[News] Debate do filme “Meu Casulo de Drywall” trará especialistas para discutir o adoecimento contemporâneo e saúde mental

“Meu Casulo de Drywall”, longa autoral da diretora Caroline Fioratti, faz sua primeira exibição no Brasil, no dia 27, na programação da 47ª Mostra de São Paulo e será seguido por uma mesa de debate com convidados especiais. O filme estreou no aclamado festival SXSW, ocasião em que a cineasta teve o primeiro contato com o público e se deu conta que o longa-metragem era uma ponte para amplificar reflexões.

“Durante os debates pós filme em Austin, senti que o público estava realmente tocado e querendo discutir caminhos para os temas problematizados na história. Como cineasta fiquei muito satisfeita que o filme provocou um despertar para a necessidade de transformação. Eram pais e jovens me perguntando como poderiam abrir diálogo com seus filhos e amigos, como perceber pedidos de ajuda não verbalizados. Deixei claro que o filme não pretende trazer respostas definitivas, muito menos eu, e que acredito que a criação de crianças e jovens precisa ser encarada como comunitária. Eu, na minha função de cineasta, estou aqui para jogar luz a situação. Cada um, na sua função profissional e social, pode contribuir para esse processo de cura”, relata Caroline.

A realização do filme teve o acompanhamento de profissionais e especialistas de saúde mental e estudiosos dos fenômenos contemporâneos. Do roteiro à montagem, psiquiatras, psicanalistas, antropólogos estiveram presentes colaborando para um processo saudável e por uma narrativa responsável sobre os temas abordados. O debate na Mostra de São Paulo dá continuidade a esse trabalho cuidadoso.

Irão participar da mesa Rita von Hunt, persona do ator e professor Guilherme Terreri, Aldo Zaiden, psicanalista com atuação em Políticas Públicas de Saúde Mental, Direitos Humanos e Políticas sobre Drogas, a atriz do longa-metragem, Maria Luisa Mendonça e a diretora Caroline Fioratti.

Conhecida pela atuação na internet, Rita von Hunt conduz discussões de temas sociais com horizonte emancipatório radical. Com uma incrível habilidade de se comunicar tanto com o público jovem como adulto, Guilherme, o artista-criador de Rita, fará uma análise do fenômeno contemporâneo de segregação e vigilância, representado no condomínio. Aldo Zaiden, que foi um dos especialistas colaboradores do filme, trará a visão da psicanálise sobre as relações apontadas no filme, além de uma fala técnica sobre o adoecimento mental contemporâneo e a relação dos jovens com os medicamentos. Maria Luisa Mendonça, atriz e artista plástica, que dá vida a personagem da mãe enlutada, falará do seu processo de criação que também passa pela compreensão psicanalítica da relação mãe e filha. E a diretora, Caroline Fioratti, mediará essas falas ao mesmo tempo que coloca em debate a relação do jovem com o audiovisual, “quero propor a criação de obras de impacto destinadas ao público jovem. O adolescente hoje quer discutir o seu sofrimento, quer se ver retratado na tela de forma autêntica. Vimos que a felicidade, como única opção de vivência, fez crescer a ansiedade, o silêncio, a dor. O audiovisual não pode ser mais um psicotrópico, amortecendo dores e criando mundos em que apenas a alegria é validada”.

A sessão com debate que ocorrerá nessa sexta, na cinemateca, contará ainda com o elenco jovem do filme – Bella Piero, Mari Oliveira, Michel Joelsas e Daniel Botelho - que também participará do diálogo com os convidados.

BIOGRAFIA DOS CONVIDADOS DO DEBATE

RITA VON HUNT – GUILHERME TERRERI

Rita von Hunty é a persona drag do ator e professor Guilherme Terreri. Com formação em Artes Cênicas (UNIRIO) e Língua e Literatura Inglesa (USP), Rita conduz, por meio dos Estudos Culturais, discussões de temas sociais com horizonte emancipatório radical. Ela tem atuado no cinema, no teatro, na TV e no Youtube, além de seus trabalhos como colunista na Carta Capital e vídeo colunista em uma série de outros meios. Como professora convidada ou palestrante, Rita já esteve presente em muitos espaços importantes para as lutas sociais, de sindicatos e escolas públicas a universidades tanto no Brasil quanto no exterior. Destacam-se suas passagens pela USP, Unicamp, UEPB e o Museu da Resistência, em Lisboa e a École Polytechnique em Paris.

