasileiro”, com Glória Pires, Carlos Alberto Ricceli e o ator norte-americano, indicado ao Oscar, Dean Stockwel. O longa atingiu a marca de um milhão de espectadores nos cinemas brasileiros em 1988 e foi lançado em mais de 30 países. Gláucia também trouxe às telas clássicos da nossa literatura como “Engraçadinha”, com Lucélia Santos,  do diretor Haroldo Marinho Barbosa, baseado no livro de Nelson Rodrigues, e “O Vestido”, longa baseado no poema de Carlos Drummond de Andrade, dirigido por Paulo Thiago, com Gabriela Duarte, Ana Beatriz Nogueira.   
Gláucia também trabalhou em um dos primeiros longas da atriz Claudia Ohana, “Beijo na Boca”, de Paulo Sergio Almeida. Além disso, produziu “Policarpo Quaresma, Herói do Brasil”, baseado no clássico do escritor Lima Barreto “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, filme de Paulo Thiago com Paulo José, Giulia Gam, Antonio Calloni e Aracy Balabanian, que tornou-se um clássico do cinema brasileiro. O longa foi lançado na França, sendo o primeiro filme brasileiro a ser capa do Pariscope.  
Além da carreira com a dramaturgia, Gláucia produziu diversos documentários, podendo se destacar “Muda Brasil”, sobre a trajetória política e a campanha de Tancredo Neves, “Antônio Meneses – A Câmera e o Violoncelo”, sobre um dos nossos maiores músicos no cenário da música clássica e “Coisa Mais Linda”, sobre a história da bossa nova, com Carlos Lira e Roberto Menescal, lançado em vários países.  
Em 2022, Gláucia lançou “A Última Chance” com o ator Marco Pigossi, baseado em uma true story, filme que representou o Brasil nos Festivais de Montreal, Chicago e Triestre, sendo destaque no Festival do Rio. Ainda em 2022 lançou “Uma Pitada de Sorte” com a atriz Fabiana Karla, em parceria com Telecine e Globo Filmes.  
Atualmente, está desenvolvendo os projetos “Rabo de Foguete”, filme baseado no livro homônimo de Ferreira Gullar, o documentário “MPB4 – 60 Anos”, que está na fase final de filmagens e a comédia romântica “A Guerreira e o DJ”. 
WALTER MACEDO FILHO | Roterista 
Walter Macedo Filho é diretor, dramaturgo, jornalista, roteirista, escritor, gestor cultural e fotógrafo. Integrou o Círculo de Dramaturgia do Centro de Pesquisa Teatral, coordenado por Antunes Filho, e a primeira turma do Núcleo de Dramaturgia SESI-British Council, em São Paulo. No teatro, escreveu e dirigiu montagens como Encontro (2017), Entre Quatro Paredes, de Jean Paul Sartre (2018), O fim da psiquiatria (2019) e A mulher descoberta (2022), selecionada para o Festival de Curitiba 2023 – Fringe e premiada no 12º Festival de Teatro de Mogi Guaçu. É autor do livro de contos Nebulosos (2012) e teve textos publicados na Revista Gueto. Desde 2023, integra o Conselho Administrativo do Instituto Odeon. 






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