[News] Ítalo Moriconi conduz aula inaugural do semestre do Instituto Estação das Letras sobre impacto das políticas identitárias na literatura atual

 

O impacto das políticas identitárias na literatura atual é o tema da aula inaugural do semestre do Instituto Estação das Letras. O encontro, conduzido pelo escritor Ítalo Moriconi, pretende promover uma reflexão sobre os caminhos da literatura brasileira atual quando o assunto é diversidade.


Realizado de forma on-line, gratuitamente, no próximo dia 5/3, terça-feira, a partir das 18h, pelo Zoom, o encontro está com as inscrições abertas pelo sympla.com.br/iel.


Moriconi reforça que, nesta terceira década do século 21, boa parte da literatura brasileira de qualidade expressa vivências e conta histórias ligadas às lutas e afirmações identitárias. “Literatura negra, indígena, feminista, LGBTQI+, entre outras, dominam o debate”, afirma, questionando, ao mesmo tempo, se os temas identitários, altamente políticos e atuais, segundo ele, esgotam ou não aquilo que os leitores esperam da ficção ou se a literatura está virando só documento.


A aula inaugural do semestre é um tradicional evento gratuito da Estação das Letras e tem como um dos pilares levar reflexões sobre um assunto mundialmente contemporâneo, mas que tem implicações importantes na Literatura brasileira que se produz hoje, tanto em termos da produção literária como em termos de mercado editorial. “Todo aquele que desejar integrar esse mercado, precisa conhecer as novas formas de criação que vão se refletir em novos conteúdos. A diversidade , o identitarismo , gênero  são assuntos prementes”, destaca a mestre em Teoria Literária, diretora do IEL, Suzana Vargas.


“O assunto faz parte das preocupações desse grande intelectual que é Italo Moriconi, poeta , ensaísta, editor e professor de literatura brasileira. São novos tempos , novas questões que geram novos conteúdos e formas de expressão. Toda essa riqueza estará presente neste significativo encontro com esse grande mestre”, complementa Suzana.


Diversidade no Semestre do IEL


Além das Formações Literárias para Escritores e Mediadores de Leitura, que ocupam o ano todo da programação do segundo semestre, com o intuito de fomentar a colocação de melhores profissionais com reflexos na produção literária e na qualidade do que é oferecido no mercado editorial e a participação de autores como José Castello, Luís Roberto Amábile, Leo Cunha, entre outros, o Instituto Estação das Letras traz na sua grade do primeiro semestre de 2024, com início das aulas em 11/3, professores do quilate de Carlinda Pate Nuñez, Vânia Salek,  Nuno Rau, Andressa Postay, João Paulo Vaz, Marcelo Maluf, Braulio Tavares e Marcio Silveira Lemgruber.


 


Os temas dos cursos e oficinas variam entre os gêneros literários – conto, poesia, romance, literatura para crianças e jovens -, abordam escrita criativa, as rodas de leitura, convidam à análise de obras consagradas e ainda trazem à cena os autores que são referência na literatura mundial, entre eles Ítalo Calvino, Borges e Eco.


 


As ementas das aulas, assim como as datas e valores, estão disponíveis em https://www.estacaodasletras.com.br/cursos e as inscrições acontecem pelo iel@estacaodasletras.com.br


 


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Estação das Letras / Instituto Estação das Letras


A Estação das Letras foi criada em 1996 por Suzana Vargas, escritora, professora de literatura e uma das pioneiras em oficinas literárias, ao trabalhar na OLAC no início dos anos 80 com o professor Afrânio Coutinho. Após o lançamento do projeto Rodas de Leitura, que lotou plateias em centros culturais cariocas entre a década de 90 e 2005, Suzana teve o apoio de amigos/escritores para fundar a Estação, considerada polo irradiador do fazer literário em diversas dimensões - seja com programação de cursos e oficinas ou como produtora de muitos e importantes projetos culturais nacionais e internacionais.


Em 2017, a Estação, que sempre viveu exclusivamente de seus cursos e da vitória da resistência, transformou-se em Instituto Estação das Letras, uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos com o objetivo de continuar e para ampliar ainda suas ações em favor do livro e da leitura.


Mais de 30 mil alunos passaram pela Casa: 600 publicaram livros e 10% colecionam prêmios. Quatro mil professores foram capacitados por mentores como Ruy Castro, Marina Colassanti, Cleonice Berardinelli, Ferreira Gullar, Ana Maria Machado, Antônio Carlos Secchin, Frei Betto, Antônio Cícero, Gonçalo M. Tavares, entre outros e 40 mil pessoas participaram de sete mil eventos promovidos pela Estação das Letras e sua equipe nesses anos. Entre eles: as arenas jovens e os espaços da leitura FNDE, pelo Snel e MEC, respectivamente, em bienais do Rio de Janeiro e São Paulo; Mostra Sul da Poesia Latinoamericana do CCBB, no Rio, em São Paulo e Brasília, assim como as vanguardas literárias da mesma instituição; Leitura em Ação, pela Oi Futuro; Estação Pensamento & Arte, da Secretaria Muncipal de Cultura do Rio de Janeiro e Caravana de Escritores (Minc/CBL).


Em sua trajetória, a Estação das Letras inaugurou a profissionalização dos escritores e profissionais da literatura com eventos remunerados numa época em que os escritores apenas recebiam flores por sua participação nos escassos eventos públicos de literatura a os quais eram chamados. No rol de eventos próprios (sem apoio) a Estação lançou desde 1996 as primeiras trocas de livros no país com o Livros na Mesa, programa de trocas de livros que permaneceu em cartaz até 2014, além dos cursos também pioneiros na área de mercado editorial com programas de formação para livreiros, gerenciamento de livrarias, cursos de editoração, copidesque e revisão. Foram muitos e inovadores os serviços prestados pelo espaço ao longo de décadas, comemora Suzana. 


ESTAÇÃO HOJE


Com sedes nas ruas do Rosário, do Catete, e pela Almirante Tamandaré, nos  bairros Centro, Catete e Flamengo, a Estação fica hoje na Marquês de Abrantes, na Zona Sul. Após ¼ de século, a instituição abriu seus horizontes para as oficinas on-line, em virtude do distanciamento social. As aulas de gêneros e criação, leitura e mercado editorial estão ultrapassando as barreiras físicas.


Desde a pandemia, o IEL entrou na era on-line. “Em 25 anos fomos procurados por lugares do Brasil inteiro pedindo que “abríssemos” em diversas cidades. Mas como não sou exatamente uma empresária, ficava difícil. Hoje percebemos ampliação do público para além das fronteiras municipais e estaduais, inclusive internacional. Aumentamos a oferta de eventos de leitura e reforçamos serviços e propostas que ultrapassam os limites geográficos”, diz Suzana.


 A Estação das Letras mantém ainda oficinas de formação em escrita e leitura, rodas de leitura para jovens de 7 a 24 anos de comunidades, além de disponibilizar serviços de avaliação de originais, mentoria, consultoria, curadoria e produção literária e uma grade de eventos mensais fixos: Sextas com Letras e Janelas Literárias, por exemplo.





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