ALDO ZAIDEN

Psicanalista, possui atuação em Políticas Públicas de Saúde Mental, Direitos Humanos e Políticas sobre Drogas. Psicólogo pela Universidade de Brasilia- UnB, mestre em Ciências Sociais e Especialista em Estudos Comparados sobre as Américas pelo CEPPAC/UnB. Realizou Residência Clínica em Etnopsiquiatria no Hospital Avicenne, na França, instituição referência para desenvolvimento de dispositivos clínicos em Direitos Humanos e Saúde Mental. Foi Coordenador Nacional de Saúde Mental e Combate à Tortura da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e Conselheiro do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (CONAD). Desde 2013 em São Paulo, atuou como Especialista Sênior para o projeto Diálogos Setoriais- Estudo sobre Drogas, da União Europeia, e é Membro do Conselho Consultivo da Plataforma Brasileira de Políticas sobre Drogas, representando o Brasil junto ao NYNGOC (assembleia geral ONU 2016-18), além de manter seu consultório de psicanálise na cidade.

MARIA LUISA MENDONÇA

Maria Luisa Mendonça é atriz e artista plástica muito conhecida do público por interpretar grandes papeis no cinema, TV e teatro. Com 30 anos de carreira, Maria Luisa acumula prêmios como o APCA e o Prêmio Shell, além de passagens por diversos festivais nacionais e internacionais como o Festival de Cannes e Sundance. A atriz esteve em filmes que marcaram o cinema brasileiro como “Coração Iluminado” e “Carandiru” e brilhou nos palcos interpretando grandes personagens da dramaturgia.

CAROLINE FIORATTI

Formada em cinema pela FAAP, iniciou no mercado como roteirista e logo começou a trabalhar também como diretora. Após diversos curtas, assinou a direção e roteiro do filme, Meus 15 Anos. Paralelamente, criou, roteirizou e dirigiu a minissérie A Grande Viagem (TV Brasil), indicada ao International Emmy Awards – Kids 2018. Com o interesse de explorar gêneros diversos, Caroline dirigiu as duas temporadas da série médica, Unidade Básica(Universal/Globoplay), roteirizou o filme de esporte 4x100 - Correndo Por Um Sonho; e dirigiu o longa-metragem de comédia Amarração do Amor. Recentemente, com a chegada dos streamings, Caroline dirigiu a série young adult, Temporada de Verão, para a Netflix, e fez a direção geral da série policial investigativa, Os Ausentes, para a HBOMax. Em 2023, estreou Um Ano Inesquecível - Inverno, primeiro filme original da Amazon Prime Video, e o seu longa-metragem autoral, Meu Casulo de Drywall, no prestigiado festival SXSW.

Sinopse – Meu Casulo de Drywall

Virgínia comemora os seus 17 anos com uma festa em sua cobertura. Apesar de tudo aparentemente perfeito, Virginia não consegue ignorar a ferida que cresce com o correr das horas. O dia seguinte nasce como uma tragédia que abala o condomínio. Virgínia está morta. Patrícia, sua mãe, vive o luto quase a ponto de enlouquecer. Luana se questiona se é culpada pelo destino da melhor amiga. Nicollas tenta ignorar a morte da namorada refugiando-se em sexo casual com funcionários. E Gabriel carrega o peso de um segredo e de uma arma.

Ficha Técnica

Uma produção Aurora Filmes

Em coprodução com a Haikai Filmes

Distribuição: Gullane Distribuition

Produção: Rui Pires e André Montenegro

Coprodução: Caroline Fioratti

Direção: Caroline Fioratti ok

Roteiro: Caroline Fioratti

Elenco: Maria Luisa Mendonça, Bella Piero, Michel Joelsas, Mari Oliveira, Daniel Botelho, Caco Ciocler, Débora Duboc, Flávia Garrafa, Marat Descartes, Lena Roque

Direção de Fotografia: Helcio Alemão Nagamine

Montagem: Leopoldo Joe Kanata

Direção de Arte: Monica Palazzo

Figurino: César Martins

Caracterização: Natie Cortez

Som Direto: Fred França

Desenho de Som e Mixagem: Ricardo Reis

Supervisão de Edição de Som: Miriam Biderman

Música Original: Flavia Tygel

Produção de Elenco: Diogo Ferreira

Preparação de Elenco: Tomás Rezende

Direção de Produção: Lia Rezende