[Resenha] Ébano sobre os canaviais
Sinopse:
No fim do século XIX, Ébano, uma mulher negra alforriada, e José, jovem imigrante português, se apaixonam, casam e têm um filho. Mas os dois não podem continuar vivendo esse amor, pois um boicote silencioso, motivado pelo racismo, desestabiliza o pequeno negócio familiar. Preocupada com o futuro do filho, Ébano deixa a cidade. Dois séculos depois, sua história se cruza à de Maria Antonieta, uma mulher “branca” e rica, que se apega à figura da trisavó baronesa para destilar preconceitos de cor, raça e classe àqueles que não comungam de seus privilégios.
O quê eu achei?
Quando recebi um exemplar desse livro para resenha, eu estava curiosa pois já tinha ouvido falar apenas críticas positivas dele e estava ciente de que a obra tinha sido vencedor do Prêmio Kindle de Literatura e semifinalista do maior prêmio literário do país, o Jabuti. E uma vez que li, entendi o motivo.
A narrativa é dividida em três linhas temporais: a primeira é a de José, um jovem português de quinze anos que se muda para o Brasil em 1564 fugindo da peste bubônica que o deixara órfão, e é acolhido pelo vice-cônsul Henrique e sua esposa Sara- abolicionistas disfarçados em uma sociedade super escravagista- e embarca em uma jornada de autodescobertas; a segunda é a de Chisulo e Kina, um casal de indígenas escravizados que lutam pela liberdade; ela tem uma filha chamada Ébano, que quando cresce, se torna professora e um símbolo de liberdade; e a terceira é a de Maria Antonieta, uma mulher contemporânea que vive em 2015 e é super retrógrada, racista, mas que aprenderá sobre sua ancestralidade e a rever seus conceitos ao fazer uma terapia regressiva.
Essa história foi meu primeiro contato com a autora Adriana Vieira Lomar(ela tem outras obras publicadas em outras editoras)e o que mais me encantou na escrita dela foram duas coisas: a escrita fluida e poética e o modo como as vidas dos três personagens são interconectadas.
O final não é exatamente triste nem feliz; eu diria que é agridoce, daqueles que fazem refletir por um tempo após a finalização da leitura. Recomendo!
E gratidão à assessora Gabriela Puchineli e ao assessor George Patiño por terem gentilmente me concedido ume exemplar.
O livro te encantou.
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