[News] Cinema no Brejo realiza exposição audiovisual “Polinizar os sentidos” com estudantes da rede pública em Pacoti
Cinema no Brejo realiza exposição audiovisual “Polinizar os sentidos” com estudantes da rede pública em Pacoti
Com abertura no dia 13 de dezembro no Ecomuseu de Pacoti, a exposição encerra o percurso formativo gratuito vivido pelos jovens durante quatro meses
Entre os meses de agosto e novembro deste ano, o projeto “Cinema no Brejo: Sons e imagens entre a casa, a escola e o museu” realizou um percurso formativo com oficinas gratuitas de audiovisual para estudantes da EMEIF Fernando Moreira Salles, no Distrito de Santana, em Pacoti, município localizado no Maciço de Baturité. A formação continuada culmina na exposição coletiva “Polinizar os sentidos”, propondo uma aproximação das práticas sensíveis do audiovisual aos saberes do território e da natureza. Gratuita e aberta ao público, a abertura acontece no dia 13 de dezembro (sábado), a partir das 16h, no Ecomuseu de Pacoti. A exposição segue em cartaz até fevereiro de 2026.
Com curadoria de Ana Paula Vieira e Trojany, a exposição reúne um recorte do material produzido pelos jovens ao longo dos módulos, que, entre aulas técnicas, teóricas e práticas, apresentaram as dimensões sensíveis e técnicas do fazer audiovisual. O resultado é uma série de fotografias, vídeos e sons que, colocados em diálogo, refletem sobre a relação com a terra, os animais, as histórias e as memórias compartilhadas pelos moradores do Maciço.
“Assim como as abelhas tecem redes de vida ao polinizar a mata e as roças, esta exposição evidencia os vínculos que unem os alunos e alunas às ações educativas do Cinema no Brejo e aos saberes da meliponicultura. Interações sensíveis que cultivam práticas de respeito ao ambiente e de compartilhamento de saberes. Na exposição, vemos, ouvimos e sentimos os fragmentos dessas experiências e processos desenvolvidos durante os módulos educativos, através de fotografias, vídeos, desenhos, textos e mapas. Reforçamos esse gesto simbólico da polinização e organizamos o material buscando celebrar essa relação entre o território, situando o papel das abelhas como emblema de cooperação, continuidade e coexistência. Com isso, buscamos despertar essas sensibilidades e fortalecer o diálogo entre ciência, cultura, educação e memória, reafirmando a importância de “polinizar” as relações que sustentam a vida em comum”, explica a curadora Trojany.
A meliponicultura — criação de abelhas nativas ou sem ferrão — há muito é realizada por comunidades tradicionais, com fins religiosos, medicinais ou alimentares. Com forte presença no Maciço de Baturité, a atividade é responsável pela geração de renda de diversos meliponicultores, além de impulsionar o número desses polinizadores nativos que preservam plantas silvestres e culturas agrícolas. Homenagear o trabalho das abelhas e daqueles que as cultivam é uma forma de reiterar a importância econômica, ambiental e social da prática na região.
“Mais do que um momento para expor os resultados de um percurso formativo, a exposição se constitui fundamentalmente como uma possibilidade de compartilhar com a comunidade os processos de aprendizagem e criação vivenciados com os alunos do Cinema no Brejo. Como o título da exposição antecipa, é um momento de polinização das experiências vividas com o cinema, com os dispositivos audiovisuais, com a escola, com o território, com os saberes e fazeres compartilhados em nossos percursos. As abelhas nos ensinam, sobretudo, que a vida só se produz em coletivo, e que só há produção de conhecimento quando há invenção de novas maneiras de perceber e se relacionar com o mundo”, reforça Leonardo Câmara, coordenador geral do Cinema no Brejo.
Além disso, a exposição também comemora a reabertura do Ecomuseu da Pacoti, parceiro do projeto nesta edição, celebrada em outubro deste ano. “Após a inauguração da nova sede, esta será a primeira mostra produzida por educadores e estudantes que receberemos neste novo espaço. Para nós, há um grande significado em ser parceiro do projeto, pois ele materializa o que sempre buscamos fazer junto aos jovens pacotienses há 10 anos: sensibilizar o olhar para o território, fortalecendo o sentimento de pertencimento à comunidade, através da pesquisa e da arte. E a linguagem audiovisual tem esse poder, tanto de transformação como de alcance”, expressa Levi Jucá, professor e assessor educacional e de projetos do Ecomuseu de Pacoti.
Sons e imagens entre a casa, a escola e o museu
Com início em agosto de 2025, a segunda edição do Cinema no Brejo promoveu oficinas teórico-práticas em diálogo com os espaços de pertencimento do território. A metodologia foi dividida em dois ciclos: o Ciclo 1 - Casa, escola e museu apresentou as dimensões sensíveis e técnicas do fazer audiovisual, como os fundamentos da fotografia, a captação de sons e os princípios da montagem sobre os arquivos. Já o Ciclo 2 - Incursões criativas resultou em um momento mais imersivo e prático, partindo de reflexões sobre curadoria e expografia para pensar a exposição coletiva organizada com os alunos.
“Durante o percurso formativo, atravessamos muitos processos de criação. Cada encontro se jogava uma semente que, somada às outras, germinou na exposição. Sons, imagens, cheiros, encontros, desenhos e mapas tornaram-se dispositivos de invenção, e que agora se apresentam enquanto obras expositivas. O diálogo constante com os/as estudantes foi essencial — cada um, cada uma, implicado no processo, indicou caminhos, sugerindo imagens, montagens, traços e horizontes. Assim, cinema e educação caminham lado a lado, se entrecruzam e se movem pelo desejo de cultivar parcerias que aproximem escolas, memórias, pessoas, imagens, sons e territórios — como quem poliniza, com delicadeza e força, tudo aquilo que toca. Esse desenho de metodologia que faz parte do projeto é estruturante para desenvolver possibilidades de pedagogias com o som, a imagem e as memórias do lugar”, ressalta Rúbia Mércia, coordenadora pedagógica do projeto.
Serviço
Exposição “Polinizar os sentidos”
Programação do Cinema no Brejo: Sons e imagens entre a casa, a escola e o museu
Abertura: 13 de dezembro de 2025
Horário: a partir das 16h
Local: Ecomuseu de Pacoti (R. Cel. Luz, 787 - Pacoti, CE)
Em cartaz até fevereiro de 2026
Mais informações em @cinemanobrejo
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